Capitulo sete: Instruções

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Capitulo sete

Instruções

– Mantenha o foco! - Dylan diz para mim. - Agora, tente se livrar de mim e da adaga

Tento me soltar, sair debaixo dele. É quase impossível, pois, ele tem o dobro de meu peso e de meu tamanho. Ele segura uma adaga em meu pescoço e suas pernas prendem meus braços.

– É meio difícil com você apontando uma adaga para mim! - Respondo irritada. Estou suando e o sol não está cooperando com ninguém aqui. Dylan se levanta e oferece a mão para me ajudar. Estou acabada depois de a tarde inteira escalando, correndo e atirando armas; me levanto com a ajuda dele.

– Tem que se concentrar Chloe. Já estaria morta nessas horas. - Diz ele agora como a voz calma. Estou arfando e faço sombra no olhos com uma das mãos para me proteger do sol. E, mais uma vez, as mudanças de humor dele.

Estou prestes a responder quando percebo uma agitação mais a frente de nós. Troco um olhar com Dylan e depois nos aproximamos da multidão. Meus batimentos aceleram só de pensar que alguém pudesse ter se machucado ou sido morto por um dos caçadores. Relaxo quando vejo apenas a diretora chamando todos os campistas.

Ela manda sentarmos para conseguirmos ouvi-la melhor. O silencio que eu particularmente odeio nesse lugar se estabelece a minha volta. Procuro saber se está acontecendo algo, mas, quando tento espiar dentro dos pensamentos de Brad ele me bloqueia novamente. Não sei o que aconteceu, a primeira vez eu consegui sentir o que ele sentia e pensar o que ele pensava, mas agora não consigo mais.

– Por hoje chega. Fizeram um bom trabalho para um primeiro dia. - Disse Maitê. - Agora, vão se limpar e depois jantaremos em um lugar fechado; por segurança.

***

Tomei um banho quente e meu corpo agradeceu quanto coloquei roupas limpas e não sujas de terra e suor. Enquanto Rose e eu esperávamos Lize sair do chuveiros, eu disse:

– Roze, tenho uma pergunta.

– Pode falar. - Diz ela. Seu nível de animação diminuiu depois de tudo o que aconteceu hoje.

– Você disse que tinha descoberto seus poderes há dois anos. Agora, me diz que é imortal. Como? - Pergunto tentando esconder o tom de acusação por ela ter mentido.

– Desculpe. Achei que não era necessário você saber sobre isso. Não importa; sério. - Respondeu ela com a voz cansada. Não insisto no assunto por que, de certa forma, eu entendia o ponto de vista dela. Não importa o que você é, mas o que você faz.

Lize acaba o banho e seguimos para a ala sul. Lá, havia uma outra cabana enorme e sem janelas, somente com portas duplas. Quando entramos, as três mesas estavam lá, e havia uma outra redonda em um canto onde se encontravam os contadores e Maitê.

Me sentei ao lado de Lize e começamos a tomar o café da manhã. Eu sabia que tinha que comer bem pois, hoje seria mais um dia de treinamento pesado e cansativo. Fiquei olhando para a mesa redonda no canto quase a metade do café; desviando o olhar quando alguém de lá notava.

– Campistas! - Fala Maitê elevando a voz. Todos nos viramos para ela. - Hoje, o treino será dividido. As Evolutas ficam na sala assim como os guardiões. Os outros, podem se retirar e começar a treinar. - Completa ela.

Lentamente as pessoas começam se retirar. Me despeço de minhas amigas e só restam eu e mais dezesseis meninas na cabana. Além é claro, de os dezessete guardiões e os contadores. Me espanto vendo que os guardiões não são todos meninos. Há umas seis garotas na fileira onde todos se encontram.

Me junto á uma grupo que as Evolutas estão formando na frente da diretora e percebo que estou tensa. Tudo aquilo, tudo o que está acontecendo, está virando uma bomba de nervos dentro de mim que uma hora vai explodir.

– Evolutas! Hoje, vocês treinarão sozinhas com seus guardiões. Um teste novo testará seus poderes e veremos o quanto conseguem se sair bem no quesito "magia". - A diretora continua e quase nem percebo quando um microfone surge a sua frente. - Boa sorte. E tenham cuidado.

***

Nunca vi tanto poder em um lugar só. Todas as Evolutas e todos os guardiões e guardiãs no mesmo lugar. Dylan me disse que ele pode se transformar em qualquer coisa e também em sombras ou vultos. Agora eu entendi como ele virava sombra e me seguia. Ainda estou com raiva disso.

Nos afastamos dos outros campistas e agora ele está parado atrás de mim sussurrando em minha orelha.

– Imagine, a pessoa que você mais ama em perigo. Particularmente nas mãos de um dos caçadores; o que você faria? Lembre-se não tem uma arma e não pode se oferecer para morrer no lugar dela.

Tento me concentrar, mas, é impossível. Não sei por que, mas eu não estou conseguindo manter a calma e as palavras dele não me ajudam muito. Imagino minha mãe sendo morta pelos caçadores. Imagino-me na situação de Brad e percebo que estou mal por ele ainda. Respiro fundo e limpo minha mente de tudo isso.

– Agora, imagine o que deteria um deles de matá-la. Tente usar a ajuda que está a sua volta. o clima, os pensamentos deles, tudo. As emoções que pode controlar.

Respiro fundo outra vez. Nãos sei o que eu espero que aconteça, mas, imagino chuva. Uma tempestade caindo. Tenho certeza de que chuva não deteria nenhum dos caçadores de me matar ou a minha mãe. De repente, fio molhada.

Abro os olhos e encaro Dylan surpresa. Há nuvens em cima de nós dois e ambos estamos ensopados. Agora, imagino granizo. Milhões de pedrinhas de gelo branco caindo e caindo a toda velocidade. Sinto dores na cabeça e nos braços quando uma das pedras me atingem.

– Chuva? Sério? - Diz Dyan elevando a voz diante dos trovões e raios que começão a cair. - Chloe pare com isso senão você vai...

Sinto uma onda de eletricidade percorrendo meu corpo todo. Estou a mil e meus pensamentos avançados demais. Ideias novas vem a minha mente. Chuva, granizo, raios, trovões... Furação. A adrenalina corre em minhas veias a toda velocidade e...

Acordo com Lize pressionando um pano gelado em minha testa.

Acampamento: DarkshadowOnde histórias criam vida. Descubra agora