Chapter Fifteen

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- Roxie...- ele esticou a mão mas eu recusei e me levantei sozinha, batendo no meu próprio corpo para tirar a poeira.- Eu...

- O que foi aquilo?

- Espectros daqueles estudantes que a senhora Meyner disse, aqueles não aceitaram suas mortes e viraram amargos.- ele segurou meu ombros, tentei me afastar mas ele apontou para um canto perto de um túnel fechado.

Tinha uma garota agachada, pele acinzentada, roupas rasgadas mas sua expressão estava calma ou com medo. Eu estava com medo mas senti a mão de Ben no meu ombro e a sensação sumiu, ele tirou o meu medo da fantasma. O olhei assustada.

- Aquela ainda está no limbo mas já aceitou sua morte, não fará mal.

- Por que me atacaram?

- Porque eu tenho um escudo, meu corpo é fechado para eles, apenas posso vê-los mas eles não podem me tocar. A tatuagem, é o escudo gravado no meu corpo.- mostrou a tatuagem no pulso que voltava a ficar da cor normal.

Me afastei de Benjamin, peguei os dois livros que eu tinha pego e meu celular que estava no chão ainda.

- Roxie...

- Vamos embora Benjamin, voltamos outro dia.- ando na direção da porta, Ben pega outros dois livros e passa pela mesma. Fecho a porta a trancando, coloco a chave no meu bolso.

Andávamos em passos rápidos em silêncio, saímos pela tumba quatro e eu fechei a mesma.

Comecei a andar pelo cemitério e Ben ficou para trás.

- Roxie fala comigo.- parei e me virei o olhando.

- Olha, essa noite foi mais complicada que eu pensei. Primeiro eu recebo uma profecia, segundo o nosso beijo, depois eu sou atacada por espectros e quase que um deles toma conta do meu corpo e para fechar eu descubro que você é um sombrio.- balancei a cabeça.- Você mentiu para mim esse tempo todo, sobre uma coisa séria. Você faz parte da sétima casa, a casa que pode estar por trás desses assassinatos, você pode ser o assassino.

- Eu não sou, me deixe explicar.- deu alguns passos mas eu levantei o celular fazendo ele parar.

- Hoje não, eu tenho que absorver muita coisa. Deixa para outro dia.- me virei e comecei a andar.

- Roxie.

- Eu vou de uber, não precisa me dar carona.

- Roxanne!- escutei ele gritar mas eu já tinha passado do espaço na grade do cemitério. Peguei um uber que estava perto e voltei para casa, subi as escadas, Alisse provavelmente estava dormindo. Olhei o relógio e iria dar duas da manhã.

Fechei a porta do meu quarto e coloquei os livros da escrivaninha, joguei minhas botas para longe e tirei o sobretudo. Olhei meu celular e Benjamin me ligava pela terceira vez, esperei parar de tocar, coloquei o aparelho em modo avião e fui para o banheiro.

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- Você sabe que eu não posso fazer isso, é contra a lei natural. E também, não existe viagem no tempo, idiota.

- Ah, então para que serve os escritores?- cruzei os braços e Daniel me jogou uma meia.- Pelo menos está limpa.

Se passou uma semana, eu ignorava as mensagens e ligações de Benjamin, não estava brava mas não sabia se devia confiar nele ou não.

Ele era um sombrio, desde que fecharam a casa ninguém tinha visto mais nenhum sombrio. Eles eram perigosos iguais aos sangradores ou até pior, eu fui tão idiota.

- Você ainda está chateada com ele?- sentou ao meu lado, estava no quarto de Daniel enquanto o garoto arrumava o mesmo.

- Eu...eu gosto dele, não estou mais chateada...Bom, talvez um pouco por ele ter mentido mas eu não sei se devo confiar nele ou não.

- Se ele não te matou até agora então ele não é o assassino.

- Você ajuda muito, em.- Ele me abraçou e deitamos na cama.- O que eu faço?

- Conversa com ele Rô, marca um café e conversa, nada vai ser resolvido se cada um ficar de um lado. Confia.

- E a profecia?

- Olha, eu acho que não tem haver com o Benjamin, acho que ele queria dizer para tomar cuidado com os assassinatos. Além do mais, você está brincando com fogo.- ele me olhou, ficamos nos encarando, ele não piscou e nem eu, meus olhos começaram a lagrimejar e eu pisquei.

- Tá! Você venceu! Vou marcar um café com Ben.- Daniel sorriu e me empurrou de leve.

Fiquei mais alguns minutos conversando com Dani, depois sai da sua casa, hoje estava frio e nevando bastante. Eu usava meu cachecol preto, luvas e sobretudo.

Mesmo sendo sábado, eu duvido que teria alguma festa hoje com esse frio.

Coloquei o celular no ouvido, deu quatro toques até o garoto atender.

- Roxie?

- Tá ocupado?

- Terminando de copiar algumas coisas, por que?

- Quero conversar.- ficou um silêncio do outro lado da linha, engoli a seco apreensiva.

- Onde?

A Sétima CasaOnde histórias criam vida. Descubra agora