Capítulo 1

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Oii resolvi fazer essa adaptação até ter criatividade para escrever o capítulo de mimada.

Boa leitura! 📚 💕

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Ali estava eu, naquela sala de espera gélida, com pessoas aparentemente estranhas ao meu lado. Umas olhando pras outras como se perguntassem: qual o seu problema? Desde que minha mãe me surpreendeu aos beijos com minha amiga Yoko no meu quarto, não tive mais sossego. As brigas eram constantes lá em casa, chegando a ponto das agressões verbais passarem para as físicas. Meus pais não compreendiam o porquê de uma menina de dezessete anos, no caso eu, se interessar sexualmente por outra pessoa do mesmo sexo. Eu não queria mesmo que eles entendessem, mas que respeitassem a minha orientação sexual, afinal de contas, o caráter de uma pessoa não pode ser medido por quem elas dormem. Não é? Deveria ser assim, pelo menos é o que penso na minha humilde inexperiência de vida. Mas não é! Às pessoas são severas com àquelas que não lêem a mesma cartilha. Meus pais, dois carentes de bom senso.

Depois de alguns minutos tortuosos de espera, a mulher da recepção disse que eu poderia entrar na sala que ficava no final do corredor. A tortura começou... Minha mãe me pegou pelo braço, e praticamente me arrastou pelo corredor impessoal daquela clínica de doidos. Eu não estava doente! Também não queria passar por esse constrangimento de falar da minha intimidade com uma estranha, pra ela avaliar se eu tenho ou não algum distúrbio mental, sabe? Confesso que durante o percurso pelo corredor da tortura, eu já estava premeditando o que dizer para aquela medicazinha de merda que meus pais queriam que me desse um atestado de loucura. Fiz sinal para minha mãe me soltar, logo outro dizendo que com ela ao meu lado eu não entraria. Ridículo entrar com a mãe, em qualquer lugar que seja. Ainda mais uma mãe como a minha que acha que sou louca. É isso mesmo! Louca por querer viver a minha vida da forma que me sinto feliz. Que se dane o que ela e essa merda de sociedade pensam. Eu quero é mulher!

Abri a porta preparada para no mínimo mandar a médica ir à merda. Rebelde? Não! É que estou sem paciência para a mente pequena dos meus pais. Vocês também estariam se os seus as tratassem feito uma aberração pelo fato de não se interessarem pelo que eles acham "normal". Será que é normal submeter uma filha de dezessete anos a uma visita ao médico que deve dar choque nas pessoas? Que ignorância, viu? A minha? A deles? Ou a de todo mundo? Entrei no consultório da nazista. Para a minha surpresa, a sala era clara, os móveis brancos, e havia uma mesa enorme próxima à porta. Sobre ela haviam alguns papeis e fotografias de uma criança em porta-retratos, ao fundo da sala um divã. A mulher que iria invadir a minha privacidade ficou de pé ao me ver parada na porta. Olhei para a desconhecida de cima a baixo... Então era ela quem invadiria a minha vida?

- Boa tarde, Enid! - disse afundando os óculos de grau na face gentil e calma que exibia, logo abriu um sorriso que me fez esquecer cada palavra rude que eu pensei dizer quando estivesse de frente pra ela. Balancei a cabeça negativamente. Aquele sorriso dela era proposital. Queria ganhar a minha confiança para depois me encher de choques.

- Eu me chamo Wednesday Addams- disse me tirando imediatamente daqueles pensamentos aterrorizantes. Estendeu a mão na minha direção. Apertei as mãos dela e mergulhei profundamente nos seus olhos negros e misteriosos. Sabe quando você sente o coração esquentar por dentro ao tocar em alguém? Assim mesmo que eu me senti, viu? A doutora, médica, psicóloga, ou sei lá o quê! Era no mínimo linda! Seus olhos exibiam um brilho que eu nunca havia percebido nos de ninguém. Os fios negros dos seus cabelos caiam pelos ombros, seus lábios pareciam ter sido esculpidos a mão por um artesão e combinavam perfeitamente na face meiga de traços latinos. Ah! Tinha também o jaleco branco até os joelhos que a deixava muito sexy! Mas eu não podia me enganar com aquela aparência angelical que ela exibia. Por trás daquele jaleco deveria ter umas pernas maravilhosas, digo, uma cascavel detestável. Mas... Tava difícil julgá-la, sabia?

Minha Doce Psicóloga |  Wenclair (adaptação)Where stories live. Discover now