Um Quase Atropelamento

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Nas ruas do Brooklyn, um garoto loiro com o capuz do casaco preto cobrindo o rosto passava a passos largos e apressados na esperança de chegar o mais rápido possível ao seu destino. Esse menino era Jason, e por mais que estivesse congelando por fora, por dentro o calor da dança ainda o dominava.

Faltava apenas algumas quadras, ele abraçava a si próprio todas as vezes que o vento frio batia contra sua pele. Apesar disso, ele continuava indo em direção a casa do melhor amigo para suas duas horas semanais de filmes com pizza e falar sobre garotas, nada demais para dois jovens de 16 anos.

Um grupo de pessoas, provavelmente tinham a mesma idade dele, conversavam enquanto se preparavam para atravessar a rua, assim como Jason. Ao atravessar, ele percebeu que uma garota permanecia praticamente estática no meio da rua se abaixando para pegar a bolsa que caíra no chão. Um carro avançada em grande velocidade na direção da garota, provavelmente estava sem freios, ao mesmo tempo em que a garota levantava cuidadosamente, já era possível ver o veículo acertá-la em cheio.

– Ei! Cuidado! – Jason gritou com a adrenalina zumbindo em seus ouvidos.

A menina levantou o olhar revelando ser nada mais e nada menos que Piper com uma mistura de confusão e surpresa em seus olhos por se deparar com Jason, mas, afina, cuidado com o quê?. O carro avançava ainda mais rápido por conta da ladeira onde de estavam e como a garota ainda não havia se tocado de sua existência, o loiro saiu correndo, se esforçando ao máximo para chegar a tempo.

A menina olhou para o lado no mesmo instante em que ele a empurrava com força para a calçada. Piper bateu a cabeça fortemente no poste do semáforo gemendo de dor com os olhos fechados.

– Desculpe por isso, – sussurrou no ouvido da garota – mas prefiro que você bata a cabeça do que ser atropelada.

– Está doendo. – foi o que conseguiu falar.

– Talvez tenha batido a cabeça muito forte, acho melhor irmos para um hospital checar se está tudo bem.

– Cadê meus amigos? – ela perguntou. Ele se virou para procurá-los e notou que ajudavam o carro que batera na caixa de correio, o mesmo que quase atropelara Piper.

– Ajudando o outro cara.

Piper continuava a pressionar com força a parte de trás de sua cabeça. A pancada devia ter sido mais forte do que a garota imaginara e isso fez com que o mesmo se sentisse mal por ter causado tudo aquilo, mas ou era um galo na cabeça ou um atropelamento. No entanto, ele se preocupava com a morena ali em sua frente.

– Vamos ao hospital? – ele perguntou – Talvez o impacto tenha sido muito grande, seria melhor dar uma olhada.

– Não, por favor. – ela suplicou deixando o garoto confuso – Eu... Eu tenho pavor de hospitais, na verdade, é um trauma.

Mas Piper estava mentindo. Ela não tinha nada contra hospitais, o problema era que teria que dar seus dados pessoais para que pudesse ser atendida por um médico. Isso incluía seu nome completo, seu nome e sobrenome, que era composto pelos sobrenomes de seus pais, ambos famosos, junte um mais um e terá papparazzis e fãs cercando o local em menos de uma hora.

– Eu só preciso de gelo. Só isso. – ela replicou uma última vez. O loiro tentava não se deixar levar pela expressão de súplica estampada no rosto de Piper, mas foi em vão.

– Meu amigo mora a duas quadras daqui. Eu estava indo pra lá, me acompanhe e daí arranjamos um gelo pra pôr no seu galo. – Piper assentiu com um sorriso e Jason pensou que não poderia ser humanamente possível resistir a caras de súplicas femininas, pelo menos não pra ele.

BAILA COMIGO?Where stories live. Discover now