Embirrar, o verbo

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Este capítulo é muito especial para mim. Ainda não tínhamos chegado a esta ponto, mas quem leu nas tags #borderline já vai saber o que é.

Eu embirro com as pessoas.

No geral.

Com toda a gente.

Sim, até com o meu próprio filho e companheiro.

Pronto. Está escrito.

A culpa não é só minha, mas admito para aí uns 55%.

Tendo eu uma personalidade fantástica, bhlac, ou seja, personalidade limítrofe, um dos meus grandes dilemas é o pensamento rápido e a preto e branco. E não, não é como nos filmes antigos. É mais ou menos assim:

- És muito competente, mas não te curto nem à pedrada - e logo de seguida;

- ó coitada também não é preciso fazer-lhe a vida tão negra.

Viram, é claro que com ou sem a minha linda personalidade toda a gente embirra com certas coisas ou pessoas de forma pontual. Tipo há quem embirre com a higiene e que se pode fazer, não é?

No meu caso, eu embirro comigo própria. Sim é verdade, dá pena ver alguém dizer-se a si mesma que não vale nem uma saca de 30 mil putas. Não é exagero, é a pura verdade e admitindo isto tenho imensa pena de quem convive comigo. Não sei como ainda respiro.

Em especial neste capítulo quero escrever sobre uma birra que eu tenho há 3 anos com uma colega de trabalho. Para este caso vamos chamá-la de Josefina, e desde já as minhas desculpas para todas as Josefinas que há por aí.

No primeiro dia que pus a vistinha na Josefina fiquei-lhe logo com um pó que não saía nem sacudindo. Não foi sexto sentido nem nada. Foi mesmo a história previa que envolveu a sua contratação e pormenor super importante, eu não sou gerente nem mando nas contratações. Isso não me privou, nem priva de lhe ter um ódiozinho de estimação.

O início foi doloroso, para ela claro, porque eu siderava-a com um olhar e ela como super eficaz e competente, identificou-me como pessoa a conquistar ou alvo a abater.

Tivemos embates sérios, gritei e voltei a gritar e muitas vezes fui forte o suficiente para não lhe partir a cara. Como não ganhei na birra decidi mantê-la como aquela boba de estimação e o foca e conversas era "eia, tu já soubeste o que fez a Josefina?", ou "olha que puta de bicho raro ela é", "é mesmo de puta". E por aí em diante.

Pausa agora para mim mesma: já sei que só lhe dou importância e que me devia abster a fazer o meu trabalho e ignorá-la. Mas não dá. Não dá mesmo, já tentei.

Dava para fazer um livro só deste bicho.

E a bruxa sabe que a odeio. E tenta aproximar-se, tenta copiar-me, tenta ganhar-me, mas é aquele nível de repulsa inultrapassável. É que vos juro que a paz mundial dependesse de lhe ganhar respeito estava toda a gente condenada porque me é humanamente impossível. É mencionar "Josefina" e já está o meu radar a funcionar "danger, danger".

Estive mesmo a panicar com este embirramento, agora apesar de me enervar levo mais na desportiva. E já me parto a rir com a estupidez da "Josefina". Ela faz-se de estúpida, mas não do ponto sem nó e é deste tipo de gente eu queria era distancia em quilómetros.

Toda a gente tem gente que não gosta. O meu companheiro e amigas basta olhar para alguém que a resposta é logo não, e é não mesmo. E quando pergunto porque a resposta é: pau no cú dele não gosto e pronto.

Eu sou mais amável como toda a gente, menos com a "josefina" claro, e sou capaz de embirrar e depois já passa, e depois explosão outra vez e depois passa. Já se percebe o círculo certo.

Quem nunca embirrou com o chefe? Quem é chefe de si mesmo talvez. E volto a frisar que se eu fosse chefe de mim mesma até comigo embirrava. Mas fora de tangas, eu embirro com o meu chefe a dimensões categóricas, mas é tipo uma relação mentor/chefe. Enorme respeito pelo mentor, mas puta que pariu o chefe e vá chular horas extra a outra se faz favor.

Nestas coisas das birras, não é uma questão de ganhar. É uma questão de optar e não partir a cara de ninguém. É simples.

Até os 3 reis magos trouxeram birra, ou foi mirra? Oh esqueçam lá isso.

A.N.T. ologiaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora