O despertar...

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A paixão pela escrita ou pela leitura despertou em vocês por conta de algum acontecimento específico? Um livro lido na infância? Uma história contada pela avó? Como foi com vocês o despertar para a literatura?

Como já disse algumas vezes, o meu veio pelo cinema. Mais especificamente com o maravilhoso filme "Batman: O Cavaleiro das Trevas", do Christopher Nolan. Sério, foi um filme do Batman que me despertou para as artes. Foi ali que começou minha trajetória até aqui, com vocês, e contarei um pouco dela neste capítulo.

Então, sente-se e pegue a pipoca.

Hum... Melhor não, o dedo gorduroso de pipoca lambuzará a tela do seu celular (rs).

Como vocês sabem eu pouco me interessava por cinema. Pouco frequentava. Até mesmo Senhor dos Anéis, que eu era particularmente fã, eu assisti apenas o primeiro filme no cinema. Uma vergonha.

Minha outra paixão era o Batman. Não que eu lesse os quadrinhos, longe disso, mas eu gostava da caracterização dele, da personalidade. Obviamente não assisti "Batman Begins", o primeiro filme da trilogia do Nolan, nos cinemas. Esperei pelo DVD. Sim, naquela época a gente ainda alugava filmes (rs).

E fiquei enlouquecido com o caminho dado ao Batman pelo Nolan. Era um belo filme de apresentação e, pela primeira vez em minha vida, eu me vi tão empolgado com um projeto cinematográfico que passei a acompanhar todas as informações a respeito da continuação.

Sério, eu lia e via tudo sobre o tema. Minha verve nerd, enfim, havia dado o ar de sua graça.

"Batman: O Cavaleiro das Trevas" foi lançado nos cinemas em 2008, com críticas entusiasmadas do público e da imprensa, e eu não estava suportando mais a espera. Agarrado à cadeira do cinema, assisti ao filme com os olhos frisados, completamente envolvido, dominado, pela obra a minha frente. Me arrepia lembrar da emoção sentida naquele dia, do poder que um filme pode ter sobre seu mero espectador.

Eu saí do Roxy, um dos poucos cinemas de rua no Rio de Janeiro, apaixonado pela Sétima Arte e... Pelo Coringa.

Por longos dias o filme circulou por minha cabeça como um mantra poderoso. Assisti "Batman: O Cavaleiro das trevas" mais três vezes no cinema. Entenda, um cara que mal ia ao cinema tinha ido quatro vezes assistir o mesmo filme!

Ah, que momento maravilhoso é a descoberta...

Havia um mundo aberto à minha frente e eu, felizmente, entrei de cabeça.

Vasculhei listas dos melhores filmes da história do cinema. Li artigos, assisti resenhas. Eu precisava entender o porquê de "Batman: O Cavaleiro das Trevas" ter sido tão bom, ter me impactado tanto. Eu precisava sentir mais uma vez aquela euforia. 

Quase um viciado em busca de LSD ou heroína... Rs

Obviamente, a experiência inicial não foi a que eu esperava. A "lentidão" dos filmes mais antigos, a falta de cores de alguns, o excesso de diálogo de outros, dificultavam minha imersão. Eu me sentia despreparado, impaciente demais para desfrutar de filmes que me soavam antiquados, ultrapassados.

Mas eu resisti. E como eu agradeço ao meu lapso de força de vontade. Aos poucos, fui descobrindo o gosto pelos filmes clássicos, fossem eles mudos da década de 20 ou estrangeiros, completamente dissonantes das crias de Hollywood.

Então, aqui, eu aproveito para fazer um apelo. Entre de cabeça no mundo das artes. Escolha uma, duas, todas... Mas se dedique a elas. E quando digo entrar de cabeça, digo mergulhar, se aprofundar. Não fique apenas no raso dos filmes blockbusters e dos livros best sellers. Livros e filmes populares, sem tantas camadas, são divertidos e eu adoro também, mas não são referências. As referências estão nos clássicos. São eles que moldaram e fortificaram sua respectiva arte.

1/2 Xícara de EscritaWhere stories live. Discover now