Prelúdio a Destruição - O sussurro de Tuane

Antes de tudo acontecer

Antigamente as pessoas viviam a base de drogas sintéticas e próteses robóticas. Se alimentavam de lixo ou de escargô, dependendo de seu status social. A maioria rolava pelas trincheiras ou se amontoavam em pontes abandonadas, tomadas por containers que serviam como casa. Era uma época triste, onde a palavra destoante imperava sobre a verdade da terra.

A indústria era dona de tudo. Presidentes, ministros, coisa do passado. As máquinas reinavam na terra. O dinheiro mandava. Vivia bem, quem tinha o direito de criar, o direito de construir máquinas que regem o mundo. Os poderosos, como todo ser deturpado pelo poder, queriam prosperar eternamente. Eles buscavam alguma forma de se tornar imortais.

Em um certo momento da história, um meteoro caiu no meio de uma pequena cidade, da qual foi totalmente devastada pelo impacto, matando todos os seres que lá viviam. Esse meteoro, transformou o mundo. Ele possuía uma capacidade misteriosa de gerar vida. Tudo ao redor dele, começou a se alterar, as pessoas que supostamente tinham morrido com o impacto se levantaram, como fênix renascidas das cinzas. Elas foram alteradas. Ganharam capacidades sobre-humanas e imortalidade. O meteoro ao entrar em contato com o solo, espalhou pelo mundo todo, cristais azulados, que funcionam como o alimento dessas pessoas alteradas, esse alimento é a chave da imortalidade deles. Essas pessoas ficaram conhecidas como os Deuses das Cinzas, devido ao evento de sua ressurreição. Logo, o mundo todo voltou seus olhos para o pequeno vilarejo de Deuses, logo, a ganância dos poderosos pelas suas capacidades extraordinárias rompeu em uma guerra contra os Deuses das Cinzas.

Os cristais azuis são uma fonte de energia misteriosa, da qual cientistas tentaram decifrar suas nuances, porém, sem muito sucesso. Pessoas normais que consumiam o cristal, morriam de uma forma dolorosa. Todo o sangue de se corpo virava pó, e o ser agonizava até sucumbir. Os donos do mundo, queriam essa capacidade para eles. Queriam se tornar Deuses das Cinzas, e após diversos estudos e esforços, viram que a única forma de isso acontecer, seria estudando o corpo dos seres alterados.

Os Deuses das Cinzas se isolaram em seu próprio mundo, devido a represália que sofriam por serem diferentes e por não serem mortos pelos cristais. Todas as mortes a humanos normais, causadas pelos cristais, foram aferidas a eles. A propaganda, feita pelos donos do mundo, fazia com que essa imagem maléfica de tais criaturas, ficassem ainda mais forte. Porém, a realidade era que, eles evoluíram, fisicamente e mentalmente, encontraram a paz, através de seus próprios meios, e queriam compartilhar isso com o mundo.

Após alguns anos, a energia dos cristais começaram a ficar mais forte, causando morte a quem estivesse perto de um. Os Deuses da Cinzas possuíam a resposta para o fim disso, porém, os donos do mundo, nublaram isso, reduzindo a existência deles a meras bestas selvagens e dignas de aniquilação, diante dos olhos da população mundial. E foi o que aconteceu.

Logo os donos do mundo começaram a recrutar pessoas dispostas a acabarem com a praga que aos seus olhos, assolava o mundo para os seus exércitos. Cada membro novo do exercito criado pelos poderosos, era amplificado, ganhavam um novo corpo, um corpo cibernético que ampliava suas capacidades físicas e mentais. Cegos pelo ódio os voluntários foram enganados. Suas mentes foram dominadas a partir dos implantes colocados em seus cérebros, e agora, eles não passavam de marionetes, prontas para lutar pelo capital alheio.

Uma guerra, regida pelos donos do mundo, conhecida como a Guerra das Cinzas foi travada contra os Deuses. Os donos do mundo por saberem da capacidade deles de absorver a energia dos cristais para ganhar imortalidade, desenvolveram ciborgues, capaz de matar os Deuses. Esses ciborgues possuíam armas que os reduziam a pó, instantaneamente. Diversos morreram. E vendo a derrota eminente, resolveram usar o meteoro como arma final, para acabar com a era de terror na Terra. Os Deuses remanescente se reuniram ao redor do meteoro e oraram, pedindo ajuda, pedindo que a terra novamente vivesse em paz. E assim, seus desejos foram concedidos.

Todos os cristais restantes na Terra, começaram a voar em direção ao meteoro. E a cada cristal absorvido pelo meteoro, ele ficava mais brilhoso. Uma energia azul, cintilante, que fez os Deuses ao redor do objeto entrarem em transe. Os Deuses das Cinzas estavam cercados, por milhares de ciborgues. Todos pronto para aniquilar os seres remanescente. E então, quando primeiro robô puxou seu gatilho, o meteoro explodiu.

A explosão novamente transformou a terra. Todos os humanos foram extintos, em um estalar de dedo, explodiram, como balões de aniversário. Nesse dia, a terra foi pintada de vermelho. Sobreviveram, apenas as máquinas, os ciborgues. Até os Deuses das Cinzas remanescentes, morreram, em um último sacrifício, em busca da paz. Após isso, o meteoro, virou apenas uma pedra normal. Perdendo seu brilho e sua capacidade de gerar vida. Porém, algo inesperado aconteceu. As carnes e órgãos dilacerados pela luz ofuscante começaram a gerar vida, como em uma simbiose que se alastra por tudo que toca. Em um certo momento, essa simbiose tocou os ciborgues e disso, nasceram os novos seres que iriam andar sobre a terra.

Esses ciborgues, metade humanos, metade robô, antes da explosão, eram controlados pelos donos do mundo, porém após o evento, eles foram libertados de seus cárceres mentais. Rapidamente esses seres evoluíram, e se denominaram de novos habitantes. Criaram cidades, e com a ajuda da simbiose, trouxeram de volta os animais, rios escaldados, montanhas e outros recursos necessários para a sobrevivência da espécie. Por algum motivo, esses seres eram bondosos, como se a vontade dos Deuses das Cinzas tivesse se fundido a suas índoles. Essa era uma raça totalmente plural, em relação a aparência e costumes. Fadas, centauros, dragões, todos os tipos de bestas mágicas e raças que a imaginação humana já pensou, existia naquele mundo perfeito. Era um momento de paz, onde a terra culminava na mais perfeita paz. O meteoro, era tido como o símbolo da nova gênesis, o marco zero, onde tudo começou a se modificar, onde tudo mudou.