Prólogo

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   Era tarde.

   Nas ruas de Londres, o vento ruidoso dançava entre a fraca iluminação dos postes na escuridão sinistra das ruas.

   Os letreiros de algumas lojas permaneciam acesos, indicando aos poucos cidadãos ainda acordados, aonde deviam ir, caso precisasem de algo.

   As crianças dormiam, tranquilas... Outras, se preocupavam com uma certa questão do dever que não haviam concluido. Mas logo deixavam pra lá quando o sono invadia suas mentes.

   Um certo garoto de cachos volumosos e brilhantes olhos verdes permanecia de olhos abertos. Não porque ele estivesse preocupado com o dever inacabado, antes fosse a porcaria do dever. O garotinho estava mais preocupado em tentar dormir, e esquecer toda a gritaria que vinha do andar de baixo, ele sempre se machucava ao ouvir as frases ditas por seus pais.

   - Preciso de dinheiro pro lanche do Harry. - ouvia a voz debochada de seu pai dizer, imitando algo que sua mãe havia dito à uns dias. - Preciso de dinheiro para a mensalidade do Harry na escola... Dinheiro pro trabalho de ciências do Harry, dinheiro... Dinheiro! Sempre dinheiro. Sempre pro Harry! Droga de garoto!

   Fungava, fechava os olhos bem apertado. Abraçava o próprio corpo pequeno, soluçava.

   Cobria-se todo com a coberta grossa, deixava as lágrimas doloridas rolarem pelos olhos, descendo pelas laterais do rosto à medida que o garoto se mexia na cama, tentando se sentir menos sufocado, tentando fazer a dor sumir.

   Doía. Seu próprio pai... sua própria mãe! Sempre brigando por sua culpa.

   Sua culpa. Ele sempre ouvia algo assim.

   Seus pais iam se separar, como os pais do garoto da sua turma. Ele ia ter que ficar com um deles... Queria tanto ficar com os dois! Apesar de ouvir coisas duras do pai.

   - Não fale assim do Harry!

   Cansaço. Cansaço o definia. Quatorze anos, quatorze anos e era sempre a mesma coisa todos os dias, desde um bom tempo, tanto que Harry nem lembrava.

   Ele sentia um medo horroroso, já havia visto uma discução de perto, numa das feias, onde seu pai levou uns socos no torso e a mãe uma bofetada.

    Paft.
    Tão seca, rápida, dolorida, oca, ardida.

   Harry odiou aquela bofetada. Harry odiou seu pai. Os socos nem doeram tanto assim pai... doeram? Harry quis saber. Harry quis gritar.

   Harry não gritou, Harry não devolveu a bofetada com força no rosto do mais velho, Harry chorou, correu pro quarto e chorou.

   Todos os dias chorava. Odiava-se por isso.

   Ele ouvia ruídos no andar debaixo, não queria saber o que era, não queria ouvir nada, Por Deus! Harry só queria dormir. No dia seguinte teria prova.

   Uma das portas havia sido batida com força, um estrondo alto.

   Bum!

   Grotesco.

   "Bum" parecia bem o som da sua vida expodindo, indo pelos ares.

   Bum como uma bomba nuclear, causando destruição em tudo ao seu redor.

   Seu pai era essa bomba, ele sabia o que estava acontecendo, com sua mãe gritando no andar debaixo para seu pai voltar.

   Ele sabia. Estava sendo abandonado, deixado pra trás pelo pai. Ele e a mãe, sozinhos agora... Ou era seu pai quem estava sozinho? Harry não sabia dizer.

    Seu pai era a bomba que havia acabado de explodir a vida de Harry, deixando tudo pelos ares antes de ir embora.

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Oi! Próximo capítulo está quase todo escrito...

Queria agradacer à @supertommogirl que fez uma capa *mídia* mas que eu não pude usar por conta do tamanho. :( OBRIGADA HELÔ

À propósito, ela tem me apoiado bastante ^^ Obrigada de novo Helô e todas as meninas do grupo da Júh! ^^

Leiam as fics delas! @supertommogirl @hapilarry @larryadaga
 
@larryadaga Também merece obrigada! TE AMO BUXO! HAUSHFUS
até o próximo!

Xx Lika.

The Best Thing - l.s.Where stories live. Discover now