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Eu as amo, talvez como nunca antes.
Foi ótimo ter uma mãe dedicada, mas é ainda melhor ter duas.

Preciso ser justa e dizer, foi horrível.
Tudo começou mal, mas não posso ser a culpada. Acordei em uma casa muito aconchegante, mas que, até então, não era minha.

Uma mulher desconhecida me tratou como filha, e eu sequer sabia seu nome.
Ela sempre dizia que eu estava a dias ali, mas minha consciência não dizia aquilo.
Tudo o que ela me obrigava a lembrar incluia vozes, e imagens de um fatídico acidente que me levara a morte.

Quando me dei por mim a saudades de um pai que realmente amei apertou, então qualquer motivo bobo da minha realidade naquele momento já era um bom estopim pra me fazer desabar em lágrimas. E eu o fazia, porque sabia que seria consolada e amada por Sabina, que ela me daria um suporte maravilhoso, mesmo sem crer o real motivo daqueles choros.

Any chegou em nossas vidas como uma mulher incrível pra mamãe, mas uma bruxa maligna pra mim. Eu jurei odiá-la com todas as minhas forças assim que ela me tocou, em um exame totalmente íntimo e ridículo. E logo depois forçou seu mamilo contra meus lábios, usando de seu poder como adulta pra me fazer sofrer ainda mais.

Hoje amo minha mamãe, mas só Deus sabe o quanto desejei que ela dormisse e não acordasse nunca mais. Cruel? Sim. Mas ela não foi nada boazinha naquele comecinho de relação, ao menos não comigo, já que mom se apaixonou antes mesmo que passasse a ver mamãe diariamente.

Com o tempo aprendi adorar a "morena", como diz mom. Ela se tornou uma mulher maravilhosa em minha vida, me salvando de muitas situações desastrosas. E hoje a amo com cada átomo do meu ser, assim como amo dona Sabina.

Família, antes a minha não passava de um pai maravilhoso e uma mãe que, mesmo sem ter motivos aparentes, não gostava de mim. Hoje, além das figuras maternas, tenho primas maravilhosas, que também foram humana, possibilitando diálogos incríveis do que somente nós conseguimos entender. Tenho meus avós, esses que busco sempre que preciso ser mimada! E tenho uma dinda também, já que tia Shiv se denominou assim por conta própria, e eu somente aceitei, afinal, não tenho nada contra ela.

Passei por fazes insuportáveis, pra hoje poder afirmar que sou uma vampira.
Uma vampira criança, mas ainda sim tenho todos os traços que um bebê vampiro possui. E, por mais que essa frase seja extremamente clichê, foi difícil passar pelas fases pra poder enfim ter um título.

Não deixei de odiar pontos específicos, por exemplo, odeio usar fralda, mas me acostumei. Ainda há uma vozinha no meu ouvido lembrando o quão é vergonhoso admitir que me sujei, mas não é como se eu tivesse muitas opções, se ninguém reparou preciso falar.

O que julguei como nojento passou a ser incrível, beber sangue me trás uma sensação maravilhosa. Sinto minha energia voltar pro meu corpo, trazendo-me de volta a melatonina.
As vezes brigo com mamãe por mais do líquido vermelho saboroso, mas na maioria das vezes é ela quem decide quanto posso tomar por dia.

— eu amo você, mom — assumi cheia de lágrimas

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— eu amo você, mom — assumi cheia de lágrimas.

— por que trouxe esse assunto tão de repente ontem? Sua mãe não quis nem dormir de tanta preocupação.

Não costumo ter conversas sérias com mamãe Sabina e nem com mamãe Any, eu sou uma criança, não preciso passar por isso. Mas tem coisas que não posso deixar passar.

— sonhei com o meu pai, e já pediram pra eu não esconder nada de vocês — ela me parece decepcionada, mas eu nunca lhe vi assim.

— sei que gosta do seu pai, mas não há nenhuma possibilidade de voltar a vê-lo — ela deixou claro, sendo bem direta.

— eu preciso disso, mom. Nem que seja de longe, necessito saber como ele está.

— não é seguro, e eu jamais permitiria fazer algo que pudesse te prejudicar. Deve ser difícil, eu não vou diminuir sua dor, mas voltar pra um país humano está fora de questão. Sua vida mudou, aquilo não te pertence mais.

— isso aqui também não me pertencia, mas você me trouxe a isso — falei séria, sem pensar.

— trouxe porque morreu, naquele momento e lugar não haviam outras opções. Aqui eu tenho opções, e aqui eu mando em você. Não vai sequer chegar perto daquele inferno.

— eu tô te pedindo, posso implorar! Se eu morresse pra ti hoje, e você tivesse a oportunidade de me ver, não tentaria? Por mais que houvessem riscos.

É estranho, tenho certeza.
Estou a nove anos nesse lugar, e sou apaixonada por cada coisinha da minha nova vida. Mas é tão estranho voltar a lembrar de uma vida antiga, uma que minha memória tinha excluído por completo.

— te buscaria em qualquer lugar, mas estamos falando de você e não de mim. Se eu tivesse morrido pra você, e se o reencontro pudesse te fazer qualquer mal, eu odiaria que o fizesse, eu te proibiria.

— não acha estranho?! Eu sequer lembrava de tudo o que passei como humana e de repente as memórias voltam pra me fazer mal. Se tiver acontecido alguma coisa com ele? Eu preciso saber.

— você não precisa — ela negou — não vai voltar pra lá. E nossa conversa acaba aqui, Sina.

— por favor.

— eu vou pro quarto, sua mãe já deve estar dormindo — ela levantou — eu te amo.

A mulher me deitou no berço e apagou a luz. Meu soluço soou alto, e nem seu carinho foi capaz de me acalmar.

— te amo muito, e me mataria se soubesse que um ato meu foi capaz de te fazer sofrer.

— não posso esquecer de uma vida!

— mas precisa, meu anjo — ela beijou meu rosto — durma bem.

— se amanhã eu não tiver nesse berço você já sabe onde vai me encontrar — sussurei, rezando pra que ela não tivesse escutado.

— não vai deixar tudo o que aconteceu conosco No Nassado, não vai deixar tudo o que nos aconteceu virar Passado, eu confio em você.

■> Considerações finais

Não é por nada não, mas se não fosse Ju_Soares_Beauchamp e N-NICKXZW essa fic ainda estaria no capítulo 4, pq vejo as duas lutando pra bater meta...

Enfim, preparados para o epílogo?

No PassadoWhere stories live. Discover now