Hoje o sol não apareceu. Ficou um dia menos quente que costumeiramente fica. À tarde fiz pipoca doce, entenda como doce com muito, mais muito açúcar mesmo.
A louça se fazia como uma Torre de Pisa em minha pia, eu não queria lava-la, mas não tinha nenhuma outra chance de alguém fazer por mim.
Fiquei remoendo coisas e dores do passado. Minha irmã disse que eu adoro sofrer por coisas que não consigo mais mudar e eu sei que ela tem razão.
Minhas noites tem sido um verdadeiro caos, eu não consigo deitar e pegar no sono antes das quatro da manhã. Comecei a focar em um novo projeto e na maior parte do dia, e da minha noite eu passo e repasso escrevendo o diálogo de Nick e Matteo em meu novo Romance. Engraçado demais como que escrever essa nova história tem me feito bem, eu diria que até feliz. Sabe, Matteo é um ex-namorado da minha vida real que agora é um ser humano bom. Matteo não era o nome desse ex, mas eu estou exorcizando meus fantasmas nessa história, tipo, estou perdoando o que o Bernardo, bonito mais ordinário, fez em minha vida; um puta estrago.
Nick...Nick é o cara que sou eu. Perdido sempre. Iludido sempre. E muita gente vai estranhar essa história e ficará se perguntando onde está o Raphael com o Ferdinand, então a cereja do bolo é que provavelmente nem darão as caras, a história não é sobre eles. E me senti um idiota criando um grupo no WhatsApp para que dois amigos fizessem o acompanhamento dos capítulos. Acredite se quiser, mas ficou algo forçado com duas pessoas que definitivamente não possuem familiaridade com a leitura. Tá mais que flopado e eu sem coragem de apagar o grupo.
Mudando completamente de assunto, minha vizinha possui um gatinho amarelinho chamado Gelso. Dia destes o gatinho estava na rua, fugiu, como essas vizinhas e sua parceira (eu acho que são lésbicas) moram no primeiro andar eu imaginei que não tivessem visto o bichinho fugir e o peguei para entregar. Tão bonitinho que se não tivesse a Tetex, minha maritaca, pensaria em adotar um gatinho. Quando o entreguei a vizinha foi muito estúpida e até me arrependi. Hoje pela manhã, lavando aquela maldita pilha de louças, a vizinha me chamou. Estranhei, claro. Perguntou se eu tinha visto o gatinho dela, no mínimo deve ter pensado que o raptei. Tão simples e barato telar as janelas, fiquei com pena do gatinho, provavelmente alguém pegou e levou embora quando novamente fugiu.
Pesquisei uns livros na internet para comprar. Saiu finalmente o novo livro do Marcus Suzak, escritor do meu livro favorito " A menina que roubava livros", chama-se "O construtor de pontes" do original "Brige of Clay" e eu já odiei a tradução do título e mais ainda o preço de pré-venda: 55,00 fucking's taoqueis, eu não acredito que a Intrínseca está fazendo pagarmos toda a tiragem. Livros subiram de preço consideravelmente. Eu estive com fogo de comprar o Kindle. Comprei. Agora o bichinho vive parado, pois leitura digital sempre acaba cansando muito também.
Então acho que sou aqueles Geminianos autênticos. Tô tendo umas crises existenciais foda, nunca tive e agora estou cheio de nóia na cabeça. Não sei de onde saiu a vontade de ser pai. Eu pai? Assunto para uma nova crônica.
Não tô é me aguentando com essa crise dos 35! Isso sim.
YOU ARE READING
ALGUM LUGAR (CONTOS, CRÔNICAS E VERSOS AVULSOS)
Poetry"Algum Lugar" traz aqueles sentimentos vivenciados por todos nós, em qualquer lugar, literalmente. "Comprei uns livros que nem precisava Queria apenas preencher o espaço vazio que deixaste na minha estante depois que você foi embora levando todas a...
