Contexto - Você se declara pra Fernanda durante uma festa.
Parelha - Nanda × Samantha (você)
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Pov's You 🐝
Eu estava pegando um drink, enquanto observava o pessoal dançando ao som de uma música de Glória Groove. O meu olhar foca instateneamente em Fernanda conversando com Bin. Os dois davam boas risadas, principalmente a mulher, que soltava gargalhadas espontâneas após ele sussurar algo em seu ouvido.
Na hora, achei que não ia mais conseguir respirar. Parecia que, de repente, meu tronco havia se comprimido e estava se fagocitando, ou sei lá. Senti meu coração acelerar e meu estômago afundar. Cada um dos músculos do meu corpo se enrijeceram quando a vi sorrir e dizer algo para ele. Quando notei aquele sorriso, me esqueci de tudo, absolutamente tudo que estava acontecendo ali.
Sempre achei que o sorriso de Fernanda silenciava o meu mundo inteiro, mas, vendo-a sorrir daquele jeito para Bin, todos os meus pensamentos ficaram muito mais barulhentos do que já estavam. Notei que Pitel estava falando sobre o Bin, e contou que ele ouvia o grupo de kpop do BTS. Eu estava conseguindo até dar risada nos momentos certos. Pitel era engraçada, ainda mais quando falava dele.
Enquanto eu me tentava manter o foco para dar a merecida atenção que Pitel merecia, uma música do Alceu Valença começou a tocar. Ouvi as notas de Flor de Tangerina, a junção de um piano melodioso com a voz suave do Valença, me segurei o quanto pude. Depois de alguns segundos, ficou impossível não olhar na direção de Fernanda.
Naquele momento aproveitei para analisar Fernanda por completo, embora aquela visão fizesse meu coração disparar. O cabelo liso, que era comprido, cheio, macio, e eu me sentia louca para acariciá-lo. Imagens daqueles cabelos morenos enrolados em meus dedos atingiram a mim como um tapa, mas nada disso era novidade.
Desde que Bande me beijou acidentalmente no quarto, uma quantidade inestimável de cenários imaginários se sucedeu em minha mente como se meu cérebro não fosse mais um órgão funcional, mas sim um vídeo romântico do TikTok dedicado a Fernanda Bande.
Parei de encará-la e me obriguei a prestar atenção em Pitel. Certamente eu estava sendo uma babaca, porém Pitel continuava falando sobre outro assunto, completamente alheia ao fato de que meus órgãos internos estavam entrando em falência.
Voltei a olhar na direção de Nanda, pronta para sofrer de novo, mas não, ela estava olhando para mim. Bande sempre teve um rosto expressivo, fácil de ler, e foi por isso que prendi minha respiração quando ela me encarou com seus olhos arregalados e intensos, uma ruguinha de nada entre as sobrancelhas. Ela estava pensativa sobre algo.
Fiquei arrasada quando ela se afastou de mim depois do beijo acidental. Será que ela estava sentindo o mesmo vazio? Ousei criar esperança, como uma idiota, mas então sua expressão mudou. Bande encontrou meu olhar e levantou uma sobrancelha. Ergueu o queixo. Para qualquer outra pessoa, aquele seria apenas um olhar. Mas para mim era muito mais que aquilo.
Após Pitel voltar para a pista de dança com Giovanna, não demora muito para que Fernanda siga em direção a mim. Ela me encarava de modo frio, direto e levemente desafiador.
-- Está me espionando? - Ela sussura em meu ouvido risonha.
Sim, como eu vou dizer que a mulher que está na minha frente me fez virar uma pessoa totalmente rendida a ela?
-- Posso falar com você? - Aproveito o momento para jogar a merda no ventilador e acabar com o pouco de sanidade mental que eu ainda tenho.
Naquele momento, os seus olhos me percorreram por inteiro: meu rosto, meu cabelo e meu corpo, como se ela estivesse catalogando tudo que via.
-- Sobre? - Ela fala um levemente curiosa. - Não me diga ué você quer ajuda para ficar com a Pitel ou a perfeitinha da Giovanna. - Ela fala sorrindo de modo forçado.
-- Bande, ninguém é perfeito... Por favor. Mas ela chega bem perto. - Digo dando de ombros, como se não me importasse, me preparando para o escândalo que ela faria ao me ouvir dizer isso. - Pode ser.
- Pode ser? - Ela fala já alterada - Ao que acha que estou me referindo? Você prefere peitos maiores ou alguma coisa assim? Ela não é...
-- Ela não é você. - Falo direta, a interrompendo e fazendo-a perder o ar.
- O quê? - Ela fala tentando ligar os fatos.
- Ela. Não. É. Você. - Naquele momento ela se calou e me observou atentamente, os olhos intensos passeando pelo meu rosto, como se ela quisesse acreditar um pouco em mim. Por conta disso, decidi continuar. - Ela é bonita, mas o rosto dela não se transforma em um raio de sol quando ela fala sobre filmes. Ela é engraçada, mas não a ponto de me fazer rir tanto até minha barriga doer. Ela não é você, Fernanda. Eu não amo ela, nem quero ela, eu amo e quero você. Apenas você. Quando eu vejo ela falando com o Bin, eu não tenho a enorme vontade de socá-lo como eu tive hoje ao ver vocês dois conversando e você rindo horrores. - Falei chegando perto da mulher, que estava calada após minha fala.
-- Caralho, diz que isso não é uma brincadeira. - Ela fala com um sorriso tímido, e levemente desacreditada.
-- Eu jamais faria uma declaração dessa de brincadeira, lobinha. - Falo e a mulher logo abre um sorriso de orelha a orelha.
-- Eu também te amo, Samantha. Eu te amo muito mesmo. - Ela fala selando nossos lábios um ao outro. Tenho certeza que aquela foi a noite mais feliz até hoje dentro daquela casa.
Ela inspirou fundo, e senti seus dedos se flexionarem em meu peito. Eu retribui o beijo como se estivesse envenenada e sua boca fosse o único antídoto do mundo. Selvagem e sem fôlego, Bande beijava com muita luxúria. Senti meu corpo inteiro ganhar vida enquanto a beijava como se estivesse recriando a cena da chuva de O diário de uma paixão. Soltei um gemido e me esforcei para acompanhar seu ritmo, mas caramba... O beijo da confeiteira não era só quente, era um incêndio. Após alguns segundos, eu me sentia coberta de querosene e desesperada para ela acender o fósforo. Envolvi a cintura da moça em meus braços, dando uma leve apertada, que gerou um gemido de Nanda, mas o mesmo foi abafado pelo beijo.
Após aquele beijo, posso notar o sorriso de Fernanda, mas também reparo Bin com uma expressão de decepção. O resto do pessoal comenta algo entre eles e logo começam a gritar ao nosso redor, fazendo a mais velha pousar seu rosto na curva do meu pescoço, me causando um arrepio em todo meu corpo.
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