O que somos senão as sensações que temos? Temos sem as ter porque do verbo possuir nada sabemos do não palpável. Serão elas somente sentidas porque as contemos sem que, no entanto, nos pertençam de verdade?
Do real conhecemos apenas o que vivemos,
dentro e fora de nós.
Somos tudo o que em nós começa e
o que aí cessa,
em tudo nos define.
No limite estará talvez o abismo,
gelado
e desconhecido,
tempestuoso,
entre o deixar-se ser e
o permitir-se sentir.
Um vazio a que chamamos ilusão
de essência,
de realidade.
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Ir(reflexão)
PoetryOnde termina a linha entre o que somos e o que pensamos ou desejamos ser? A bravura de um limite demasiado ténue, onde a distância entre a essência e a ambição torna fugaz a realidade que, nem sempre, o espelho nos devolve.