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Danilo

Me encostei na porta girando as chaves da minha moto entre meus dedos. No centro da sala vazia que contendo apenas uma cadeira, está preso a ela um cara que eu nem conheço. Mas sei que ele fez alguma merda, o suficiente para vir parar na salinha da morte.

Eu não sei porque estou aqui, essa parte de torturas sempre fica para Diego, Henrique ou Eduardo. Então imaginem minha surpresa quando me chamaram para estar aqui, e minha suspresa maior quando a porta atrás de mim se abriu.

Dei um passo para trás com os olhos arregalados, eu vi meu pai entrar. Bom, se eu estar aqui já é bizarro pra caralho imaginem meu pai. Gustavo, é o cara mais engraçado e gente boa que eu já conheci. Ele nunca se preocupa com nada, é descontraído e leva tudo numa boa. É até estranho ver ele nesse mundo de crime, até porque um criminoso tem que ser intimidante e não acho que meu pai passe muito medo aos outros.

Fiquei esperando alguém vir com ele, mas ninguém entrou. Meu olhar caiu sobre meu pai parado ali, com as mãos nos bolsos e uma expressão que eu nunca vi antes. Dei um passo atrás, seu semblante se fechou. O Gustavo legal foi embora, seus olhos estão negros e profundos. A expressão aterrorizante se apossou dele, por um instante eu estremecí.

Abri minha boca para dizer algo, mas ele foi mais rápido levantando a mão em sinal para eu ficar calado. Porra, o que está acontecendo aqui?

O homem na cadeira começou a se debater e chorar, pela primeira vez estou completamente chocado com o que estou vendo. Meu pai caminhou lentamente até ele e parou em sua frente. Sem sorrisos, sem brincadeiras ou gracinhas. Apenas um homem terrivelmente aterrorizante.

—Por favor...por favor, me deixe...—O homem não conseguiu dizer mais uma palavra.

Gustavo—Não se preocupe, vai ser rápido.—Seu tom sombrio arrepiou cada pelo do meu corpo, observei chocado quando meu pai passou a faca na garganta do homem.

Um movimento tão rápido que nem mesmo ele pode prever, o sorriso sangrento se abriu de orelha a orelha na cavidade do homem á sua frente. O sangue espirrou por todo lado enquanto os sons agonizantes dominavam a sala.

Meu pai jogou a faca no chão e se virou pra mim. Pela primeira na minha vida, eu tive medo dele. O olhar dele indicava que ele não estava brincando, eu nunca vi algo assim.

Gustavo—Se for desmaiar me avise, não quero sua mãe brigando comigo depois—Um sorriso apareceu em seus lábios, ele riu—Vamos lá, temos mais homens para pegar.

É como ver dois deles, de repente aquele homem sombrio sumiu e o mesmo voltou a ser como antes. Como se nada tivesse acontecido, ele saiu da sala me dando um tapinha no ombro.

Danilo—Caralho...—Murmurei ainda entorpecido.


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Danilo—Estou dizendo, foi a coisa mais bizarra—Afirmo a ele

Rauan—Não sei porque você está tão chocado, tipo, não é surpresa para ninguém que matamos e torturamos pessoas—Ele dá de ombros

Danilo—Eu sei, idiota. Só estou dizendo que foi estranho ver meu pai tão sombrio e matando um homem—Balanço a garrafa de cerveja entre os dedos.

Ele balançou a cabeça como se eu estivesse delirando. Desisti de tentar falar sobre isso e como foi a coisa mais estranha que eu já vi na minha vida

Gabriel–E ai–Apareceu sobre nós e fizemos um toque–Triste o que aconteceu, né?

Balancei a cabeça, estamos no bar do Genaro em homenagem a ele. O homem já estava tão velho que se levantasse os braços Deus levava, mas infelizmente na noite passada ele sofreu un acidente de carro. O negócio foi feio, o coitado foi decapitado.

Crias do AlemãoWhere stories live. Discover now