O inverno

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Depois de acordar, lembrei do sonho que tive. Foi estranho, um detalhe que não posso esquecer é que estava frio, estava em uma floresta à procura de algo, que não lembro o que era, até que encontrei uma cabana, tinha alguém comigo, um garoto e alguns guardas? Não sei, estavam me protegendo caso acontecesse algo. O Que uma cabana poderia esconder? De alguma forma, estava olhando de fora para a janela, não tinha nada, estava preto.

Dei aquele pulo rápido da cama para me acordar, por que os "5 minutinhos" da minha boca poderiam aparecer a qualquer momento. Depois de me tocar fui para cozinha.

- Cadê meu Capuccino? — meu olhar era de desespero, não achava em lugar nenhum, mas tinha certeza de que havia comprado.

- Seu irmão pegou, ele estava com pressa Triz. Seu pai já foi com ele para a escola. — disse minha mãe.

Oque veio na minha cabeça neste momento foi estrangular  aquele pirralho, 5 anos e já aprendeu roubar comida dos outros. Depois disso afirmei que meu dia já começara péssimo.

- Bom, já estou saindo, tchau mãe — dei um abraço nela como sempre.

- Quando for comprar seu querido Capuccino, aproveite e pegue flores daquela árvore roxa perto da divisa já que são pertos, depois entregue-as na casa da sua vó. — minha vó adorava flores,  principalmente aquelas roxas, não eram roxas comuns, era únicas.

Sai de casa contando meu dinheiro para o Capuccino, feliz, óbvio.

Quase estava indo para a escola, hoje é feriado Amy, dia da "Abertura da divisa". Explicando melhor, foi devido a um dia que a divisa acabou se abrindo, por sorte só uma pessoa do Verão atravessou, não muito inteligente da parte dela, essa pessoa não conseguia mais voltar para cá, não temos muitos relatos, mas se ela não voltou, provavelmente foi morta.

Me dói imaginar essas coisas, este mundo é estranho, tem cada segredo...  Por que será que a divisa se abriu aquele dia? Estou com medo de ser uma coisa em ciclo, se ela foi aberta a 100 anos atrás, talvez ano que vem...

Não, Amy Beatrice, não deve pensar nessas coisas, vamos lá buscar as flores.

Respirei bem fundo, peguei pressão do chão e fui como o Flash para a árvore, estava como o super-homem voando perto do chão, quase fui pega pelos vigias. Este subelemento Veloz me da muitas vantagens.

Sentia meu cabelo marrom aos ventos   e meus olhos cor âmbar quase fechando pelos mesmos. Abri um sorriso, amava esta sensação.

Chegando a árvore olhei para a divisa me lembrando das coisas que tinha pensado antes.

O que iria acontecer se a divisa abrisse agora? Me perguntei. Não sabia a resposta, era mais uma das coisas da lista de segredos para Esnoeir.

Flutuei até algumas flores e coletei-as, colocando em uma cesta.

Me sinto meio solitária por esta árvore, tão linda, mas tão perto da divisa, eu era a única a chegar mais perto dela, pois todos guardavam um grande medo.

Para pegar as flores mais rápido girei meus dedos e fiz um mini redemoinho. A força do vento fez com que eu perdesse algumas, até que no momento exato, me assustei com uma coisa, algumas atravessavam a divisa.

- Esquisito, elas ainda estão vivas, não era isso que pensava que iria acontecer — elas faziam parte do Verão — como podem atravessar e ficarem do mesmo jeito, lá não é muito frio? Elas não conseguiriam aguentar...

As flores estavam com a mesma aparência, meus olhos estavam vibrantes, não poderia aguentar a curiosidade, apenas fui voando para vê-las mais de perto, até que perdi o equilíbrio pois tinha usado meu talento muito tempo.

- Ai... — com os olhos fechados, sentia muita dor, meus joelhos estavam ralados, se bem que minha mãe me avisou...

Abri meus olhos e notei alguma coisa diferente, eu não estava no mesmo lugar, estava frio, estava diferente, estava escuro, estava... não era algo que eu conhecia.

Logo me toquei, meu coração acelerou, meu olhos se arregalaram.

Eu estava no Inverno.

A Candente e o GélidoWhere stories live. Discover now