Antes de sairmos do shopping, Théo resolveu passar em uma das filiais da Barcel's. Ele pegou todos os funcionários de surpresas, e parecia se divertir ao ver a cara de espantados do gerente e de seus subordinados tentando agrada-lo oferecendo águe e champanhe.
— Ele sempre faz isso. — Comentou Bernardo, com um sorriso teimoso no rosto. — Chega nas lojas de surpresas pra ver a reação das pessoas. E é sempre a mesma coisa, eles ficam bajulando-o.
— Era dessa visita de que ele estava fugindo quando esbarrou comigo?
— Ah não, ele só estava... Como é que vocês dizem? Ah, sim, tirando uma com a minha cara. Ele faz isso desde novo. As visitas são ideias dele mesmo.
— Vocês se conhecem faz muito tempo?
— Ah sim, eu e o Théo nos conhecemos desde que ele foi para a Espanha e entrou no internato. Além de ser assessor dele eu também sou amigo.
— Então você é espanhol? Você fala português muito bem.
— Sou sim, mas com português ainda me enrolo, com alguns termos, principalmente aqui no Pará. Eu tive aulas antes de vir pra cá e claro, aprendi muito com o Théo.
Théo agora sorria e posava para selfies com os funcionários e alguns clientes.
— Eu vim para o Brasil há um ano e pouco. Vim resolver os assuntos de interesses dele aqui. — Comentou Bernardo, respondendo uma pergunta que eu não fiz. — Enquanto ele ficou na Espanha se metendo em confusão.
No estacionamento nos dirigimos para um carro de luxo, o típico "carrão". Havia um homem bem grande, de terno fumando próximo, ele arregalou os olhos ao ver nosso pequeno grupo.
— Fumando de novo, Leonardo? — Chamou atenção Bernardo, não era uma bronca, era mais um lembrete. Não havia raiva em seu tom de voz.
— Perdão Senhor Bernardo e Senhor Théo. — O homem tentou esconder o cigarro, mas era tarde demais. De perto ele não aparentava ter mais de 30 anos. E o seu terno, que agora eu via com clareza, era um uniforme, com a logo da Barcel's.
— Não precisa se desculpar, Léo, passa pra cá o cigarro deixa eu acender um dos meus. — Théo sacou um maço de cigarro do bolso e acendeu no do homem chamado Leonardo. — Quer um Pher? — Me ofereceu.
— Eu tenho os meus — Falei pegando um maço também da minha bolsa. Théo acendeu pra mim.
Minutos mais tarde eu estava sendo bombardeado de perguntas dentro daquele carro que cheirava a novo e que era maravilhoso.
— Então, Pher, você é fotógrafo? — Perguntou Théo demostrando um interesse genuíno. Como o meu dia foi ficar assim, eu dentro de um carro com uma personalidade internacional.
— Bem eu tenho a fotografia mais como um hobby. Mas é necessário no meu estágio, trabalho em uma agência-barra-estúdio de publicidade.
— Falando nisso, Christopher, depois você me passa o modelo e a marca de sua câmera. — Disse Bernardo mexendo no tablet. Seu telefone tocou. — Não tenho esse número salvo. Quem será? Alô? Sim é ele... De onde você tirou essa informação?... Ah, obvio que foi isso, sim é verdade, ele está na cidade. Você pode entrevista-lo essa noite, ele vai participar de uma festa hoje à noite, vou lhe passar o endereço por mensagem... De nada querido.
— Deixa eu advinhar... a imprensa? — Deduziu Théo.
Bernardo só assentiu.
— Parece que uma das funcionárias da Barcel's daqui já postou uma selfie com você. Não é maus surpresa. Como é que vocês falam? Égua, né? Égua!
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Equinox
RomancePher é um jovem universitário mau humorado, que acabou de terminar um turbulento relacionamento e vê sua vida tomar um rumo inesperado com a volta de seu velho amigo, o jovem rico e sedutor, Théo Barcel. O que ele não sabe é que essa aproximação pod...