Kitsunes e Malphas

36 - INTERRUPÇÕES

Me chame quando acabar
Porque estou morrendo por dentro
Me acorde quando as tremedeiras acabarem
e o suores frios desaparecerem
Me chame quando acabar
E o meu 'eu' tiver reaparecido
Demi Lovato - Sober 

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– E então, Kai? O que vamos fazer? – Roy perguntou se largando em uma cadeira qualquer.

– No fim, somos somente peças de um jogo doentio delas – Kai forçou o maxilar – não gosto disso. O mar não nos pertence, vamos voltar as ruas e seguir nosso trabalho e esquecer disso tudo.

– Por que de repente eu me sinto tão triste em pensar que vamos sair daqui? – Sam falou suspirando.

– Acho que todos estamos assim – Kai deu de ombros – vamos ter que lidar com isso. De qualquer jeito nós não somos um deles.

– Porque raios somos sempre interrompidos – Carlos resmungou olhando Aylin se aproximar.

– É bom ver que a senhorita está bem – Yugo falou puxando um cigarro do bolso e oferecendo para a recém-chegada – Quer um?

Ela aceitou, acendeu o cigarro pacientemente e então notaram a criança que vinha timidamente atrás dela.

– Vai logo com isso Kat – Aylin falou ríspida com a garota.

Ninguém olhava para as duas, na verdade, a única coisa que eles queriam era que elas desaparecem dali.

– Eu não queria... – Kat começou parecendo sem graça.

– Não perguntei se você queria ou não – Aylin parecia realmente irritada – Você quase arruinou todo um acordo pirralha.

– Não acha que está pegando pesado demais com ela? – Yugo perguntou arqueando uma sobrancelha – é só uma criança.

– Não é só uma criança – Aylin respondeu afiada – ela é uma Kitsune e vai aprender a se portar como uma.

– Tudo bem moço – Kat falou com a voz contida – Obrigada por se preocupar. Eu não sabia que a Lissa tinha um acordo com vocês. Eu sinto muito – ela curvou o pequeno corpo em 90 graus, ato que deixou os Malphas desconfortáveis por se tratar de apenas uma criança – Para me redimir dos meus atos e para que eu possa pagar por minhas falhas, pelos próximos... – ela olhou Aylin buscando uma resposta na mulher mais velha.

– Três dias, Kat. O tempo que a Star disse que levaríamos para atracar com segurança.

– A partir de hoje, pelos próximos 3 dias – Kat seguiu – irei servi-los de maneira incondicional.

– Ótimo, espero que assim você aprenda alguma coisa – Aylin continuava contendo a raiva na voz.

– Mas Aylin, e se eles pedirem para eu me jogar no mar e morrer.

Aylin sorriu de maneira estranha, olhou para ela e demorou alguns segundos para responder.

– Nesse caso, Kat – ela colocou a mão na cabeça da garota e fez com que a menina olhasse para ela – Você se joga no mar, conta até mil e morre afogada.

Kat arregalou os olhos assustada.

– Tudo bem, não precisa assustar a garota – Carlos falou irritado com aquilo.