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gate 13

- Meu Deus, Niall, eu vou desmaiar. - Louis falou alarmado, agarrando o braço do amigo. Niall gargalhou, puxando o braço de seu aperto.

- Para de drama, a gente nem vai estar tão perto do palco.

Um tapa foi desferido no topo da cabeça de Niall. - Eu ia realmente agradecer se você pudesse parar de esmagar as minhas esperanças.

- Se você não tivesse decidido voltar para o apartamento para buscar um casaco, a gente já estaria lá dentro.

- Cala a boca. - murmurou.

A chuva caía fina e Louis se encolheu em seu moletom. Mastigava um chiclete devagar, que ele havia comprado logo que entrara na fila, e que agora já estava sem gosto, mas o ajudava a conter a ansiedade. Ele trabalhara sem parar por meses seguidos e comprara os ingressos de última hora - os últimos dois e ele ainda não conseguia acreditar que havia sido tão sortudo. Louis não era apenas admirador, ou simplesmente um fã; ele tinha uma obsessão. Seu quarto era lotado de pôsteres, seu computador possuía um adesivo da banda cobrindo o símbolo da Apple, ele tinha todos os CDs e vinis, biografias não autorizadas...

- Tudo bem, vamos logo. Me dê esses ingressos e corra para dentro. - Niall arrancou o ingresso de sua mão e entregou para a mulher parada em sua frente. Louis estava tremendo de frio, com os olhos semicerrados por causa das gotas que os acertavam, mas assim que eles passaram pela catraca, ele agarrou a mão de Horan e passou a correr.

Louis sentiu que poderia chorar enquanto sentia a chuva quase cortar sua pele e suas pernas ficando dormentes. Mesmo á distância, era possíver ver que o palco já estava montado, assim como as luzes já estavam prontas. Niall parou de andar quando eles alcançaram a multidão e Louis tentou arrastá-lo mais para frente, mas Niall o parou.

- A gente tem que ficar mais perto! - grunhiu agoniado, olhando para a quantidade de pessoas na frente deles.

- Eu vou comprar uma cerveja, já encontro você.

- Tudo bem, qualquer coisa você me liga, eu vou tentar ir mais para frente.

Horan acenou e virou-se, indo em direção ao quiosque em que vendiam bebidas enquanto Louis começava a se esmagar entre as pessoas para chegar mais perto. Nem todo o tempo que ele trabalhou para poder comprar os ingressos foi suficiente, afinal, ele também tinha o aluguel e contas para pagar, então ele acabara na pista normal, onde era necessário ter uma arma ou pesar 350kg caso quisesse pegar um lugar bom. Mas mesmo assim Louis se aventurou, fazendo seu máximo para chegar até a grade.

Algumas pessoas simplesmente o deixavam passar porque Louis era pequeno demais e provavelmente não atrapalharia a visão de ninguém. Ele nunca ficou tão feliz com sua altura.

Foi só quando ele começou a sentir os braços latejarem de tanto abrir espaço entre os corpos com os cotovelos que ele parou e respirou fundo, sentindo-se um pouco tonto com o calor humano e a falta de ar. O problema era que ele era muito menor do que todos ali, do tipo, ele provavelmente não consegueria enxergar sobre os ombros de ninguém, não importava em que lugar ele estivesse. Mas ele continuou se forçando para frente, até que sua tontura ficou demais e ele tropeçou em seus próprios pés, colidindo com um peito forte - para o qual suas mãos instintivamente voaram, no intuito de protejer-se da queda.

(De verdade. Louis não estava louco para sentir aqueles músculos contra suas mãos. Realmente não.)

- Opa, desculpa, eu tava distraído e você é baixinho, eu não-

- Baixinho? - se desencostou do homem á sua frente como se este tivesse o dado um choque.

- Merda, eu sinto muito, eu quis dizer que-

- Só porque você tem a porra de dois metros de altura, você acha que é superior que as pessoas com um tamanho um pouco abaixo da média?

- Cara, você tá bem? Você tá muito nervoso, eu já pedi desculpa.

- Eu só quero ficar perto do Alex Turner. - lamentou com um beicinho.

- Você não consegue enxergar daqui?

- Eu não consigo nem ver o palco.

O desconhecido agarrou o pulso de Louis e o puxou para dentro da multidão novamente, murmurando. - Eu vou te levar até a grade, mas mesmo assim ainda vão ter as pessoas da premium na nossa frente. Espero que ajude em alguma coisa, pelo menos.

Bom, sim, é claro que haviam pessoas e muitas, mas ele estava colado na grade e era mais do que ele esperava que conseguiria, então ele apenas se virou e abraçou o homem de olhos verdes que deixara seu dia milhares de vezes melhor com somente alguns passos.

- Muito obrigado, isso é muito gentil da sua parte. - disse abafado na camiseta do outro. O mais alto riu baixinho.

- Não foi nada. Eu também queria ficar aqui, mas como eu tô sozinho, achei que se eu ficasse no meio das pessoas, eu não ia parecer tão solitário.

Louis gargalhou. Aquela noite tinha tudo para ser incrível, e tinha acabado de ficar melhor.