005

9.3K 1.4K 391
                                    

Votem e
comentem 🌈

Draco não estava feliz.
                      
Já haviam se passado duas semanas que não ia a casa dos Potters. Um sentimento totalmente desconhecido tomou o peito de Draco, ele estava se sentindo como um dependente químico sem sua substância para aliviar a dor. E não, não se tratava de sexo essa dor. 
                      
Draco estava sentindo falta dos beijos de Harry, da textura macia de seus lábios e dos olhinhos fechados quando o rapaz sorria. Sentia falta do calor que seus corpos transmitiam quando estavam juntos, dos gemidos abafados e as vezes altos de Harry. 
                      
Deuses, o que está acontecendo com o sociopata de olhos prateados?
                      
— Filho, estou indo para o hospital, talvez eu volte apenas amanhã, sim?
                      
A mãe de Draco estava com os longos cabelos pretos em um rabo de cavalo, enquanto pegava seu casaco no braço do sofá que seu filho estava sentado assistindo televisão.
                      
— Ok. 
                      
Draco disse sem interesse, passando os canais até achar algum que lhe interessasse.
                      
— Espera, a senhora disse que irá ao hospital?
                      
Ela percebeu dois olhos pretos a encarando, com certa.. Preocupação?
                      
— Sim querido, sua tia não está bem.
                      
— Ah.
                      
Draco voltou a olhar para a televisão, dando de ombros.
                      
Narcisa suspirou e sua esperança se esvaiu, ela pegou as chaves do carro e foi até a porta principal, para sair.
                      
— Mãe!
                      
Draco chamou.                      

— Sim?                       

— Diga para ela que eu desejei melhoras!
                      
Narcisa abriu seu maior e melhor sorriso, assentindo e saindo de casa.                       

Draco soltou um suspiro e desligou a televisão, indo até a cozinha em busca de algo para comer. 
                      
Abriu a enorme geladeira de cor cinza e deu de cara com uma fruta de cor verde, que logo reconheceu ser abacate e fez uma careta.
                      
— Harry odeia abacate.
                      
As palavras praticamente escaparam de sua boca, de forma espontânea. 
                      
— Porra!
                      
Ele riu nervosamente. 
                      
Um silêncio tomou conta no cômodo da casa, Draco encarava fixamente a fruta verde cortada pela metade, sem sequer piscar. 
                      
O celular logo chamou a atenção do loiro,  já que havia dado um toque, indicando que teria uma nova mensagem. 
                      
Draco fez um meneio com a cabeça e fechou a geladeira, enfiando sua mão no bolso da calça moletom e pegando o aparelho para ver a mensagem. 
                      
"Sinto sua falta, meu pai me proibiu de te ver :(" 
                     
Draco não sabia se ficava feliz por ter recebido uma mensagem de Harry, ou se ficava triste com a notícia. 
                      
Talvez estar com Harry tenha sido a única oportunidade que ele teria de poder recomeçar e se tornar um ser humano melhor. Sem a ajuda de psiquiatra ou qualquer outro profissional que possa existir. 
                      
Draco havia sido um fardo para todos ao seu redor, deixando boas amizades passar apenas por não se importar com a saída de pessoas importantes em sua vida. 
                      
Sua mãe merece paz. Ele sabia que seu jeito pessimista não a fazia bem. 
                      
Aliás, quem gostaria de ver um filho assim?
                      
Ou melhor, ter um filho assim?
                      
Então, com uma decisão que não demorou nem cinco minutos para ser tomada, Draco alcançou o pequeno caderno de anotações na bancada da cozinha americana, assim como uma caneta de cor preta. 
                      
Deixou os objetos que ele usaria de lado por um instante, digitando uma mensagem para Harry. 
                      
"Foge comigo?" 
                      
Não demorou muito para Draco receber uma resposta, e para seu alívio, ela foi positiva. 
                      
E então, o loiro se deu conta de uma coisa: 
                      
Isso iria ser o maior ato de empatia que ele estaria fazendo para sua mãe, e até para ele mesmo. 
                      
Aliás, todos merecemos ser felizes..
                      

Sociopathic | DrarryWhere stories live. Discover now