Mamãe decidiu que iríamos pra casa dos meus tios, na fazenda. Era um lugar calmo, cheio de contato com a natureza, tem piscina, 2 cachorros, e alguns outros animais. É tudo perfeito e eu amo o contato com a natureza.
Mesmo sendo tudo isso, eu não queria, estava fazendo de tudo pra não ir, mas não teve jeito. Eu amo ir pra lá, é um dos únicos lugares que ainda me sinto bem, mas não tô com uma sensação boa.
Maraisa: O que deu em você? Amamos ir pra lá! – Perguntou confusa.
Maiara: Não é nada. – Fitei meus dedos.
Maraisa: Papai e mamãe estão esperando. Vamos!
Jerry voltou pra Paris, a alguns dias, e no começo foi difícil pra Maraisa, mas acho que ela se acostumou. Ela continua fazendo fisioterapia, mas não está o usando o imobilizador mais.
Fomos pro carro, e eu coloquei meus fones de ouvido, geralmente dura 1 hora e meia, e eu sempre acabo dormindo, assim como minha irmã. E assim foi a viagem inteira, dormimos até chegar lá.
O dia estava frio, tempo chuvoso, mas não duraria muito. Alguns tons de azul já estava pintado o ceu. Chegamos e estavam nos esperando na porta, os meus tios e a filha deles. Ela tem só 3 aninhos, e é super apegada comigo e com a Maraisa. Ela tem cabelinhos cacheados, pele bronzeada e olhos castanhos.
Nos cumprimentamos, e fomos almoçar. Meus pais estavam conversando com meus tios, e Maraisa e eu dando o almoço pra Vivi, que insistiu em fazermos isso. E depois que ela terminou, fomos comer.
Meus tios me olhavam com um olhar de reprovação, eu não como carne, e muito menos a minha irmã. Então mamãe precisou fazer outra coisa pra nós, enquanto meus tios continuavam me olhando. Comecei ficar inquieta, todas as vezes que estou nervosa mexo exageradamente no meu cabelo.
Maraisa: Quer ir pra sala? – Segurou minha mão, perguntando baixo.
Maiara: Não, tá tudo bem. – Minto.
Mamãe fez estrogonofe de frango pra nós duas, e então nós fomos almoçar.
Robert: Não comem carne? – Perguntou confuso.
Maraisa: A gente só não gosta, né irmã? – Assenti.
Jane: Nunca que eu troco o que eu como, por isso cheio de produto industrial. – Resmungou minha tia.
Robert: O que vocês comem? Por que pelo jeito nada. – Sorri sem graça.
Minha irmã me olhou me pedindo calma, e minha mãe ficou meio desconcertada. Terminei de almoçar o mais rápido possível, e depois de escovar meus dentes fui pro quarto.
Odeio que critiquem minha alimentação, não gosto de muitas coisas, sou realmente insuportável pra comer, mas não acho que isso seje motivo de ficarem enchendo meu saco.
Me joguei na cama abraçando meu travesseiro, e sentindo algo dentro de mim gritar que esses dias não vão ser bons.
Maraisa: Vai ficar aqui? – Se deitou ao meu lado.
Maiara: Sim. Estou com sono. – Os meus olhos estavam fechados.
Maraisa: Tá me escondendo algo, Maiara?
Odeio como me conhece.
Maiara: Não, eu só quero dormir. – Sorri fraco.
Maraisa: Vou ficar com você. – Ela puxou a manta, e se aconchegou em mim
Maiara: Não precisa ficar aqui só porque estou. Tá tudo bem, não precisa se preocupar. – Suspirou.
Maraisa: Passamos 2 horas dentro do carro, meu joelho passou a maior parte do tempo dobrado, estou com dor. E quero te fazer companhia. – Sorriu.
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O tempo realmente cura?
Non-FictionA gente sempre ouve que o tempo cura tudo. Cura dores, sentimentos ruins, passa o luto, remove as cicatrizes... As pessoas falam do tempo como se ele fosse a cura. Por muito tempo Maiara acreditou nisso. Acreditou que o tempo faria todas as dua...