SOL E LUA: As Herdeiras Do Trono [Livro 1]

2) VIDA HUMANA ( Parte 1 )

10 anos depois

Solaria narra...

Acordei com minha mãe berrando meu nome, olhei no relógio do meu celular, era 7:30, ou seja eu estava super atrasada, me troquei bem rápido e corri pra cozinha.

Meu nome é Siena, tenho atualmente 14 anos, tenho cabelos ondulados em um tom de castanho claro com um toque alaranjado, uma coisa meio esquisita

- Atrasada de novo - minha mãe diz - corre senão o porteiro te tranca pra fora

Aquele era o sonho dele, o porteiro me odiava com todas as forças, fui obrigada a odiá-lo também.

Peguei minha mochila e corri feito louca. Pude ver por alguns instantes carros de mudança na casa ao lado muito provável que teríamos vizinhos novos. Mas bem, não me importei muito, tinha problemas maiores.

Corri, corri, corri, cheguei e entrei no último minuto, por sorte o porteiro não me tranca, pude ver o olhar de decepção dele.

- Rá! Boa sorte na próxima vez Charles! - gritei rindo e correndo pra sala

Passei deslizando no chão pelo professor que chegava na sala, me sentei na minha carteira como se não fosse nada demais.

O professor resmungou algo sobre não ser pago o suficiente pra isso, era perceptível que ele queria sair dali ou se jogar da janela (Uma das opções) mas ele caminhou até sua mesa e começou a dar a aula.

Luna narra...

Meu nome é Alissa, tenho 14 anos. Possuo cabelos pretos totalmente lisos e estou prestes a mudar de cidade e escola... Mais uma vez.

- Mudar de escola nem sempre é ruim - minha mãe diz - você vai pra Hill's Roseau High, eu estudei lá quando criança

Suspirei, eu estava deixando tudo, meus amigos, minhas lembranças, tudo para fugirmos de meu pai, ele queria matar minha mãe por ter beijado um amigo dele, mas ela havia feito aquilo para salva lo da morte, meu pai estava muito doente, mas estávamos sem dinheiro para pagar as despesas do hospital, aí seu amigo disse pagaria as despesas se minha mãe o beijasse, na frente de meu pai, minha mãe já sem esperanças aceitou, meu pai ficou furioso, quando saiu do hospital bateu em minha mae, eu me intervi e disse que apoiava minha mae, que ela havia feito aquilo por ama lo, mas meu pai não me ouvia e tentou matar minha mãe e a mim!

Por isso fugiamos, de cidade em cidade

Enfim

Quando chegamos na nova casa eu arrumei minhas coisas e me sentei numa cadeira na nossa varanda de chão, de repente, vi uma garota sair correndo da casa ao lado, não liguei muito para ela.

Suspirei, respirei fundo e abri um sorriso, amanhã eu iria para minha nova escola, faria alguns amigos e ficaria na minha, sem arranjar confusão, sem arranjar problemas

Solaria narra....

Na hora do intervalo, eu peguei minha bandeja e olhei em volta, vendo com atenção os comuns grupinhos. Uma escola clássica, como todas as escolas clássicas, então obviamente tinham as panelinhas aleatórias da vida.

Havia o grupo das que se achavam as populares, comandado  Madilyn. Talvez ela ache que esteja em um filme adolescente americano, mas quem sou eu pra acabar com a brisa dela?

Havia o grupo problema, onde só haviam garotos problemas que os professores não conseguiam lidar.

Havia o grupo das Marias, que era composto por três garotas apenas, Madu ( Maria Eduarda), Maju ( Maria Júlia ) e Malu ( Maria Luisa ), elas faziam parte dos populares como Madilyn e suas seguidoras, só preferiam sentar só as três em uma mesa

Havia o grupo dos ultra inteligentes e etc.

E o dos que não se encaixavam em nada

Onde eu ficava? Em nenhuma mesa, eu comia meu lanche num banco perto de uma árvore e depois ficava na biblioteca, lendo, aquela era minha paixão. Eu tive um melhor amigo, mas ele havia mudado de escola e uma amiga de infância, que foi seguir o grupo da Madilyn, eu até havia ido com ela um tempo, mas tempos novos, pessoas novas.

Então, como todos os dias eu fui para a biblioteca.

- Oi Mare - digo ao ver a bibliotecária

- Oi Siena, ah! A coleção da Seleção chegou, se quiser dar uma olhada, está na terceira estante, na segunda prateleira

- Certo, obrigada - falei correndo até a prateleira, peguei o livro e me sentei num canto da biblioteca, onde ninguém me notaria

Quando o sinal tocou, peguei os livros que eu queria e caminhei pelo corredor olhando a folha onde estava escrito a data que eu teria que devolver os livros. Estava passando perto de algumas janelas quando os raios de sol iluminaram a folha.

Parei de andar e olhei para a enorme janela. O sol, como sempre, estava brilhando no céu com todo o seu esplendor. Tive um arrepio e desviei o olhar, não sei por que nem como, mas uma sensação inexplicável tomou conta de mim naquele momento, me senti.... Diferente....

Balancei a cabeça e continuei meu caminho, sem entender por que eu havia ficado daquele jeito

Suspirei e assim se seguia minha monótona e pacata vida

Bom, pelo menos era assim que costumava ser.

Continua....