Never Be Alone [Camren]

08 | Landslide

Oi, queridos! Hoje ficarei em silêncio, apenas direi que se souberem interpretar direitinho tudo o que está nesse capítulo...

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Can the child whitin my heart
Rise above?
Can I sail through the changin'
Ocean tides?
Can I handle the seasons
Of my life?
— Fleetwood Mac.

Shawn emergiu na praia, respirando rapidamente, seus olhos mostrando confusão e nervosismo. A atmosfera ao seu redor parecia diferente, mas ele lutava para compreender o que acabara de acontecer. Sua mente tentava se ajustar à realidade desconhecida que o envolvia. O vento salgado e o som das gaivotas ecoavam em seus ouvidos, a sensação de areia sob seus pés descalços era ao mesmo tempo familiar e estranha.

— Gabriel?! — Ele chamou. — Gabriel?!

Seus gritos ecoavam pela praia, misturando-se ao som das ondas e ao sussurro do vento, mas não havia resposta além do vasto silêncio que o cercava. Cada chamado era impregnado de angústia, uma tentativa frenética de encontrar algum ponto de ancoragem nesse espaço desconhecido.

— Gabriel?

— Ei, calma! Estou aqui — o guia mergiu da névoa, confuso e com uma expressão de leve assombro estampada em seu rosto.

O pulsar das marés e a brisa suave acrescentavam uma trama sonora ao momento, contrastando com a perplexidade que pairava no ar.

— Você viu? — Shawn perguntou, assim que seus olhos se encontravam com os do guia.

— O que?

— O que acabou de acontecer com a Jauregui.

Gabriel franziu o cenho, negando.

— Não, estava resolvendo um problema — contou. — Mas espere um instante.

Os olhos celestiais do anjo cerraram-se suavemente, como se para permitir que as imagens que ecoavam na mente de Shawn tomassem forma diante de seus sentidos. Num instante, a visão transcendente do guia tornou-se um eco da realidade angustiante que atormentava o coração do outro.

A melodia dos acontecimentos desenrolou-se diante do olhar interno de Gabriel, cada nota da aflição de Shawn ecoando em sua consciência. À medida que a visão prosseguia, ele compreendia não apenas o que tinha acontecido, mas também a complexidade dos sentimentos que marcavam cada momento. Os olhos do anjo abriram-se novamente, revelando uma expressão de compaixão e entendimento.

— Eu juro que não fui eu — começou, afoito. — Eu juro, Gabriel, não fui eu.

— Calma...

— Eu estava lá, mas não fui eu, eu não faria isso — Mendes articulava nervosamente. — Eu estava apenas tentando fazer com que ela dissesse a ele que não queria, mas eu não-

— Shawn! — O guia chamou, o interrompendo. — Está tudo bem, eu sei que não foi você.

Um suspiro de alívio escapou dos lábios do Tenente, ecoando como uma suave brisa celestial. A expressão de Gabriel, repleta de confiança e compreensão, trouxe consolo ao coração angustiado.

— Ótimo — ele se jogou na areia, sentando ali. — Obrigado.

— De nada — o guia respondeu divertido, acomodando-se ao lado dele. — Você não precisa ficar desesperado assim. Eu sou seu guia, sei quando está falando a verdade.

Shawn nada disse, apenas passou a olhar para as ondas quebrando a sua frente.

— O que aconteceu lá? Digo, se não fui eu, como aquilo aconteceu?