Essa é uma péssima ideia, certo?

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"It's a bad idea, right?" Ir àquele lugar, escondido de todos, soava como uma péssima ideia. Era como se o destino estivesse tentando me mostrar aquilo, dadas todas as circunstâncias.

Era sábado. Eu iria ter provas pela manhã, e após fazê-las, passaria o resto do dia com minha família em uma pousada. Meu aniversário havia ocorrido uns dias atrás. A festa era pra ser naquele exato dia, mas o que aconteceu fez tudo mudar.

Combinei com meu cunhado- o esposo da minha irmã - que iria terminar a prova às 9:30h. Meu plano era terminar, na verdade, às 8h; e nesse meio-tempo, iria a um certo lugar. Gostaria de ir acompanhada de A, mas ela tinha outros compromissos, então teria que ir sozinha mesmo.

O primeiro obstáculo que tinha era o horário. Se eu demorasse demais, havia o perigo de meu cunhado me pegar no flagra, voltando de sabe-se lá onde, em direção à entrada da escola. O segundo é que, quando foi 8:30h, a nossa monitora resolveu nos informar que só podíamos ser liberados às 9h. Assim, só teria meia hora para fazer o que planejava!

Após um bom tempo, finalmente fui liberada. Olhei no meu celular- eram 9:04h. Tinha apenas 26 minutos. Ainda podia desistir, certo? Mas fui tão longe... Resolvi ir. Nunca andei sozinha pelas ruas, mesmo já tendo 15 anos, pois cresci em uma casa superprotetora. E todos sabem o que acontece com filhos de pais superprotetores- eles fazem o que querem... mas escondido.

As redondezas da minha escola eram um pouco... Perigosas, diga-se de passagem. Para chegar ao meu destino, tinha duas opções: o caminho mais curto, porém teria que passar por uma praça onde ficam usuários de droga, e de quebra, umas casas abandonadas, onde tenho certeza que moram pessoas, ou o caminho mais longo, porém mais movimentado. Obviamente, optei pelo segundo.

Conhecia o trajeto bem, pois havia saído com meus colegas antes. Certa vez, ao passarmos na frente daquelas casas, vi um pano que estava na porta se mover, como se alguém estivesse olhando para nós.

Não aconteceu nada de estranho comigo. Andei o caminho todo de cabeça reta, com boa postura, mostrando saber para onde eu iria. E lá estava meu destino final! Uma farmácia.

"Bom dia!" Cumprimentei o vendedor, tentando esconder o fato que estava meio ofegante.

" Bom dia, o que deseja?" Ele olhou para mim.

Após essa pergunta, respondi o nome do remédio que desejava. Não irei colocar o nome, pois não quero inspirar ninguém a fazer o que fiz.

"Deu 23 reais."

Após comprar, perguntei o horário- 9:15h - e resolvi voltar. Joguei a caixa e a bula numa lixeira, e escondi as cartelas em meu bolso. Consegui voltar pra escola a tempo, e meu

cunhado me buscou uns 5 minutos após ter chegado.

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O dia foi bom. Comparado à semana infernal que tive, estava no paraíso. A comida da pousada era boa, havia piscinas e uma área com vários animais- cavalos, patos, passarinhos... Além disso, foi bom estar com minha família em um contexto que não fosse uma briga. Estava feliz. Tão feliz, que aquele dia poderia ser o meu último dia de vida.

À noite, pensei que minha mãe fosse dormir na casa do namorado dela, mas não rolou. Não conseguiria consolidar meu plano com ela no quarto ao lado! Precisava estar sozinha, e só conseguiria aquilo na quinta-feira, à tarde. Mal sabia o que aconteceria após isso... Mas isso é assunto pra outro capítulo.

desabafos e velhas canções.Nơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