"A escuridão que me possuí é minha e de mais ninguém!"
-- DesconhecidoAs minhas mãos estão algemadas e dois homens vestidos de ternos me conduz por uma enorme passarela. Estamos passando por baixo da cidade, ou seja; isso aqui é meio que uma cidade subterrânea. Não tem ninguém aqui ao não ser os dois ogros, eu e mais três soldados segurando rifles atrás da gente.
Eu fui capturada quando estava indo para o norte do país querendo assistência para saber onde eu poderia ficar para ajudar as pessoas. A minha comida e água havia acabado e eu também precisava de ajuda. Como sempre antes de sair, eu apago os meus rastros para poder seguir viagem, mas dessa vez foi diferente. Sempre consegui ficar a 5 passos na frente dos soldados e os guardas do rei e dos ministros, mas o grupo que me capturou não eram soldados e sim fladores como eu.
Eles fizeram tudo isso por dinheiro! -- Eu penso.
Eu olho para o ogro do meu lado direito, ele tem o dobro do meu tamanho e da musculatura também, os olhos são marrons, pele morena clara e cabelo preto. Já o outro, é quase do meu tamanho, os olhos azuis, cabelo loiro escuro e também tem o dobro da minha musculatura.
--- Vocês não falam nada? --- Pergunto. --- São novos robôs do rei?
Espero eles me responderem, mas nada acontece e eu reviro os olhos. Volto a olhar pra frente e vejo que a passarela está acabando. Mais soldados estão esperando por nós, me esperando e uma enorme porta atrás deles me chama atenção.
--- O que é isso? Para onde estão me levando? --- De novo eu faço mais perguntas e não recebo nenhuma resposta.
Os dois ogros param e eu sou forçada a fazer o mesmo. Oa soldados abrem a porta e dessa vez eu vejo a entrada de um lugar. Voltando a andar, eu passo pela porta e entro em dentro de um... OH DEUS! Eu estou entrando em dentro do Palácio real.
Caminhando, eu olho para os lados e nunca havia visto coisas tão brilhantes e bonitas em toda a minha vida. Cristais, tapetes, mesas, portas de madeira pura brilham e muitas outras coisas enfeitam esse enorme salão do Palácio. Ao me virarem, os dois ogros me soltam e começam a subir as escadas, mas eu não!
--- Suba agora! --- O ogro grandão
manda e eu o olho.--- Agora você fala?! --- Eu pergunto meio incrédula.
Eu subo três degraus e ofereço um sorriso pra ele. Olho para dentro do paletó dele e vejo uma arma pendurada em seu cinto. Do uma leve olhada para trás e não vejo soldados. Volto a subir, fico um degrau na frente dos dois e me viro.
--- Cavalheiros, vou lhes contar uma coisa, número 1... --- eu liberto as minhas mãos das algemas e as levanto. --- Nunca algeme uma prisioneira por trás das costas. --- O ogro grandão pega a sua arma e eu rapidamente a pego dele. --- Não mostre ao prisioneiro como distrair vocês.
--- Largue a arma! --- O ogro baixo grita.
--- É melhor obedecer flanadora. --- O ogro grandão diz ironicamente e eu reviro os olhos.
Subo mais um degrau e os dois olham pra mim. Eu chuto a arma da mão do ogro menor e observo os dois ficarem com os olhos arregalados. Tomando impulso, rapidamente eu pulo a pequena grade de proteção da escada e caiu de joelhos no chão. Olho pra cima e do o meu mais falso sorriso para oa dois.
Começo a correr sentido horário e do de cara com uma enorme cozinha. Olho pela janela e vejo soldados indo em direção ao lugar que eu deixei os dois ogros feios. Escuto alguns gritos e passos, e começo a me desesperar. A calma-se Celina, eu penso e olho pela janela para ver a altura.
--- Tem que dar certo. --- Eu digo ao olhar para o banco de ferro na minha frente.
