two hour wait

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- O que você quer dizer com "eu vou ter que assistir o show sozinho"? - berrou. Harry, ao seu lado, riu e esfregou seu braço, tentando acalmá-lo.

- Eu não tô conseguindo te achar, Louis!

- Eu tô na grade, do lado daquele negócio de metal.

- Na grade? Como se eu fosse conseguir chegar aí. - Louis tentou reclamar, mas Niall o interrompeu. - O único motivo pelo qual as pessoas te deixaram passar é porque você é metade do tamanho de todas elas!

E estou com um cara que tem mais da metade desse tamanho.

- Ah, então vai se foder. - emburrou, colocando o lábio inferior para fora e desligando a ligação.

Guardou o celular no bolso e cruzou os braços. Harry continuava sorrindo e Louis bufou, revirando os olhos. Ele sabia que Harry havia escutado toda a conversa, porque Niall gritava no telefone ao ponto de fazer seu ouvido doer toda vez que se falavam.

- Talvez eu devesse ter te deixado lá atrás.

- De jeito nenhum. - balançou a cabeça, se colocando nas pontas dos pés e tentando olhar para trás. - Se você tivesse me deixado lá, eu estaria sozinho e não iria conseguir ver nada. Aqui, pelo menos, eu consigo ver o chão do palco e tenho você pra me fazer companhia.

- Você tem um ponto. - Harry brincou.

Louis pegou o telefone mais uma vez, checando o horário e voltando a jogá-lo no bolso. Ainda faltavam duas horas para o show começar e, assim como a maioria das outras pessoas ali, eles sentaram-se no chão, um de frente para o outro, e Harry deixou que Louis tomasse alguns goles de seu copo de cerveja. Eles conversaram, riram, e duas horas se passaram rápido demais enquanto um descobria mais sobre o outro - e, meu deus, por que Louis nunca tinha encontrado esse cara com piadas horríveis, bom gosto musical e obsessão por gatos antes?

Louis estava envergonhado em perguntar se ele era gay, mas ele tinha certeza que o anel em seu dedo gigante era de orgulho gay e o menor teve que reprimir um sorriso quando o viu.

Louis também tinha certeza que Harry já havia visto a tatuagem de mesmo significado em seu tornozelo, pela maneira que ficara encarando o ponto descoberto e adornado com o relevo.

- Então, é a sua primeira vez em um show do Arctic Monkeys?

- Na verdade, eu fui em outro faz uns dois anos. - Harry sorriu com a lembrança. - Mas eu sou louco pelo álbum novo deles, então eu tive que voltar.

Louis riu debochado, mas sem maldade. - Como se fosse fácil assim. Eu tive que me matar de trabalhar pra conseguir pagar essa porra.

- Eu peguei uma parte do dinheiro que meu pai e minha mãe salvaram para a minha faculdade. - segredou. - Eu não vou pra nenhuma e já tenho mais de dezoito, então posso movimentar o que tem na conta...

- Inteligente. - piscou um dos olhos. - Quantos anos você tem, afinal?

- Vinte e um. E você, pequeno Louis Tomlinson?

- Dezenove.

Eles ficaram em silêncio alguns minutos, dividindo a cerveja que agora estava acabando e sorrindo um para o outro, até que Harry se pronunciou, corando. - Então, você pode me dar o seu telefone? Eu quero muito manter contato com você e acho que depois do show não vou ter condições de te pedir...

Louis mordeu o lábio na tentativa de conter o sorriso enorme que lutava para se espalhar pelo seu rosto.

Definitivamente gay.

E, se, enquanto digitava seu número no celular de Harry, ele sussurrou um você é demais, ninguém precisava saber.

505Where stories live. Discover now