Depois de três longas semanas, Christopher finalmente estava recebendo alta. O alívio que senti era imensurável, como se uma enorme nuvem escura estivesse se dissipando aos poucos. E hoje, além de ser o dia da sua alta, também seria o dia da nossa primeira consulta com minha obstetra. Eu estava quase na nona semana de gravidez, e, apesar de ter adiado essa consulta o máximo que pude, queria que estivéssemos juntos para ver nossa filha pela primeira vez. E sim, eu sabia que era uma menina. Era uma certeza que vinha de dentro de mim, algo quase instintivo. Cada fibra do meu ser me dizia isso.
Nos últimos dias, a imprensa não nos deu descanso. Assim que descobriram o hospital onde Chris estava internado, começaram a acampar na porta, na esperança de conseguir algum boletim médico ou uma declaração nossa. Por conta do inchaço no cérebro que ele sofreu devido à colisão e ao capotamento do carro, os médicos decidiram induzir um coma, permitindo que o corpo dele se recuperasse. A recuperação foi lenta, mas graças a Deus, ele respondeu bem ao tratamento. Agora, finalmente, estávamos prontos para deixar tudo isso para trás.
Entretanto, eu sabia que não poderíamos simplesmente sair pela porta dos fundos e evitar a mídia para sempre. Mais cedo ou mais tarde, teríamos que encarar as câmeras, dar um ponto final a esse capítulo e seguir em frente.
Durante o tempo em que Christopher ficou internado, minha mente não conseguiu descansar. Eu precisava entender o que tinha acontecido, e foi aí que comecei a procurar informações sobre o motorista que colidiu com nosso carro. Com a ajuda de um detetive, descobri que ele era alcoólatra e que, tragicamente, havia deixado para trás uma família humilde que dependia dele. Era difícil aceitar a perda de alguém tão jovem, e ainda mais saber que essa pessoa estava tentando sobreviver a seus próprios demônios.
A notícia que mais me tocou foi quando soube que a filha mais velha do motorista era fã do RBD. Não sei por que, mas isso criou uma conexão imediata em mim. Sentia que precisava fazer algo por aquela família. E assim, me prontifiquei a ajudá-los, oferecendo assistência financeira e emocional. Aquilo, de alguma forma, trouxe um pouco de paz ao caos.
Agora, estávamos nos preparando para sair do hospital. Christopher, com um semblante visivelmente mais leve, arrumava-se lentamente enquanto eu organizava seus pertences. Estávamos prontos, mas sabíamos que, antes de retomar a vida normal, teríamos que passar pela porta da frente e enfrentar a tempestade de repórteres e fotógrafos.
— Vamos acabar com isso de uma vez, Dul. — Chris disse, vestindo a jaqueta com cuidado. — Não adianta ficarmos nos escondendo para sempre. Eles vão continuar nos seguindo se não falarmos logo.
Assenti em silêncio. Sabia que ele estava certo, mas a ideia de estar diante das câmeras naquele momento ainda me deixava apreensiva.
— Eu sei. — Suspirei, ajustando o cachecol em volta do pescoço. — Melhor agora do que depois.
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Pase Lo Que Pase - Vondy
RomanceDulce Maria e Christopher von Uckermann não tinham ideia de como seria suas vidas após a Soy Rebelde Tour, na realidade não imaginavam o que estavam botando em jogo quando aceitaram subir no palco com os outros integrantes e companheiros de banda. ...