Capítulo 2

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Glasgow, 2019

Olivia

— Você está bem pra dirigir? — perguntei preocupada, mas antes de finalizar a pergunta, me ocorreu que eu deveria ser infinitamente mais suscetível a ficar bêbada com algumas doses de uísque do que ele.

— Claro. Eu estou bem, mas se você preferir, posso... — disse Sam.

— Não. Tudo bem.

— Não moro longe daqui. Podemos ir para a minha casa ou talvez para o lugar onde você está hospedada.

Quando me lembrei do hostel, logo descartei a possibilidade. Meu quarto era compartilhado com mais três pessoas. Aquela não seria uma boa opção.

Dentro do carro, antes de dar partida, eu coloquei o cinto sentindo seus olhos me vigiarem.

— Tem algo de errado? — perguntei, percebendo seu riso contido quando nosso olhar se cruzou.

— Não, só estava observando como você está bonita hoje. — Foi rápido em concluir. — Quero dizer, também estava ontem, mas está especial agora.

— A ocasião pedia. Sabia que ia te encontrar dessa vez. — eu disse.

— Que bom que você aceitou. Estava doido pra beijar sua boca.

Lá estava ele fazendo meu rosto queimar de novo.

— Então, vem aqui.

Ele ainda estava sem cinto quando se aproximou e enfiou a mão no meu cabelo, deslizando os dedos pela nuca e eu derreti antes mesmo que o beijo acontecesse.

Dentro do carro, o cheiro era uma mistura de perfume e álcool. Minha mão se prendeu ao primeiro botão de sua camisa e enquanto o beijo acontecia, eu brincava com meus dedos em seu peito coberto pela roupa. Começou a esquentar e eu senti que estava suando com as janelas fechadas.

— Acho que deveríamos ir agora. — sugeri.

— Vamos. É só que... Estava gostoso demais pra parar. — disse Sam sem sair de perto de mim, com uma das mãos apoiadas no banco do carona.

— Temos tempo. — respondi, segurando seu rosto mais próximo para um último beijo antes de sairmos do estacionamento.

Sam deu partida no carro e, no primeiro sinal fechado, voltou com beijos deliciosos, no mesmo ritmo de poucos minutos atrás, como se não tivéssemos interrompido. Sua língua tocava a minha convidando pra um beijo mais demorado, ignorando o fato de que o sinal abriria dali a qualquer momento e serviu para encorajar minha mão tímida sobre sua perna a tocá-lo sobre a calça. Ele gemeu em resposta, abafado pelo beijo. Ele se ajeitou no banco para receber o carinho melhor, mas fomos interrompidos pela buzina impaciente do carro de trás, pois o sinal já estava aberto e continuávamos parados.

— Ah, merda! — ele disse. — Você gosta de provocar, Liv. Agora, vou ter que esperar até chegar em casa.

— Não necessariamente. Não vejo problemas em começarmos aqui. Você só precisa me prometer que vai manter a atenção no trânsito. — ele riu intrigado com a minha sugestão. Teria que ver acontecer para entender.

— Como preferir. Sou todo seu. — ele falou.

— Tem certeza? — perguntei, passando a mão sobre o zíper de sua calça de novo.

Ele olhou o retrovisor e saiu da faixa de alta velocidade. Enquanto isso, soltei meu cinto de segurança com a outra mão.

— Ok, só quero deixá-lo um pouco mais à vontade até chegar em casa. — eu disse, abrindo o zíper devagar e olhando para seu esforço em manter a atenção na pista.

Scotch on the rocksWhere stories live. Discover now