Crônicas da Meia-Noite

Alone

Nunca imaginei que estaria debruçado no parapeito da minha sacada, fumando um "bom" cigarro, bebendo uma cerveja qualquer e escutando o doce som do vazio. Analiso bem a vista que estou tendo, vejo apenas uma floresta envolvida com uma profunda escuridão. Não há nada para iluminar aquela floresta...

Não sei se seria uma metáfora para descrever o que estou sentindo ou apenas uma descrição da realidade. O que estou sentindo é ainda mais profundo que isso. Estou quebrado, vazio, sentindo-me sozinho mesmo cercado de pessoas que me amam e que gostam de estar perto de mim. Não me sinto confortável pensando essas coisas, até porque é rude. No entanto, diferente de muita gente que se sente assim, eu amo essas pessoas, amo a energia delas a minha volta.

Contudo, não me sinto como se eu tivesse ali. Sinto-me como se apenas meu corpo agisse daquela forma, mas minha alma está...

Está dentro da escuridão da floresta. Sozinha. Desolada. Triste. Chorando. Não conseguindo encontrar uma luz.

Se ao menos existisse alguém... Alguém pra estender a mão e me tirar da escuridão...

Eu ficaria aliviado.

Aliviado em saber que existe uma pessoa que possa me tirar da escuridão. Uma pessoa que não quer que eu fique sozinho. Uma pessoa... Pra me amar...

Estou fantasiando sobre tudo isso. Não existirá uma, duas, mil pessoas pra me tirar totalmente da solidão.

A solidão da minha alma é eterna.

Tentei de diversas formas não me sentir assim. Tentei... Tentei... Desisti... Não há nada... Assim como não há nada na floresta escura que estou admirando como se fosse uma velha amiga.

Não sei se isso seria um pedido de socorro da minha alma. Porém, mesmo sozinho, quero aproveitar ao máximo as pessoas a minha volta.