Capítulo 12

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A noite estava linda, a cidade vista por esse angulo é sem duvidas nenhuma perfeita, as luzes brilhavam tão intensas nesse dia que eu fiquei vidrada olhando a paisagem sentada na grama pensando em como a minha vida era tranquila antes dele. 

Vim para praça da luz, aqui é o meu refugio, aqui eu tinha paz, aqui eu era apenas eu, Aline é apenas Aline. Aqui não tinha padrões e eu amava isso, toda essa liberdade momentânea, eu amo isso.

Perdi as contas de quantas vezes eu tinha vindo aqui para fugir dos problemas ou apenas me esquecer deles por algumas horas, vinha por saudade ou por coração partido, vinha por amor ou pela falta dele, tudo era motivo para chegar até aqui e hoje em especial eu precisava deste lugar, tudo que aconteceu era muito pra mim. As meninas sabiam que eu estava aqui, elas me conheciam bem para saber que eu amo esse lugar e que é pra cá que eu venho quando eu não estou bem.

Passei horas assim, encarando a vista da cidade parada e concentrada, quase não percebi quando alguém se sentou ao meu lado, não me dei o trabalho de olhar para o lado para ver quem era, só sei que a sua presença ali me fazia bem.

- Acho que de alguma forma os nossos corações sempre estão nos mesmos lugares.

Rapidamente eu olhei para o lado o dono daquela voz eu conhecia bem, meu coração batia rapido e desesperado e acho que desaprendi a respirar.

- Guilherme, o que você ta fazendo aqui? - Ele olhava fixamente para a vista a nossa frente e aqueles olhos claros brilhavam mais que o normal, tinha intensidade ali, tinha tristeza e coisas que eu não queria imaginar, ele estava sombrio mais ainda sim ele parecia confortável ao meu lado assim como eu ao lado dele.

- Acho que o mesmo que você - Agora ele olhava para mim, nos meus olhos, mais eu sentia que ele poderia enxergar a minha alma se quisesse. - Eu amo esse lugar, venho aqui quando as coisas estão uma loucura, quando eu não estou bem, quando tudo esta desmoronando.

- E o que está desmoronando? - Perguntei mesmo me sentindo exatamente como ele.

Escutei a sua risada, cortante e sarcástica e um arrepio tomou conta de mim.

- Tantas coisas estão desmoronando agora - Ele riu mais um pouco e quebrou o nosso contato voltando a encarar aquela vista magnifica.

- É, com certeza viemos aqui pelo mesmo motivo. - Eu ainda olhava para ele, toda aquela vista se tornou pequena pra pessoa que estava sentada ao meu lado.

- Fiquei sabendo que você esta namorando. - Guilherme falou um pouco mais alto que o normal, sua voz agora tinha um tom amargo e de raiva.

- Sim, eu estou. - Falei simplesmente, agora incapaz de encara-lo.

- Que bom, eu estou noivo. - Percebi que seus olhos estavam em mim.

Meu coração parou por alguns segundos e quando voltou foi com toda a força, era dilacerante aquelas batidas aceleradas. Não sei de onde tirei forças para encara-lo de volta.

- Que bom - Falei simplesmente e voltei a encarar aquela vista que agora fazia mais sentido para mim, meus olhos cheios d'água e meu coração se tornava menor cada vez que eu relembrava daquilo que tinha acabado de escultar.

Acho que não sei descrever o que sentia, dor e raiva, são tantos os sentimentos, mas o que fala mais alto agora é a certeza. Agora eu tinha certeza de que ele nunca gostou de mim, se ele estava noivo com certeza tinha um motivo e esse motivo é amor, amor que ele sente pela namorada dele.

Me levantei rapidamente, tinha vindo aqui por um motivo e com certeza não era ficar pior do que eu já estava, tinha de sair dali, respirar o seu perfume agora me deixava claustrofóbica e ficar ao seu lado só doía mais. Me virei para caminhar em direção ao meu carro, mas parei quando percebi que o Guilherme segurava o meu braço, uma corrente elétrica percorreu todo meu corpo e minhas pernas pareciam duas gelatinas ambulantes.

Dono Do Verde (COMPLETO) Onde histórias criam vida. Descubra agora