Blood Hand: A Dark past

Capítulo 1- Mudanças

6 meses se passaram deste o dia em que aquele fatídico acidente havia acontecido, muitas coisas mudaram em minha vida. A principal delas foi ir morar com minha tia, ela não lembrava, fisicamente, minha mãe, mas seus hábitos eram quase os mesmos, andar rígido, disciplina acima de tudo, e ela ainda canta que nem uma louca pela casa uma canção antiga quase o dia todo, isso me trazia algumas lembranças dolorosas, que a muito tempo tentava enterrar no fundo da minha alma. Comecei também a treinar as técnicas de luta com ela, todo dia eu tinha uma tortura diferente, minha sorte ou azar, depende muito do ponto de vista, era que como uma meia vampira minha resistência física era quase 50 vezes maior do que a de um mago. Ela me ensinava todo tipo de movimento, incluindo os de espadas. Após aquele acidente não conseguia mias invocar nenhuma magia, ou seja, minha querida espada já não existia mais. Deste os 5 anos eu consigo conjurar aquela espada, ela era a minha parceira nas lutas, inclusive só consegui matar aquela besta horrenda por causa dela, meu peito doía só de lembrar que meu lado mago não existia mais.

Quando eu acordei a 6 meses naquele hospital, me senti aliviada e ao mesmo tempo não queria ter acordado, o enfermeiro, como gostava de chamar, mas na verdade ele era um mago curandeiro, disse que eu só estava viva pois como uma meia maga meia vampira, o monstro só conseguiu destruir um dos pontos vitais que possuía. É até engraçado pensar nisso, pois como minha mãe era vampira e meu pai mago, eu herdei os poderes dos dois, já meu irmão era totalmente mago. Então desde pequena tive que aprender a usar os meus dois lados, pois como o enfermeiro explicou, eu possuía duas fontes vitais basicamente, uma que alimentava o meu eu vampiro, minha velocidade, minha força extraordinária, a possibilidade de controlar as pessoas apenas com o olhar, a parte que eu mais gostava, além de possuir um certo poder de cura, e o meu eu maga, que me permitia abrir portais, conjurar espadas, conjurar alguns espíritos. Mas não podia fazer mais isso, uma parte de mim havia se perdido para sempre.

Deste então eu venho me concentrando em fortalecer meu eu vampiro, sentia que a cada dia que se passava conseguia compreender melhor esse novo mundo e os meus poderes. Minha tia explicou que existem várias linhagens de vampiros e cada uma delas possui características únicas, a da nossa família, Vlarg era basicamente poder enxergar os pontos vitais de cada pessoa, isso era realmente incrível, por que só de olhar eu podia saber qual a categoria de poder aquele individuo possuía, ela também explicou que isso servia para que pudéssemos curar mais precisamente os ferimentos, além disso, éramos mais rápidos que as demais linhagens e o mais incrível de tudo era que podíamos queimar qualquer coisa. Mas para isso acontecer eu precisava focar no ponto de energia do objeto se não nada iria funcionar, e achar o ponto de energia era extremamente complicado, pois cada objeto possuía um lugar no qual ele se localizava. Consegui aprender a usar meu sexto sentido, conseguia identificar qualquer sinal de perigo a 2 metros de distância, o que me dava tempo suficiente para me preparar para os ataques, ou simplesmente fugir.

- Para de devanear em seus pensamentos e vamos focar em aprender os movimentos de espada- Minha tia disse interrompendo a corrente de pensamento em que me encontrava

- Claro- disse voltando minha concertação no treino

Acordei meio cansada hoje, os treinos de ontem sugaram quase toda minha energia. Só queria não ter que ir à escola. Mas a escola segundo minha tia, era a parte mais importante da minha vida para fazer amizades e aprender tudo o que puder sobre o nosso mundo e como a magia funcionava, por isso deste que havia melhorado dos meus ferimentos, e apesar de possuir uma incrível habilidade de cura incrível, o ferimento daquelas garras no meu abdômen demorou cerca de um mês para se curar, além disso ficou uma cicatriz horrível no local, as vezes ainda dava para sentir uma dor.

Levantei da cama, tomei um banho, me olhei no espelho, meu rosto estava cada vez mais cansado, podia notar algumas olheiras, minha sobrancelha estava parecendo uma saçurana, meus olhos violeta claro, estavam com um aspecto de morto e meu cabelo ruivo estava uma bagunça. Parei de me importar em como parecia depois do incidente, minha tia sempre me xingava falando que uma dama não poderia andar daquela forma, pois não iria arrumar nenhum marido. Aos 13 anos e naquela situação a última coisa que eu queria era um namorado, aliás eu acho que nem quando fosse mais velha, achava essa coisa de amor uma perda de tempo. Coloquei aquele uniforme terrivelmente feio da escola, a calça era branca, o que era horrível pois sujava atoa e a blusa vermelha com algumas partes azuis destacando a logo da escola, me deixava parecendo uma palhaça.

Tomei meu café e fui andando para escola, minha tia não morava muito longe, por isso preferia ir andando. Gostava da sensação do vento em minha pele, do cheiro da terra molhada depois de uma chuvinha de verão, me faziam esquecer dos dias difíceis. Ao chegar na escola fui andando direto para minha sala. Depois do incidente as pessoas começaram a me chamar de assassina, pois quando aleguei que uma criatura havia nos atacado eles falaram que não viram nenhuma e a única pessoa presente ali era eu, então os curiosos de plantão começaram a espalhar que a própria filha havia matado o pai. O que era impossível pois as autoridades encontram marcas por todo corpo do meu pai, além de um veneno que somente Chorks podiam emitir, então descartaram imediatamente essa possibilidade. Mas o que me deixou mais preocupada era o fato daquela criatura não estar lá mais, eu tinha certeza de que a havia matado, será que ela estava viva? Ou o Ethan havia tirado de lá? Expulsei aquele pensamento idiotas e continuei andado para sala.

A aula de história foi um tedio. Foi uma seção de tortura que durou uma hora e meia, não aguentava mais ouvir sobre como o Conselho de mago era incrível, e que graças a eles nosso mundo estava em paz e bla bla bla. Basicamente o concelho era formado pelos mais poderosos, cujo o poder era capaz de destruir o universo com apenas um simples toque. A milhares de anos eles vem mantendo o nosso mundo funcionando, evitando que tragedias e criaturas invadam e o destruam totalmente. Para a manutenção de todo o sistema, existem o que nós chamamos de classes magicas, ou seja, era basicamente a função de cada um. Era divido em 4 categorias, a primeira e a mais forte eram os caçadores, ou seja os magos, mestiços, vampiros, orcs, lobisomens e fadas mais fortes, cujo os poderes só não eram maiores que os dos soberanos, sua função era basicamente exterminar qualquer ameaça existente , logo abaixo vinham os rastreadores, que em sua maioria eram compostos por vampiros e lobisomens, mas tinham alguns magos com habilidades de identificar qualquer ameaça existente, como o próprio nome diz eles são responsáveis por detectar qualquer possível ameaça e alertar os caçadores. A terceira categoria era composta pelos curandeiros, que eram responsáveis pela saúde de todos e a última era os mantenedores, acho engraçado esse nome, mas eles basicamente serviam como guardas, cozinheiros, faxineiros que mentiam o Place Center, nome do local onde o concelho fica, em ordem. Conhecia esse lugar como a palma da minha mão, meu pai era um caçador e minha mãe uma curandeira, eles viviam contando histórias daquele lugar, quando era criança meu sonho era estar em alguma das classes, mas agora eu só quero distancia, pois eles conseguiram destruir tudo o que mais importava para mim, a minha família.