POLIUS - A Alvorada De Um Novo Mundo.

Capitulo 2 - Um Péssimo Desempenho.

Polius é dividida como um pentagrama, cada ponta da estrela indica o território de uma raça, o meio da estrela é Arcadia, um pais neutro e gigantesco onde todas as raças são bem-vindas, pelo menos era oque eu pensava. Arcadia era de fato um país enorme e evoluído, em minha viagem para conhecer minha nova escola a qual meu avô me colocara sem meu consentimento com a desculpa de que "Vai ser bom pra você meu neto, seja sábio" que pra ele pode justificar qualquer coisa, ele já havia dito a mesma frase para me forçar a lavar pratos ou limpar a casa.
  Minha escola se localizava em Nova Safira , uma cidade enorme composta por bairros ricos e grandes arranha-céus onde os superiores trabalhavam em suas novas maquinas ou armas,as pessoas andavam pela rua apressados ou ocupados no telefone como se andassem no automático com ternos e gravatas , pude até mesmo ver um bruto usando um terno que não parecia lhe servir muito bem mas resolvi que era melhor me afastar quando um dos botões de seu terno foi arremessado contra o olho de uma pessoa distraída , comparado a tudo ali eu era quase como uma formiga, porem como amaldiçoado não me destacar muito fazia parte do trabalho. Vestido com um uniforme escolar azul e branco com um pingente de duas asas no peito , uma calça jeans rasgada eu era apenas mais um estudante comum.
 Ao caminhar um pouco por Nova Safira finalmente encontrei a rua certa, estava na esquina da empresa Superiores RLS LTDA , quando um prédio imenso chamou minha atenção.Um castelo reluzente com pelo menos o dobro do tamanho de todos aqueles aranha-céus podia ser visto,no portão a sua frente podia se ler "Asa Oeste de Arcadia" Escola preparatória para jovens descendentes.
 Na portaria havia uma mulher enorme com 2 metros de altura e músculos que fariam até mesmo Hércules, um grande herói bruto pensar um pouco antes de arrumar briga com ela.Ela se levantou e me olhou com olhos vermelhos e uma expressão desanimada ,como se tivesse perdido a hora da soneca.

  -Asa Oeste de Arcadia,Seja bem-vindo - Disse a mulher com uma voz sonolenta,após um bocejo ela pegou uma prancheta .- Nome e Raça por favor?

Tudo bem, é normal não saber de imediato qual a raça de alguém só pela aparência com a exceção de alguns brutos monstruosamente bombados no caso dela, e com os amaldiçoados no meu caso . Todos nós temos cabelos brancos e olhos roxos, é uma característica unica de nossa raça,meu avo dizia que somos amaldiçoados por Apólico , e por isso temos essa aparência semelhante a de Sirus, o primeiro amaldiçoado por nosso deus.

-E-eu...Sou um Amaldiçoado.- Disse relutante, era fácil perceber isso mas ela notavelmente não parecia ter perfil para a vaga de porteira, quem sabe uma demolidora...- Zeix Stoll.

Ela folhou a prancheta e apertou um botão, o portão então se abriu tão devagar quanto uma tartaruga, pelo visto eles investiam tanto em educação que haviam esquecido de comprar uma lata de graxa.

Certo,pode entrar - A mulher então bocejou e tomou seu posto sentada na cadeira e colocou um jornal no rosto.-

Entrei pelos portões, o castelo era enorme , um jardim lindo com varias rosas carmim haviam florescido em arbustos verdes com formatos ovais, varias tulipas e tipos de flores que eu jamais havia visto em meu lar.Era possível ver varias placas nas paredes indicando o local para os novos alunos se encontrarem.
Seguindo as placas me deparei com varias figuras estranhas em meio a um enorme patio, pessoas vestindo uniformes brancos e azuis com um pingente de duas asas em seu peito.Conseguia diferencias algumas raças facilmente, pois os brutos costumavam andar em bandos e somente um imbecil não perceberia aqueles gigantes de dois metros de altura brincando de queda de braço.
Alguns anjos voavam em torno da escola apostando corrido enquanto pessoas que eu julguei serem superiores estavam estudando em um tipo de roda coletiva de conhecimento.
Os cavaleiros se davam socos no rosto para testar a resistência e a força de sua pele dura.
E bom... Eu era como um pontinho cinza no meio de tudo isso, o único amaldiçoado da escola era eu pelo que podia ver, e isso de fato fazia com que eu me sentisse cada vez mais deslocado.Finalmente comecei a chamar atenção, alguns alunos começaram com cochichos que logo se tornaram um tipo de conversa desenfreada que passou de raça para raça até que alguns alunos  lançaram olhares de intimidação para mim
Vamos falar de primeiras impressões e porque nós amaldiçoados causamos sempre a pior delas.
O preconceito em Polius é enorme, brutos e cavaleiros se odeiam, mas essa rixa foi herdada de seus deuses, pois Tyrannos e Stratos se odeiam.O superiores desprezam qualquer raça por bem...Se acharem superiores a todos, e os anjos não tem nenhum tipo de preconceito, eles são os verdadeiros detentores da paz como seu deus ensina.
O problema é que quando o assunto somos nós amaldiçoados, todos nos odeiam...Em parte porque Sirus venceu a batalha, Em parte porque somos trapaceiros natos pois somos filhos do deus da enganação.Mas normalmente somos os que mais sofrem com o preconceito racial em Polius pelo simples fato de que sem alguém para odiar, as raças provavelmente teriam entrado em guerra a muito tempo.
 O ódio cessou tão rápido quanto começou,uma voz feminina grossa vinda de alguns megafones  que fariam qualquer machão ter calafrios na espinha começou a falar .

-Todos os alunos se direcionem para suas salas, o exame de iniciação ira começar.

Eu estava perdido, vários alunos andavam em direção a salas e corredores enquanto eu estava no meio do patio sem noção alguma do que seria esse tal exame e qual era minha sala,pois não havia recebido qualquer indicação da mesma.Eu corria de um lado para o outro em busca de informações porem ao me aproximar demais de alguns alunos era afastado por seus olhares de ódio e repulsa, no fim me encontrei parado em um corredor com portas fechadas.

  Vai ser bom pra você meu neto, seja sábio Blá Blá - Disse sozinho com raiva e sem esperança alguma de continuar naquela escola, o meu primeiro dia e já havia perdido seja lá oque for esse exame ridículo. pude escutar alguns passos atras de mim  como se alguém estivesse correndo desesperado , mas ao me virar me deparei com uma gigantesca pilha de livros caindo em cima de mim.
 Minha ultima memoria sobre esse incidente foi de uma pilha de livros enormes desabando em cima e mim e uma voz feminina que ecou na minha cabeça antes que eu perdesse a consciência.
 - Pelos deuses você esta bem ? .-