f i v e

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Eu gostaria de não ter esquecido a minha chave no lago naquela noite. Talvez, se eu entrasse naquela casa naquele momento, as coisas teriam sido mais fáceis e poderiam não ter mais acontecido entre nós.

Mas sabe, Evan, eu nunca fui muito sortuda. E toda a pouca parcela de sorte que eu tinha, pareceu sumir quando eu lhe conheci.

Você pareceu achar estranho eu não ter entrado em casa ainda, e eu meio que agradeci aos céus por você ter esperado ali.

—Eu meio que esqueci minha chave no maldito lago, então será que você pode me levar na casa da Eva pra pegar a minha outra chave que fica na mão dela? —Eu perguntei insegura.

—Tá tarde demais, a essa altura ela deve estar dormindo. —Você respondeu, destruindo minhas esperanças de entrar em casa.

Eu parei para pensar o que faria, e estava prestes a decidir dormir na porta de casa, mas você pareceu ler a minha mente e falou: -Eu sei que você não vai querer, mas considere. Você não tem mais pra onde ir, não pode dormir na porta de casa, então mesmo que você não queira, porque você não dorme na minha casa? Os dois meninos que moram comigo provavelmente estão na casa de outras meninas ou trancados no quarto deles com alguém. Eu prometo não fazer nada.

Você nunca foi bom em promessas.

Eu considerei dormir na porta mesmo, mas acabei cedendo. Eu tive a esperança de poder dormir no sofá ou em qualquer lugar que não fosse sua cama. Minhas esperanças não se realizaram naquela noite em especial.

Então eu entrei no seu carro sem dizer nada, e você entendeu, logo, fomos até a sua casa.

Quando eu entrei, me assustei com a bagunça. Quase havia esquecido que tinha acontecido uma festa aqui.

—Bem, você pode subir, é o último quarto a direita do corredor. Eu tenho que arrumar isso daqui. —Você me disse com indiferença, enquanto catava algumas latas de bebidas e as colocava em um saco plástico grande.

Eu estava subindo as escadas em direção ao seu quarto, quando voltei os degraus que subi e perguntei:

—Você vai arrumar isso sozinho? E os caras que moram com você não vão ajudar você?

—Não, eu sempre limpo sozinho. —você me respondeu.

E antes que eu percebesse o que estava fazendo, comecei a catar o resto das latinhas de bebidas da bancada. Você percebeu, e sorriu pra mim em agradecimento. Nós arrumamos a casa até amanhecer, mesmo exaustos. Quando terminamos a arrumação demorada, subimos até o quarto. Você abriu a porta e retirou a calça que estava usando, ficando apenas de cueca. Eu fiquei desesperada por achar que você tentaria algo a mais (embora no fundo em quisesse que isso acontecesse).

Você me olhou diante do desespero e sorriu. -Eu não vou tentar nada, só que só consigo dormir assim, eu vou dormir no chão.

—Não precisa dormir no chão, a casa é sua. —Eu respondi enquanto desviava o olhar da sua roupa intima.

—Hmm, então eu posso, é... você sabe, dormir na cama com você? —você me perguntou com uma expressão ansiosa no rosto.

Eu pensei por alguns segundos, e então fiz um sinal de concordância.

—Você pode pegar outra blusa minha no guarda roupa. Nenhuma tá muito limpa, mas estão melhor que essa. —Você ofereceu.

Eu aceitei e abri o guarda roupa a procura de uma blusa enquanto você deitava na cama. Eu peguei uma blusa que parecia não estar suja e perguntei onde ficava o banheiro.

—Não sai do quarto, vai que eles acordam. Nem você e muito menos eu queremos que você encontre um bêbado por ai. —Você falou.

Diante do meu silêncio, você continuou: —Se troca aqui, eu  vi você de sutiã e calcinha antes, então não precisa ter vergonha de acontecer outra vez.

Quem é você, Evan? Onde as histórias ganham vida. Descobre agora