Mestre das Armas

Capítulo 3

No quartel general todos os homens estavam trabalhando para deixar aquele lugar limpo e organizado. As paredes pintadas, a grama cortada e os cavalos alimentados e fechados no celeiro. Tudo parecia tranquilo enquanto o Tenente-coronel sentado em sua mesa conversando com sua esposa.

-Preciso que você emita uma nota com os serviços de jardinagem, vou enviar ao tesoureiro para efetuar o pagamento até semana que vem. – disse o tenente para Marta.

- Tem que vê com eles porque não entrou o pagamento do telhado que nos reformamos no inicio do mês, era para ter entrado na semana passada. - completou Marta.

Após a reunião Marta sai da sala caminhando em direção ao pátio central, ela então ver dois soldados descansando depois de uma longa manhã carregando pedras. Os dois estavam dando muita risada de uma piada de recruta. Ela então olhou para os dois e fechou a cara achando que era piada sobre sua presença.

- O que vocês estão olhando? –preguntou ela caminhando em direção ao portão.

- Nada não Senhora. – respondeu o soldado que tinha o rosto cheio de espinhas.

Ao cruzar o portão e entrar no carro, os dois soldados que ainda estavam sentados levantaram e partiram para o serviço. Ainda havia muitas pedras para ser carregados. O Jonas que era mais alto e moreno perguntou para André que era mais velho no quartel.

- O que uma mulher tão linda está fazendo aqui no quartel?

- Aquela mulher é a esposa do Tenente, a empresa dela que está reformando todo quartel. – respondeu André segurando uma pedra enorme e carregando até o deposito.

- Mas quem está reformando não somos nós? –questionou Jonas caminhando ao seu lado com outra pedra.

- Cara! Melhor não fazer muitas perguntas, se não daqui a pouco vai sobrar para nós. Quer parar no isolamento? -Disse André largando a pedra em cima da pilha de outras pedras. Logo em seguida uma porta se abre no deposito, uma sombra se forma no chão ainda repleto de luz vindo da rua. Era o tenente se aproximando dos dois. Com a cara cheia de cicatrizes feita nas batalhas que participou ele então pergunta para os dois.

- Posso saber que tanto cochicham por aqui?

Quando o curioso Jonas ia abri a boca para falar, ele então é interrompido pelo André.

–Nada não senhor. Só estamos conversando sobre a filha dele que vai nascer em breve.

Jonas olha para André com uma expressão de surpresa, o tenente descontente com aquele assunto então mandou os dois trabalharem. Com os braços cruzados atrás na parte da cintura ele então caminha pelo pátio. Sempre muito pensativo o coronel pega o celular e verifica as mensagens. Em uma das conversas havia uma mensagem do Coronel Nunes.

-Bom dia Tenente Souza! Gostaria de lhe convidar para uma visita na fabrica de armas hoje no período da tarde. Pois estou efetuando uma atualização nos equipamentos de defesa do batalhão. Gostaria de sua presença para me ajudar com sua opinião. Grato!

Após responder o coronel da brigada, Sousa chega ao deposito de armas confiscadas pela policia. Todas as armas apreendidas em combates ficam armazenadas naquele deposito. O único que tinha acesso àquela sala era o próprio Tenente-coronel. Olhando para a parede repleta de armas de fuzis penduradas e todas empoeiradas, ele então agarra uma delas e coloca em uma bolsa grande. A sala havia pouca iluminação e muita teia de aranha. Mal abriam aquele deposito para colocar ou retirar alguma arma. Então naquele momento todas as armas que estavam intactas foram parar dentro da bolsa. No estacionamento das viaturas que ficava próximo do deposito era arremessada a bolsa cheio de armas para dentro do porta-malas de um dos carros. O barulho das armas se chocando umas contra as outras era alto. Como não havia ninguém por perto ele então entra no carro olhando desconfiado para os lados. Fechando a porta o reflexo no vidro refletia seu rosto sem barba e com algumas cicatrizes e rugas. A garagem que estava escura e deserta ouvia-se o seu coração acelerado. Ele havia ficado em pânico ao notar que adrenalina estava tomando conta do seu corpo. Ele então liga o carro e acelera até o portão grande e de madeira. Olhando para o lado ele percebe que vários soldados estão trabalhando, a maioria novato, até que André caminha em sua direção retirando as luvas de suas mãos.