Eu pego o banco e quando eu estou prestes a quebrar a janela escuto passos atrás de mim. Uma enorme sombra surge na minha frente e eu olho para trás. Vejo uma pessoa vestida toda de preto segurando um arco e apontando uma flecha na minha direção. O rosto dessa pessoa está coberto com um pano e tudo que eu consigo ver são os seus olhos embaixo do capuz escuro.
Eu ponho o banco no chão e encaro o ser humano que está na minha frente. Olho para o lado e tem uma panela cheia de água em cima do fogão. Percebo que está saindo fumaça da panela e ao olhar pra pessoa novamente percebo que ela havia acompanhado os meus olhos. Eu forço um meio sorriso e ele se prepara para atirar.
Ele ou ela, seja lá quem é essa pessoa, com certeza vai atirar em mim. -- Minha mente me alerta tarde de mais.
Atirando a flecha na minha direção, eu corro e consigo escorregar pelo chão e a flecha passa por mim não me atingindo. A flecha quebra o vidro e eu me levanto de frente para o fogão. Ao pegar a panela eu sinto um baque por trás e a água cai em cima das minhas mãos me queimando. DROGAA!
A pessoa encapuzada pega o meus cabelos e me arrasta para longe do fogão. Com as minhas mãos ardendo, eu busco algo enquanto estou sendo arrastada e finalmente minha mão consegui pegar uma faca grande. Eu corto a sua mão rapidamente e quando ele me solta eu caiu de costas no chão duro. Batendo a cabeça com força, a minha visão fica turva, eu me viro de lado e tento recobrar a consciência. Ainda estou segurando a faca, penso e nesse momento sinto mãos agarrando a minha cintura me tirando do chão. Eu me debato e dessa vez esfaqueio a barriga do meu agressor. Ele me solta e de novo eu caiu no chão, mas eu me levanto rápido dessa vez e localizo o seu arco e flecha do outro lado da cozinha. Corro até lá e encaixando a flecha no arco, eu aponto para o encapuzado. Fico na sua frente e meus olhos voam para a sua mão toda ensanguentada tentando parar o sangramento da barriga.
--- QUEM É VOCÊ? --- Eu grito e ele me olha.
Essa pessoa é um homem! -- Eu percebo rapidamente.
Então as imagens da emboscada que sofri pelo grupo de flanadores surge na minha cabeça. Ele não está sozinho, eu penso e nesse momento escuto um assobio vindo atrás de mim. Ao olhar, uma mulher me atinge com algo duro e eu caio no chão. Ela percebe que eu não apaguei e se agacha.
--- Bons pesadelos princesa. --- Ela diz e dessa vez eu apago.
*****
A minha cabeça dói e não é pouco. Abro os meus olhos bem devagar e me arrasto pra cima ficando sentada. Balanço a cabeça e tento recobrar a consciência. Minha visão volta ao normal e eu olho para o lugar que estou. Uma sala pequena e toda branca, tem armários pregados na parede do lado da cama que estou sentada.
Olho para frente e finalmente percebo que não estou sozinha. O louco encapuzado está sentado numa cadeira com o braço estendido, olho para cima e vejo uma bolsa com um líquido vermelho pingando gotas que desce pelo tubo e vai na direção da sua veia.
Ele está tomando sangue pela facada que eu dei nele. -- Eu penso e nesse momento o encapuzado me olha. Tenho a sensação de que ele está bravo, mas acho que é apenas uma sensação.
Bom, ele me fita por alguns segundos e olha para a porta. Uma mulher baixa entra segurando alguns papéis, ela se assusta ao ver nós dois olhando para ela e finalmente a mulher consegui sorrir. Colocando os papéis em cima do armário, ela puxa uma cadeira e se senta de frente pra mim.
--- Celina Rose Lawrence, você tem apenas 19 anos e é procurada pelos assasinatos de dois soldados, sendo um deles filho do primeiro ministro do país... a senhorita tem uma ficha e tanto ao seu respeito. Não me surpreende que tenha um preço pela sua vida. --- Ela diz e eu a encaro friamente.