CAPÍTULO 2

77 14 0
                                    

Harley girou entre os dedos a faca e com um movimento muito rápido lançou-a e ela cravou no olho do guarda.

Ele correu o máximo que podia para alcançar o caminhão dirigido por Nathan, que carregava os lobos salvos, e saltou mais de dois metros; e entre um rosnado feroz, agarrou-se à porta da carroceria do caminhão, que bateu contra a carroceria quase o derrubando, mas ele lutou bravamente para se segurar.

Os tiros não cessavam atrás dele e ele recebeu mais de meia dúzia de balas em seu corpo enquanto tentava desesperadamente se segurar na porta do caminhão que, aberta, se balançava para frente e para trás, desgovernada.

Quase não tinha mais forças para se segurar. Noah rosnou alto e saltou, agarrando a porta com uma mão e Harley com a outra quando ele, quase desacordado, soltou da porta.

Erick rosnou e saltou para a borda e agarrou Noah para ajudá-lo a puxar Harley e voltar para dentro do baú do caminhão.

Os três tombaram no chão em um baque dolorido e gemeram no processo.

Noah saltou em alerta e olhou para Harley e Petrus, inquisitivo, querendo saber o que eles estavam sentindo, as condições que se encontravam, seus ferimentos.

Petrus soltou a metralhadora que segurava numa mão e examinou Harley, mas também quase tombou, dolorido pelos próprios ferimentos. Estava muito ferido, mas nada o impediria de tentar de todas as formas ajudar seu irmão na fuga.

Enquanto Harley ofegava pela dor e tentava recobrar a visão e o resto de seus sentidos, Sasha e mais dois de seus homens estavam em pé na porta, descarregando suas potentes armas militares contra os carros que os seguiam, e podia dizer...

Eles os fizeram de peneira e os viram capotar e explodir, como deveria ser o destino dos vermes torturadores de lobos.

Sasha era implacável com o inimigo.

Ao mesmo tempo que vivia soltando piadas fazendo todos rirem, ele era focado na missão de uma maneira que Noah admirava e faziam seus lobos confiarem nele.

Ele sabia o que fazia. Ele era bruto e não tinha misericórdia, se fosse uma ameaça a um lobo, era facilmente morto pelo mercenário ou seus homens.

Noah alertou seus lobos para que confiasse neles, pois não eram homens comuns, eram homens afastados das Forças Armadas dos Estados Unidos, por ainda possuírem problemas psicológicos sobre a guerra, e por carregarem medalhas de honra e agora se tornaram mercenários em busca de fazer justiça com as próprias mãos.

E haviam tomado a causa dos lobos com suas próprias vidas.

Antes de perder a consciência, perdido na dor horrenda que dilacerava seu sistema, pensando que aquele seria seu último momento de vida, Harley viu Sasha jogar uma granada no carro que insistiu em segui-los.

Harley sentia o peito queimar, a respiração falhar e olhou os dois buracos de bala em seu peito que sangravam e suas vistas escureceram; porém, a última coisa que ouviu foram as múltiplas explosões que fizeram o laboratório, que havia o aprisionado por tanto tempo, sucumbir além dos gritos de Petrus.

— Irmão, fique comigo, por favor! Harley, aguente, você vai conseguir, estamos indo para casa. Harley! Harley!

— Harley!

Com custo, Harley despertou do seu sonho, abriu um olho e viu a imagem turva de Petrus no pé de sua cama e soltou um gemido misturado com um grunhido.

Todos seus músculos estavam doloridos e sua cabeça doía como se tivessem várias facas fincadas nela.

Talvez fosse uma ressaca.

O REGRESSO - Os Lobos de Ester - Livro 5Where stories live. Discover now