🐺|Capítulo 30.

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   Boris Pavlikovsky|Point of view.
                  Hawkins, Indiana.

─ Vira, vira, vira! -Richie e Lu gritavam, eu apenas ri.

─ Vocês querem matar meu irmão de cirrose? -Mike perguntou e deu um gole em sua bebida.

─ Relaxa garotão, é molezinha virar isso aqui. -Sorri abertamente e pisquei para ele. ─ Vejam só.

Eu falei e levei a garrafa até minha boca, a virando de uma vez só.

Eu sentia a bebida descer queimando em minha garganta, mas isso não me fez parar.

─ Isso ai! -Richie gritou rindo. ─ Se prepara para morrer de ressaca amanhã.

Assim que terminei de virar tudo, senti meu estômago se embrulhar. Balancei a cabeça e sorri, estendendo a garrafa para o alto.

─ Viu só? Falei que era facinho! -Dei risada.

─ Meu deus. -Mike disse e negou com a cabeça. ─ Onde eu fui me meter?

─ No melhor lugar possível. -Soltei uma risada nasal.

─ Mandou bem em. -Lu colocou uma mão em meu peitoral e deu batidinhas leves, logo em seguida levou a outra mão até minha nuca e acariciou meu cabelo.

─ Você é um verdadeiro alcoólatra, Boris. -Richie disse e eu olhei para ele.

─ Descobriu agora? -Falei brincando e nós rimos.

─ Senti saudades de vocês. -Lu falou e eu olhei para ela.

─ Também senti saudades. -Falei e ela sorriu. ─ É ótimo ter a família por perto. -Levei uma mão até seu cabelo e baguncei.

Ela resmungou e se afastou um pouco, ajeitando o cabelo. Apenas ri.

─ Cadê aquele seu namoradinho, você falava horrores dele e até agora não me mostrou. -Ela disse e levantou as sobrancelhas.

─ Namoradinho? -Mike perguntou e levantou uma sobrancelha.

─ Bocuda. -A empurrei e ela riu.

─ Não sabia que era segredo, foi mal.

─ Você namora? -Mike perguntou.

─ Não. -Levantei as sobrancelhas. ─ Ainda não. -Soltei uma risada nasal e desviei o olhar.

─ Cara, então você também é gay? -Ele perguntou sem filtro algum, o que me fez travar. Não estava esperando.

─ Na verdade, eu sou bissexual. -O encarei.

─ O que é isso? -Ele franziu o cenho.

─ Ele pega todo mundo. -Richie que respondeu, rindo.

─ Meu deus. -Mike balançou a cabeça.

─ Você é o único encubado aqui, Mike. -Lu disse, o que fez com que eu e Richie caíssemos na risada.

─ Te manca. -Ele disse e revirou os olhos. ─ Eu namoro, e sou hétero. -Deu de ombros e olhou em volta.

─ Claro. -Ela disse irônica e riu.

─ Por falar em namoro, quem é a tua namorada? -Perguntei para Lu.

─ A gatinha que organizou a festa. -Sorriu abertamente. ─ Ela que é minha namorada.

─ Sapatona... eu sinto de longe o cheiro de couro. -Richie disse e eu não aguentei, acabei rindo.

─ Porra, Richie. -Eu disse rindo.

Neguei com a cabeça e soltei uma risada nasal. Respirei fundo e parei de rir, logo em seguida comecei a procurar Theo com os olhos.

          

─ Quando eu achar ele, eu te mostro. -Falei à ela, ainda procurando Theodore com os olhos.

Assim que o avistei, notei que um garoto conversava com ele. Levantei uma sobrancelha e encarei aquela cena.

─ Já volto. -Eu disse e me afastei deles, indo em direção aonde Theo estava.

Apressei um pouco os passos, tentando chegar mais rápido até lá.

─ Você tá solteiro? -Escutei o garoto perguntar e franzi o cenho.

Ele estava até vermelho, o garoto, no caso.

─ Não. -Eu o respondi, parando ao lado de Theo e passando um braço pela cintura dele. ─ Ele namora, e o namorado dele está bem aqui. -Sorri mínimo.

─ Ah... -Mordeu o lábio inferior e sorriu sem graça. ─ Me desculpe, eu não fazia idéia. -Coçou a nuca.

─ Acontece. -Falei indiferente. ─ Agora se você me dá licença, eu quero falar com o MEU namorado. -Fiz questão de dar ênfase no "meu".

Puxei Theodore dali, o afastando do garoto.

─ Seu namorado? -Olhei para ele, que levantou uma sobrancelha. ─ Até onde eu sei, ninguém me pediu em namoro. -Se soltou e cruzou os braços.

─ Ele tava dando em cima de você. -Levantei as sobrancelhas.

─ Eu sei, e eu ia dizer que não queria. -Deu de ombros.

─ Ótimo. -O puxei para perto, tentei lhe dar um selinho mas ele virou o rosto. ─ O que foi? -Franzi o cenho, confuso.

─ O que foi? -Ele repetiu, pareceu irônico. ─ Não sei, quem sabe né. -Se afastou.

O encarei completamente confuso, sem entender nada.

─ É sério, o que foi? -Perguntei outra vez.

─ Não sei, pergunta para aquela garota que tava agarrada com você. -Franziu o cenho.

─ Que? -Falei mais confuso ainda, até ligar alguns pontos.

─ Você é muito sonso, que raiva. -Ele bufou e passou uma mão pelo cabelo.

─ Ah, você tá falando da Lu? -Levantei as sobrancelhas.

─ Até apelido você já deu? -Levantou as sobrancelhas e me encarou.

Segurei a vontade enorme que eu sentia de rir.

─ Quanto você bebeu? -Perguntei.

─ Não foge do assunto! -Se aproximou. ─ Por que que você deixou ela chegar tão perto? -Cruzou os braços.

─ Eu chuto que você bebeu umas três garrafas. -Eu disse rindo. ─ Como você é fraquinho.

─ Boris! -Ele falou irritado. ─ Qual é! Vai ser assim? -Me encarou e franziu o cenho. ─ Porquê se for, me avisa logo que eu aproveito as oportunidades.

O puxei para mais perto pela cintura e sorri, o encarando.

─ Você não é nem louco. -Soltei uma risada nasal. ─ Você fica ainda mais bonito com ciúmes, sabia? -Passei uma mecha do seu cabelo para trás de sua orelha.

─ Sai! -Ele resmungou e tentou sair dos meus braços, mas eu não o soltei. ─ Me solta. -Me encarou.

─ Lindo, lindo, lindo... -Beijei a pontinha do seu nariz.

─ Por que você é assim? -Continuou me encarando. ─ Boris me fala logo quem é ela. -Notei seus olhos marejarem. ─ É porquê ela é uma garota..?

─ Potter! Não chora! -Eu falei, agora sentindo pena e culpa por deixá-lo ainda mais enciumado e não ter contado logo. ─ Não é isso!

─ Então o que é? -Ele fungou e me encarou. ─ Eu sei que eu não sou lá essas coisas, mas me trocar assim na minha cara?

Era pra ser só umas férias de verão! Where stories live. Discover now