A.N.T. ologia

Vamos começar pelo mais obvio e transversal: Sou uma profissional.

Não, não sou uma "profissional", nada de aspas por favor. Muito respeito por essas senhoras que são elas que dão literalmente o corpo ao manifesto. Essas e os jogadores de futebol, mas isso não outros quinhentos. Considero-me uma profissional, com uma carreira curta e de jovem idade, mas, sim sou uma profissional.

E sabem que mais? Ser profissional e a maior bosta que se pode ser. Eu sei que agora tudo é considerado trabalho, mas que raio de vida é esta que "ser profissional" significa viver para o trabalho e não trabalhar para viver. Viram aqui a minha categoria a aplicar um eufemismo? Se chamarmos viver a pagar as contas e impostos à grande e ficar no sofá a ver rtp2 então siga, isto sim à vida a lagardé. Que ceita é esta em que vivemos que os valores que nos incutiram é trabalhar 40 e tal anos para ver se aguentamos chegar à reforma. É isto viver?

Ai não, calma aí, ser profissional é ter objetivos e desenvolver projetos e manter-se focado. Só tenho duas palavras a dizer, e até as vou dizer em Inglês: FUCK YOU! Gastar a vida a trabalhar mais de 1 terço do nosso dia, todos os dias até à velhice não é vida meus amigos. Se vos disseram como a mim, fomos enganados e queremos devolução.

Não vou entrar aqui em politiquices e racionalizar a coisa parece-me que ser profissional é uma frase motivacional que nos enterram na cabeça sobre ganhar dinheiro para ter ou dar uma vida melhor, quando na realizada é recondicionar seres humanos para a máquina económica que deriva sempre no bolso dos outros. E quais outros? Os "ados": os subsidiados, os coitados, os da"put"ados e demais corja que os rodeia, políticos em geral e senhores com bolsos cheios que gostam do poder de controlar pessoas tipo hunger games. Sim, são esses que jogam com a vida dos profissionais e que se lhes dá na real gana nos mandam para o caralho. É assim. Ser profissional é gastar a nossa vida a lutar por uma classe media esmagada que se atropela e mata por uns trocos a mais. Eu sou mais um tributo, e não serei nenhuma katniss porque não percebo puto de arco e flecha e morrerei nos primeiros 5 min.

E é isto que me fode mesmo as ideias.

Eu até quero ser produtiva e fazer o mundo evoluir e ganhar dinheiro com isso mas o que exigem são carinhas larocas sempre de sorriso estampado que sejam de uma raça alienígena superior e não tenham doenças, nem família de velhos ou doentes, se nem tiverem família melhor e que vistam a camisola por uma empresa que manda mais do que nós na nossa própria vida e exigem respeito enquanto nos enrabam a frio. Sabem tipo aquele marido violento que até põe comida na mesa e por isso se continua a levar porrada.

Então, se ser profissional não é bom que podemos ser, tipo SER.

Isso são cenas dos próximos capítulos caralho.

Mas só uma nota, que volto a escrever: não vivas para trabalhar, trabalha para viver e manda o resto se foder...

Que giro até rimou...