Fevereiro - 2010
09:45Mamãe estava louca atrás de um médico bom o suficiente pra descobrir o que eu tinha. Meu corpo estava coberto de bolhas, assim como dentro da minha garganta. Em uma das noites que acordei desesperada pela forma que minha garganta coçava, mamãe me deu água, e descobriu que aquilo aliviava quase 100% do incomodo.
Conversando com algumas pessoas, mamãe jurou que eu estava com catapora. Me deu remédios, e banho com ervas. Mas como esperado, não adiantou. Agora ela marcou uma consulta com pediatra, pessoa pela qual torcemos pra descobrir o que tenho. Sempre fui encantada por crianças, e agora, tem uma bem na minha frente. Ele deve ter uns 8 meses, tá vestindo uma blusinha vermelha, uma calça jeans e um ALL Star azul. Ele tem os olhos esverdeados, tom de pele clara, e cabelos castanhos que batem em seu rosto. Estava adimirando ele, quando uma voz feminina me despertou.
– Maiara Carla? - Chamou a moça com um papel em sua mão.
– Vamos filha? - Assenti pra minha mãe.
Senti meu corpo se arrepiar quando entrei na sala que tinha o ar condicionado ligado. A sala trazia um ar calmo, ou melhor, as paredes brancas davam esse ar de calmaria. O médico usava seu jaleco totalmente branco, com apenas seu nome em um tom azul. Ele parecia ser uma pessoa séria e centrada. E como todas as consultas de rotina, ele fez diversas perguntas enquanto anotava tudo em seu notebook.
– Descartamos a catapora! - disse o médico - Mas levantamos suspeita de algum tipo de alergia.
– E como trataríamos isso? - Perguntou com seu cenho franzido.
– Primeiro vamos iniciar uma longa pesquisa com exames, e testes alérgicos. E assim que tivermos uma resposta concentra, daremos início ao tratamento! - Mamãe assentiu.
– Alguns são de sangue. Outros são testes alérgicos, testados na pele com agulhas.
O médico passou diversas informações pra minha mãe, que estava atenta ouvindo tudo. Enquanto eu estava calada, e também, prestando atenção no que ele falava - mesmo não entendendo nada. Saindo da sala do médico, mamãe passou na recepção, precisava do atestado, e dos pedidos dos exames.
– Mamãe, tem agulha? - Perguntei assim que entramos no carro.
– Meu amor, não se preocupa com isso. A mamãe vai estar lá!
– Vai mesmo? - Perguntei curiosa.
– Sim, filha!
Mamãe não sabia dirigir, então papai estava nos esperando no carro. Maraisa estava na casa dos nossos tios. Moramos quase 2 horas longe da cidade que estávamos agora. Tivemos que acordar cedo, então, mamãe deixou ela lá pra descansar. Mamãe teria que fazer algumas coisas no centro, mas eu, estava louca pra ir pra casa.
– Mamãe eu quero ir pra casa.
– Filha, a mamãe precisa ver algumas coisas. Pode esperar só um pouco? - Assenti - A gente vai pra casa antes do almoço, eu prometo!
– Tudo bem.
Não achei que essas, "algumas coisas" demorariam tanto. Mamãe rodou a cidade inteira, eu já estava exausta. Fomos pra casa dos meus tios antes do almoço. Como prometido.
– Oi! Senti sua falta, metade! - Minha irmã falou enquanto me abraçava.
– Também senti. Tomou café?
– Não estou com fome, acordei a pouco tempo!
– Oi, meninas! Layla já deve estar chegando!
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O tempo realmente cura?
Non-FictionA gente sempre ouve que o tempo cura tudo. Cura dores, sentimentos ruins, passa o luto, remove as cicatrizes... As pessoas falam do tempo como se ele fosse a cura. Por muito tempo Maiara acreditou nisso. Acreditou que o tempo faria todas as dua...