• Capítulo 10

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Valentina 🤎

Boa leitura 📚


Faz exatamente dois meses que minha vida mudou completamente, desde quando eu descobri minha gravidez e desde o momento que vim morar na Cidade de Deus. Não posso dizer que as coisas têm ido muito bem nesses meses.

Definitivamente, estou morando na casa do Dante. Não suporto mais ficar aqui e quando falo em alugar uma casa para morar sozinha, ele se transforma no próprio demônio.

Ele insiste em dizer que "eu sou a mãe do filho dele e tenho que ficar sob seus olhos". Na mente desse idiota, eu vou fugir com nosso filho(a) e desaparecer para sempre de sua vida.

Acho até engraçado tudo isso. Até parece que eu fugiria, não tenho onde cai morta. Meu salário mal dá para sobreviver, como eu fugiria?

Nossa relação não está das melhores. Ele mal fica em casa, só vem aqui tomar banho e sai novamente. Ouvi boatos de que ele estava ficando na casa de uma tal de Galega. A mesma mulher daquele dia em que os peguei transando no sofá da sala. Isso mostra o caráter desse homem, não é? Deus me livre de uma situação dessas na minha vida.

Como eu disse antes, minha relação com ele é apenas sobre nosso filho(a) e mais nada. Eu só estou suportando ficar aqui porque Yasmin me deu o conselho de "não irritar o diabo".

Levantei da cama e fui até o banheiro para fazer minha higiene pessoal e tomar um banho, aproveitando para lavar o cabelo já que hoje é sábado. Saí do banho enrolada na toalha, fui até meu guarda-roupa e peguei um conjunto de lingerie e vertido em seguida.

Fui até o canto do quarto e parei em frente ao espelho, já se tornou parte da minha rotina. Sempre que saio do banho, paro ali e fico observando minha barriga, que já dá sinais de que ali tem um serzinho crescendo. Eu nunca pensei que amaria tanto uma pessoinha que nem nasceu ainda, mas só de saber que estou gerando o amor da minha vida é gratificante para mim. Com toda certeza do mundo, meu bebê foi a melhor coisa que me aconteceu.

Peguei uma blusa do Flamengo e vestir, parecia mais um vestido em mim. Peguei meu celular, que estava carregando na mesinha de cabeceira, e saí do quarto, descendo as escadas. A casa estava em completo silêncio, já que só eu ficava aqui. A nona vem de vez em quando para saber se estou me alimentando direito. Ela é um amor e se preocupa comigo e com o bisneto, diferente de certa pessoa.

Saí pela porta, cumprimentei os caras que estavam fazendo a segurança e fui na direção do portão. Eu e a yasmin íamos para o restaurante/bar do seu Zeca almoçar, já que eram 2:30 da tarde e eu não tinha comido nada hoje. Eu me permiti dormir até tarde, já que era sábado e não iria para o salão.

- Fala, barrigudinha - olhei para o lado e vi o Sid me chamando. Esse cara não sai mais do meu pé, praticamente viramos melhores amigos. Passo horas escutando suas carências amorosas, esse daí só tem cara de bandido mal, mas não passa de um bobo apaixonado - Vai ir no seu Zeca, é?

Fala assim que chegou do meu lado, e começamos a andar.

- Já está sabendo, é? - revirei meus olhos. Esse filhote de cruzcredo só andava me vigiando a mando daquele outro lá, quando descobri fiquei furiosa com ele, mas depois que começamos a conversar, fiquei de boa, porque afinal esse cruzcredo só estava seguindo ordens.

- Que isso, barrigudinha? A dona Yasmin tinha me falado - estreitei os olhos, ele levantou os braços como se rendesse - Mas deixa eu te falar! - encarei ele - tô numa larica aqui.

- Idiota - revirei os olhos rindo.

Não demorou muito e a gente já tinha chegado no restaurante/bar do seu Zeca, a Min já estava lá, sentada em uma das mesas com seu prato de comida, que vaca, nem nos esperou.

- Que bonito, dona Zuleide - falei puxando uma cadeira e me sentando - nem espera os amigos, né? É assim mesmo.

- Ô gata, eu mandei vocês demorarem? - ela cruzou os braços erguendo uma sobrancelha - bom como eu sou uma boa amiga já pedi o de vocês.

- Porra, Min, divide o seu prato aí, ratazana. Tô com muita fome aqui, parceira - Sid falou tentando pegar a carne do prato dela e eu ri, duas crianças.

- Sai, caralho! Tira a mão do meu prato, você só fica coçando esse pau podre - não me segurei e caí na risada, vendo ele fechar a cara.

- Parou, crianças - falei vendo eles começarem a discutir, xingando um ao outro - eu só ficava olhando e rindo, mas parei assim que meus olhos foram na entrada do estabelecimento onde vi aquele filho do capeta entrando junto com o TC e RC, e aquela galega estava junto - só me faltava essa.

Falei vendo o Sid e a Min me olharem e desviarem os olhos para trás de mim, nem fiz questão de olhar.

- Essa loira oxigenada tá se achando a patroa, não passa de uma piranha essa vagabunda - ela falou em alto e bom som para que a tal loira escutasse.

- Está falando comigo? - ouvi a outra falando, e segurei o riso pela cara que a Min fez.

- Falei seu nome aqui, marmita? Se a carapuça serviu, não posso fazer nada - o Sid, do nada, começou a gargalhar, me fazendo rir também.

- Está rindo do quê? Sua corna mansa - finjo que não ouvi - estou falando com você mesma, sua golpista.

Mim segura, Cleide, senão vou levantar daqui e dar na cara dessa puta se ela ousar falar do meu bebê.

- Ouviu alguma cadela latindo? - perguntei para Yasmin e Sid, que caíram na gargalhada.

- Você me chamou de quê? Sua vadia - virei meu corpo lentamente para poder encarar a oxigenada que estava sentada no colo do infeliz lá. Percebi seu olhar e nem me dei o trabalho de retribuir- repetir o que você falou.

Essa vaca é surda ou se faz?

- C. A. D. E. L. A. - falei pausadamente para ver se essa sem noção escutava.

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