CAPÍTULO 13 - E SE...

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E se eu dissesse que preciso de você?

Você diria que precisa de mim, ahn?

Se eu te contasse todos os meus sentimentos

Você acreditaria em mim, ahn?

(What If I Told You That I Love You, Ali Gatie)


POV REBECA

Acordei sentindo a respiração de Gabi invadir meus ouvidos e os pensamentos sobre a noite anterior invadindo minha mente. Como a gente encaixa tão bem? Como ela sabe exatamente o que fazer? pensei Muita experiência, né fia? imagina o tanto de mulher que essa safada já pegou.

Balanço a cabeça para afastar os pensamentos e os ciúmes. Não consigo imaginar que ela já esteve assim com outras pessoas. Que raiva.

Ela se mexe e me puxa ainda mais pra perto de si, se é que isso é possível.

"Bom dia, minha linda" ela falou com sua voz ainda mais rouca, de quem acabou de acordar. Eu já tava até sem calcinha.

"Bom dia pra quem?" O pensamento dela falando assim com outra pessoa já me fez ficar irritada de novo. Ela levantou a cabeça, assustada.

"O que aconteceu?" ela perguntou

"Nada... só você falando no ouvido de outra pessoa, beijando outra pessoa e fazendo outras coisinhas com outra pessoa" ela me olhava atônita

"O que? Quando eu fiz isso? Tá doida? Passei o tempo todo com você, minha Pretinha".

"Hoje sim, né? Mas e antes?" ela caiu na gargalhada. "Você é muito engraçada quando tá com ciúmes. Mas não tem porque, nada chega nem perto disso aqui" disse ela apontando pra nós.

"Ahhh mas você fala isso pra todas"

Ela riu. "Para de bobagem" e depositou beijinhos em todo o meu rosto, desceu pelo meu pescoço, contornando minha clavícula. Arrepiei quando no meio dos beijinhos inocentes ela desceu a alça da minha camisola com os dentes. Ela me olhou faminta. Puxei seu rosto até mim e a beijei como se aquela fosse a última vez. E continuamos a dança que começamos noite passada.

Tomamos nosso banho juntas e nos arrumamos para ir até a casa da mãe dela. Não sei como me sinto sobre isso. Iríamos tomar café da manhã lá. Sei que ela não vai me apresentar como namorada ou algo do tipo, mas ainda assim parece que tô indo conhecer a sogra.

Dona Elaine estava na porta da casa com um sorriso enorme, esperando a filha estacionar o carro. Eu estava ficando nervosa. Gabi tocou na minha mão. "Fica de boa, não vou colocar nenhuma pressão em você."

Ela veio me abraçar primeiro que abraçar a filha. "Que honra te receber aqui, Rebeca! Seja muito bem-vinda."

"A honra é minha. Obrigada por me receber aqui." Devolvi o abraço.

Comemos juntas e conversamos bastante. Gabi era muito carinhosa com a mãe e o sotaque mineiro ficava forte quando ela estava em casa. Dona Elaine me perguntou muitas coisas sobre as olimpíadas, contou algumas histórias de quando a filha era pequena e riu de muitas das histórias de Gabi, que provavelmente ela já tinha escutado muitas vezes, mas que nunca perdia a graça.

"E o que te trouxe a BH, Rebeca?" dona Elaine parecia curiosa.

"Tava querendo experimentar umas coisas com a sua filha" pensei e dei um sorrisinho inconscientemente

"Estava precisando descansar um pouco dos treinos e nunca tinha vindo a BH. Gabi tinha me chamado algumas vezes e resolvi vir dessa vez". falei (não era mentira)

"Humm... que bom que veio". Ela intercalava os olhares pra mim e pra Gabi.

"Onde fica o banheiro?" perguntei

Segui o caminho indicado, mas não encontrei. Estava voltando pra sala para pedir ajuda quando escutei meu nome numa conversa em um tom baixo... silenciosamente me aproximei, pois sim sou fofoqueira, ainda mais se meu nome estiver no meio.

"Você e Rebeca estão tendo alguma coisa, Gabi?" dona Elaine perguntei. Senti um frio na barriga com medo da resposta.

"Não, mãe. Somos apenas amigas" Gabriela respondeu de forma firme. Até eu acreditei e olhe que era eu quem ela beijava. "Apenas amigas" ela repetiu.

"Tem certeza? Vi alguns olhares entre vocês e te conheço muito bem. Não se machuque e nem machuque ela. E também não minta pra mim." ela reforçou.

"Tudo bem. Nós nos damos bem e ficamos algumas vezes, mas não estamos namorando. Vou pra Itália daqui a alguns dias. Não vejo como isso daria certo. Não fique pressionando ela, por favor."

Hum... então ela não vê futuro nisso? Estou decepcionada? Engoli a frustração e fingi estar voltando naquele momento pra mesa para avisar que não tinha encontrado o banheiro. Dona Elaine se levantou e me acompanhou para garantir que eu não me perdesse.

Passamos o resto do dia juntas, conversando, fazendo churrasco, cozinhando sobremesa e brincando com Nadalzinho.

No final da tarde nos despedimos de dona Elaine e de Nadalzinho.

"Rebeca, Gabi vai pra Itália em breve, mas sempre que você quiser, pega a ponte aérea e vem passar um dia aqui comigo."

Fiquei emocionada com o convite. Parecia muito sincero.

"Pode deixar" respondi carinhosamente e dei um abraço apertado.

Senti a Gabi triste. Imagino que seria porque passaria muito tempo longe deles.

"E aí, o que achou da minha mãe? Foi um dia gostoso pra você?" ela me perguntou

"Foi sim... muito. Amei conhecê-la. E também foi muito esclarecedor." Falei pensando na conversa dela com a mãe. Gabi franziu a testa.

"Como assim?"

"Percebi de onde vem seu bom humor." Não era mentira, mas não era sobre isso que eu estava falando.

Arrumei minha mala e ajudei Gabi a arrumar o restante das coisas dela. Terminamos super tarde e estávamos super cansadas. Nosso voo pro Rio era no comecinho da manhã. Teríamos pouco tempo para dormir.

Estava cada dia mais perto o dia de ela ir embora. Nossos poucos dias no Rio seriam nossos últimos momentos juntas em muito tempo e eu estava cada vez mais insegura sobre o que temos, o que somos e o que poderíamos (ou não) ser. E se ela quisesse algo sério, eu estaria disposta a um relacionamento à distância? Eu a conheço o suficiente para confiar nela em um país completamente novo depois de ficar solteira recentemente e alguns meses depois disso estarmos nos envolvendo? E se ela se apaixonasse por alguém lá?

Minha mente estava um turbilhão enquanto pousamos no Galeão. Independente do que acontecesse, ela fez de tudo para passarmos juntas os últimos dias dela no Brasil. Isso deveria significar algo, né? Então, mesmo que seja uma despedida, que seja a melhor de todas.

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Notas da autora:

1. Oiee, gente! Aparecendo só pra não ficar tanto tempo sem atualização.

2. O que vocês acham que vai acontecer no Rio? E depois?

3. Obrigada por acompanhar a fic até aqui e pelos comentários em cada capítulo. Até o próximo!

Nosso Primeiro Beijo 🩵Where stories live. Discover now