-Coitado do entregador- falou Arthur.
-Ele realmente veio até aqui?- perguntou Sofia.
-Sim, foi por isso que vim buscar água, ele estava acabado- respondeu Leo.
Depois disso abriram a caixa de esfiha e comeram bastante, estava muito bom, especialmente as esfihas de queijo e a de calabresa, estavam quentinhas e muito saborosas.
-Sobraram algumas esfihas, você pode guardar para os seus pais, eles ainda não chegaram do trabalho?- perguntou Akemi inocentemente.
-Na verdade eu moro sozinho- respondeu Leo.
-Sério? Mas você não tem a idade do Takashi?- perguntou ela surpresa.
-É uma longa história, mas eu tenho 19- respondeu o garoto.
-Nossa, me senti muito nova agora, tenho 16- falou Akemi- E falando em história, podíamos cada um falar um pouco da sua pra nos conhecermos melhor, né? O que acham?- sugeriu.
-Parece ser uma boa idéia- respondeu Sofia.
-Não tenho nenhuma objeção- falou Arthur.
E assim um a um foi concordando com a proposta.
-Bom, já que eu dei a idéia posso começar...- disse Akemi- Bem, eu moro, na verdade morava com o meu pai e minha mãe, sei que no fundo eles são boas pessoas, mas eles queriam que eu vivesse do jeito deles e sempre tive muitos problemas com isso. Eles queriam que eu me vestisse e me comportasse como uma boneca e acho que já deu pra perceber que não pareço nem um pouco com uma- contou sorrindo.
-Com certeza uma boneca não bateria em um cara- respondeu Takashi também sorrindo e todos riram um pouco.
-Exatamente!- disse Akemi antes de prosseguir- Fiz várias coisas para mostrar que eu não queria aquilo que queriam para mim, porém meus pais continuavam insistindo naquilo como se fosse algo necessário, como se eu tivesse que ser perfeita. Mas aí aconteceu algo que fez eles desistirem completamente de mim... Algumas semanas atrás descobri que estava grávida e... Quando falei pra eles, simplesmente me xingaram e me expulsaram de casa- falou com a voz meio triste e nesse momento Nathan colocou a mão sobre a dela. Ela sorriu para ele e então continuou- E agora eu estou morando na casa do Nathan, o que não é tão ruim.
-Não é tão ruim?- perguntou Nathan indignado, mesmo que seus olhos estivessem cheios de lágrimas após ouvir aquilo.
Ela começou a rir ao ouvir aquilo e isso acabou quebrando o clima pesado que tinha tomado conta do local:
-Você sabe que eu te amo, né?- perguntou Akemi ainda rindo.
Ele sorriu e deu um abraço nela.
-Vocês são muito fofos, cara! Posso apertar?- perguntou Arthur.
-Eu não quero ser esmagada, como se já não bastasse o Nathan!- respondeu Akemi rindo.
-Nossa, vocês estão vendo isso? Vem cá, Arthur eu aceito- disse Nathan e Arthur foi até lá e o abraçou o mais forte possível.
-Já pode parar agora- falou Nathan, que estava sendo esmagado- Agora eu te entendo, Akemi- falou um pouco sufocado depois do outro garoto se afastar.
-Bem feito- respondeu a garota rindo- Agora, quem vai ser o próximo a falar de sua história?- perguntou.
-Já que isso começou a partir de algo que falei pode ser eu- respondeu Leo- Bem, alguns anos atrás eu morava com os meus pais, mas eles se separaram e minha mãe ficou muito mal por isso. E então pensou em viajar para tentar refrescar a cabeça, porém não ia conseguir me levar junto... Eu concordei porque queria que ela fosse feliz, mas admito que não foi fácil morar com o meu pai depois disso... Ele já tinha uma nova família e eu não fazia parte dela. Foi difícil ter que ficar morando com eles, mas depois de um tempo comecei a trabalhar e agora tenho a minha casa, o que é muito bom. A única coisa é que às vezes sinto falta deles... De como éramos antes... E também...- disse com a voz trêmula- Não sei como minha mãe está agora... Às vezes eu... Eu me pergunto se ela ainda está em algum lugar desse mundo ou se aconteceu algo com ela...- completou já chorando.
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Alguém em quem confiar
RomanceTakashi vive mudando de escola por conta do trabalho de seu pai, e já que vive em um lugar onde a maior parte da população é composta de pessoas loiras de olhos claros, acaba sofrendo bullying por onde quer que passe. Dessa vez decide que vai mudar...