Crônicas da Meia-Noite

Loved?

Queria poder escrever tudo o que eu sinto. Todas as angústias que se passam em minha cabeça. As dores que tomo numa garrafa de cerveja.

Todos os dias é a mesma coisa, com a mesma pergunta: "Um dia serei amado?"

Tenho em minha cabeça e nos cigarros que trago um estranho pensamento onde eu seja difícil de ser amado. Deve ser complicado amar alguém como eu, cheio de inseguranças, medos, sonhos impossíveis, baixa autoestima...

Como eu posso ser forte para as pessoas começarem a me amar? De onde tirarei tal coragem? Pra mim é inútil eu tentar fazer algo para mim mesmo.

Aliás, a melhor coisa que eu faço é fugir.

Contudo, ao fim de cada dia, quando a noite chega, lá estou eu afogando minhas mágoas com latas de amargura e tragando ódio.

Ódio do meu ser por ter me levado a esse destino tão... Complicado.

Talvez pedir a deus que alguém me ame seja algo exagerado. Tenho que mudar minhas atitudes, agir de forma correta, ser mais astuto e ter certeza no que eu quero.

Mas... Mas...

Não consigo.

É do meu feitio colocar-me para baixo. Dizer-me que sou ingênuo ao ponto de não querer mudar meu jeito de ser na esperança que alguém goste de mim assim. É complicado. Lá vamos nós de novo, mais lágrimas desnecessárias correndo pelas minhas bochechas enquanto bebo inseguranças e trago minha própria decadência.

Decadência essa que já ocorrera há anos quando não pude mais continuar meus projetos, não pude mais me relacionar com pessoas por puro... Medo? Não, não é medo que eu chamo. É apenas a minha insignificância em não conseguir ser amado por alguém.

Gostaria que alguém me amasse, porém não quero que a pessoa sofra por causa das minhas ações, inseguranças, baixa autoestima, vontade de não querer conversar com ninguém, desinteresse...

Talvez eu que não queria ser amado.