-1-

3.3K 356 358
                                    

23:17, segunda feira, 12 de agosto.

"-Por favor, Any, quando isso acontecer novamente, me liga na mesma hora. Eu sei que você não quer ir contra ele, então deixa eu pelo menos te ajudar. Any, deixa eu cuidar de você, por favor.

-Sina...

-Ei, shiu! Você não me incomoda, se é essa sua preocupação. Então, quando isso acontecer, me liga e eu te busco na hora. Não importa a hora ou o dia, não importa onde eu esteja, eu vou te buscar, basta você me ligar. Promete?

-Prometo."

Agora, aqui, com o celular na mão, cheia de hematomas pelo corpo, no pescoço uma corda, por todo o chão do quarto panos e cordas que a poucos minutos estavam em meus pulsos e pernas, batidas extremamente fortes na porta e eu chorando horrores.

Eu nao consigo.

Não posso fazê-la vir aqui e enfrenta-lo, ele vai mata-la e depois vai me matar.

Não vou ligar.

-Ei, pequena!_ouço sua risada debochada do outro lado da porta. -Qual é? Vai fugir agora? Covarde! Abra essa porta!

Não consigo.
Não consigo.
Não consigo.
Não consigo.
Não consigo.

Em minhas mãos meu celular começa a vibrar e na tela aparece um número desconhecido.

No pavor que estava decido atender.

-Noah? Então, sabe aquela sua ideia de mudar para conhecer novos ares e me afastar da minha família tóxica? Eu considerei ela por muito tempo e acho uma ideia ótima! Mas sabe, não quero te incomodar... Noah?

-Des-culpa... Não é... o Noah...

-Meu Deus! Acho que liguei errado. Desculpa moça. Tcha-

-Não! Não desliga... Por...favor.

-Moça? Moça, você está bem?

-E-eu não consi-sigo...

-O que tá acontecendo?- sua voz ganhou um tom preocupado.

-Ele quer me matar! Eu não sei o que fazer. Me Ajuda! Por favor. Sei que não é certo eu te pedir isso, mas eu não sei o que fazer.

Minhas mãos tremiam, minha respiração estava irregular, eu suava como se estivesse em um forno e não tinha mais forças.

-Ei, respira fundo. Quem quer te matar?

-Ele... Ele ficou bravo. Ele me enforcou com uma corda, me bateu com a vassoura e me jogou contra a parede diversas vezes.

-Princesa? Com quem está falando? Ficou maluca foi? Falando sozinha? -ele ri e eu engulo em seco. -Anda, Any, abra a merda dessa porta! Prometo que sera rápido e indolor... Na verdade não, vai ser devagar e doloroso. Porém pense que sera o contrário.- seu tom cínico me amedrontava.

-Eu não consigo. Eu não consigo. Eu não consigo.- sussurro diversas vezes puxando meu cabelo.

-Ei, garota, você consegue sim! Pode me passar seu endereço?- o menino do outro lado da linha fala.

Ouço o barulho de uma chave destrancando um carro e logo em seguida a porta fechando.

No medo, apenas passo meu endereço para ele.

-Ok, não saia dai e não desligue, tudo bem?

-Sim.- fungo uma vez e logo dou um grito ao me assustar com uma batida muito forte na porta.

ʜᴇʟᴘ ᴍᴇ! | ᵇᵉᵃᵘᵃⁿʸ (✓)Where stories live. Discover now