Capítulo 68

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Se prepara que lá vem MARATONA.

1/3 caps.

Felipe

Guilherme abre a porta do apartamento e entra, eu o acompanho logo em seguida.

Bryan, Miguel e Amanda estavam na sala conversando, mas assim que eles me vêem param a conversa.

- Aonde você estava? - Bryan se levanta vindo em minha direção - Eu liguei para o seu pai e ele me disse que você não dormiu lá.

- E não dormi. - Desvio dele e vou em direção ao meu quarto, não estava afim de conversar com ninguém, já não bastou o Guilherme me enchendo o saco no carro.

Achei que ele seria o que menos ficaria no meu pé, mas me enganei.

Assim que eu abro a porta do quarto meu coração para de bater por um instante. Não era possível.

O quarto estava praticamente vazio, parecia o mesmo quarto de quando o quarto era só meu.

Só havia minha bagunça.

Me desesperei.

Abro a porta do banheiro e ele estava todo arrumado, só tinha minha escova de dentes, meu shampoo e uma pasta qualquer jogada na pia.

Cadê as coisas dela?

As maquiagens, escova de dentes, escova de cabelo, shampoo, as hidratações dela que viviam jogadas no banheiro não estavam mais.

Não Hannah, por favor...

Volto para o quarto e abro o guarda roupa aonde ficavam suas coisas.

Ele estava vazio, só havia uma peça de roupa pedurada no cabide. Uma única peça, o moletom que eu tinha dado para ela no amigo secreto.

Eu não acredito que ela fez isso.

Retiro o moletom do cabide e caminho com ele até a sua cama e me sento na mesma.

Eu estava acabado, não acredito que realmente ela tinha ido. Eu não sabia mais o que fazer.

Pego o moletom e o levo até o rosto podendo sentir seu cheiro, o cheiro doce e que eu tanto amava.

Eu tinha que me controlar. Eu precisava me controlar!

#-*

Hannah dançava pelo salão com Beca, eu estava parado encostado perto do palco encarando-as.

Beca sorria tão verdadeiramente para Hannah que eu me admirava, com nenhuma namorada do meu pai ela fez isso, nunca sorriu dessa maneira tão sincera.

Olho para o lado e vejo que meu pai tinha vindo ao meu encontro, ele estava ao meu lado e aparentemente observando as mesmas pessoas que eu.

— Hannah tem o jeito da sua mãe. - Falou e eu tive que concordar.

Hannah realmente tinha a personalidade da minha mãe, talvez fosse isso que me fez diferenciar ela das outras garotas.

— Eu notei isso quando a conheci. - Continuou — Ela é uma boa garota filho, acho que você deveria investir. - Colocou sua mão em meu ombro.

#-*

- Eu estraguei tudo pai, tudo... - Sussurro e jogo o moletom para longe já deixando as lágrimas escorrem pelo meu rosto.

Eu estava me sentindo frágil, me sentia como uma criança.

Eu a perdi, não iria mais vê-la sorrir para mim, eu amava quando ela sorria, um sorriso doce que era capaz de acalmar todo o caos dentro de mim.

Eu amava quando ela me olhava.

Eu amava quando ela me tocava.

Eu amava quando ela me beijava.

Droga, eu a amava!

"Percebi que estava tocando uma música na cafeteria, era uma música lenta, ótima para se dançar.

Me levanto e pego na mão de Hannah.

- O que você ta fazendo? - Ela pergunta sem entender e se levantando.

- Te tirando do tédio. - Sorrio e puxo seu corpo para o meu."

- Momentos, droga de momentos! - Grito e soco a parede.

Não estava conseguindo me controlar.

Eu não conseguia! Eu só preciso dela! Só dela!

Hannah

Abro a porta do quarto do hotel e sinto um cheiro de lavanda.

Eu iria ficar aqui essa noite, eu precisava sair de lá, eu estava no espaço dele e não era justo continuar lá.

Eu já havia me despedido de todos, até de Alice. Eu sei que iria embora amanhã mas eu tenho que acostumar com a dor da saudade desde já.

Eu ainda não tinha falado com Ramalho, iria hoje mesmo falar com ele e me despedir da Rebeca.

Vazio.

Esse quarto não era tão grande mas transmitia uma solidão tão grande, o que facilitava para meus pensamentos irem direto a ele.

Me jogo na cama observando o teto branco e sem vida.

Na cômoda ao lado tinha um pequeno rádio, o ligo e estava se iniciando uma música.

Ah não...

Photograph.

Porque tudo ao meu redor tinha que trazer ele para mim? Eu não aguentava mais isso, era sufocante.

Eu nunca conseguiria seguir em frente desse jeito.

#-*

Felipe entra no quarto e me assusto, me ajeito na cama fingindo dormir e fico ali quieta e com os olhos fechados esperando alguma reação dele.

Um tempo depois, uma voz suave começa a soar pelo quarto.

— Loving can hurt, loving can hurt sometimes

Não me seguro e abro meus olhos para admira-lo. Seus olhos estavam fechados enquanto cantava.

Tão lindo...

— But it's the only thing that I know

— When it gets hard, you know it can get hard sometimes

— It is the only thing makes us feel alive

— We keep this love in a photograph.

Ele cantava tão bem, com a alma... Era impossível não se encantar.

#-*

Sem perceber lágrimas já desciam pelo meu rosto. As seco rapidamente e mudo a estação.

No Mesmo Quarto [Concluído]Where stories live. Discover now