O que havia de ameaçador na figura emblemática do Superman, Bruce se perguntava constantemente, que fez com que o mundo todo questionasse a sua índole? Inclusive ele. A despeito dos seus inúmeros poderes, claro, já que mesmo diante das boas ações de Clark, fora preciso que ele literalmente se sacrificasse para ter o heroísmo reconhecido e admirado por quem tanto o condenou em vida. Então quão injusto poderia ser o destino, não é? Mas também, Bruce bem sabia; tão injusto quanto a morte dos pais de uma criança perante seus olhos assustados.
E a troco de nada.
Um suspiro penoso cortou os lábios finos do morcego e ele meneou a cabeça, encarando os computadores à sua frente com um peso no olhar. Fazia apenas alguns meses desde o incidente com Lex Luthor e aquele monstro criado por ele. A culpa ainda corroía Bruce como ácido em seu interior, roendo qualquer esperança que pudesse ser restaurada com o símbolo póstumo do kryptoniano. Talvez se não estivesse tão cego pela raiva, pelo ódio, não houvesse deixado-se manipular de tal forma que levasse à trágica morte de Superman — à morte de Clark, corrigiu-se mentalmente, tamanho ainda era seu remorso acerca daquele fato.
— Você não pode continuar assim, patrão Bruce. — a voz calma e cuidadosa de Alfred o tirou dos devaneios. O mordomo pousou uma bandeja com um bule de chá sobre a mesa, despejando o conteúdo em uma xícara e a oferecendo ao mais novo. Ele continuou, analisando seu semblante abatido: — Senhor Kent não está morto por sua culpa, mas sim de Lex Luthor. Foi tudo um plano orquestrado por ele.
— Não é tão simples assim. — bebericou o chá e fitou mais uma vez o computador, os olhos azuis de Clark na tela apontados na sua direção. — Eu o ajudei sem saber. Fui burro a esse ponto.
— Nisso tenho que concordar. Não posso dizer que aprovei suas atitudes em relação a ele antes de tudo acontecer.
— Eu sei. Devia ter escutado você como sempre.
Alfred tocou seu ombro em um gesto reconfortante, um sorriso travesso em seus lábios:
— Também não posso discordar disso.
— Eu falhei com ele, Alfred. — o tremor em sua voz foi inevitável, denunciando que a conversa não tomaria um rumo mais leve.
— Errar é humano, patrão.
— É. — Bruce concedeu, não conseguindo tirar os olhos da imagem de Clark à sua frente. Mesmo a capa em um vermelho vibrante era incapaz de tirar o brilho do azul em suas írises, como dois faróis a guiá-lo para casa em uma noite escura. — Mas esse erro custou a vida de outra pessoa, alguém mais humano que eu. Ironicamente.
— Receio que essa linha de pensamento não vá levá-lo a lugar nenhum, senhor Wayne.
— E aonde mais eu poderia ir? — riu sem humor. Outro suspiro correu seus lábios e ele os umedeceu pensativo, enfim desligando o monitor e se levantando para deixar a caverna. — O chá estava uma delícia, obrigado.
— Não há de quê. Ah, quase esqueci! Você tem um visitante. — Bruce franziu o cenho, assistindo a Alfred recolher a xícara na bandeja e a erguer em seus braços novamente. — Ou melhor, uma visitante.
n/a:
e aí nação superbat, tudo bem?
não é a primeira vez que escrevo esse ship, mas faz muito tempo desde a última vez que escrevi eles dois então espero não estar muito enferrujada 💀
se não me engano a primeira fanfic da minha vida q eu escrevi sobre super-heróis foi superbat, então devo tudo a eles.
me contem o que acharam. obrigada por ler,
lay.
