Com a dor, amadurecemos e valorizamos o amor. É assim que transmutamos para seres humanos melhores, pela dor, infelizmente temos de passar pelo sofrimento.
Três longos dias se passaram, entre idas e vinda do hospital. Revezando com o meu pai durante o dia. Até mesmo Beto nos rendeu por algumas horas vez e outra. E, tenho certeza que mamãe adorou sua companhia, Beto era cheio de historias, cheios de aventuras.
Mamãe vivia um pouco através das histórias de Beto. Tenho certeza.
Na tarde que ela recebeu alta, não pude ir buscá-la, tinha outros planos, secretamente.
E, ao estacionar na rua tranquila e arborizada, o corretor chamado Jorge Belozzi já esperava por mim do outro lado da rua.
– Boa tarde, senhora. – Ele disse, estendendo sua mão longamente, mantendo uma distancia exagerada de mim. – Seja bem vinda a sua futura vizinhança.
– Quero estar tão certa quanto você sobre minhas escolhas. – Respondi bem humorada e apertei sua mão. – Boa Tarde, como vai o senhor?
– Estarei melhor depois de fecharmos o negocio... – Ele respondeu na cara de pau, usando de humor. – Tenho certeza que irá se apaixonar pelo imóvel, ele é raro aqui.
– Por favor, vamos entrar logo. O senhor está me deixando ansiosa.
O muro devia ter uns três metros e meio no mínimo, e era coberto por Era, e estava muito bem aparada.
Um portão de grades no estilo colonial nos recebia numa entrada clássica. E não era possível ver nada dentro do terreno, pois de frente para o portão, existia outro paredão em forma de 'L' e também cobertor por Era, e uma linda fonte, como aquelas antigas pias de jardins, feita em pedra sabão e cheia de detalhes.
Na lateral livre, uma cabine de segurança. Era de fato muito reservado. Aquela era a entrada social.
– Onde fica o portão de garagem, Senhor Belozzi? – Perguntei.
– Fica na outra rua, a propriedade pega toda a esquina. – ele explicou.
– Gostaria de ter entrado por lá, e ter conhecido por onde iremos ter acesso a casa diariamente. – Reclamei.
– Eu entendo. – Ele me olhou, um tanto sem jeito e entregou o cartão de visita ao segurança. – Mas os atuais proprietários não permitiram que os visitantes entrassem com o veiculo na propriedade.
– Isso tudo me parece tão exagerado. – Entramos, e eu continuava a reclamar. – O que eles são? Agentes do governo ou coisa assim?
– Quase isso. – ele disse, enquanto subíamos a rampa coberta por paralelepípedos, e parou para tomar ar. – A esposa é alguém muito importante na ONU, e o marido um aposentando do governo americano. E, eles possuem tantas obras de artes que em minha opinião, deviam estar em um museu.
Eu também parei para pegar fôlego. Mas não por estar cansada como o gorducho a minha frente, apenas para digerir o que havia acabo de ouvir.
– E porque querem vender a casa?
– Pretendem viver a aposentadoria em alguma Ilha do Pacifico Sul ou coisa assim.
– Ah, sim. Eu também amaria ter uma aposentadoria assim. – Concordei.
Finalmente avistamos a fachada da casa.
– Bem, a casa foi construída nos anos cinquenta, e a fachada está preservada em sua arquitetura original. – O senhor Belozzi começou a explicar.
– Ual, é ainda mais bonita que nas fotos.
Ele me olhou e sorriu em concordância.
– Como vê, o jardim é extenso e foi projetado por um paisagista Frances... – Ele tocou o queixo, tentando lembra-se e isto me fez rir. – Desculpe-me, ficarei lhe devendo está informação. Esqueci completamente.
– Tudo bem. – O tranquilizei, ele estava realmente envergonhado por isso. – Provavelmente, eu esqueceria no minuto seguinte depois que me disse o nome do paisagista.
– Vamos entrar. – Ele disse, e gesticulou para eu fosse à frente.
O primeiro cômodo era uma enorme sala, com pouquíssimos moveis. Eu também gostaria de mantê-la assim se comprasse.
O piso era original, com tacos de carvalho, mas estavam muito bem conservado e brilhavam. As janelas iam do teto ao chão, e tinham cortinas de algodão rústicos, em tons de caramelo, que, combinavam perfeitamente com os sofás forrados de branco puríssimo e almofadas em um misto de bege, caramelo e azul celeste.
Um belo lustre estava bem ao centro. Apontei para o mesmo e perguntei.
– Este lustre é original da casa?
– Sim, e está no inventário do imóvel. Mas se desejar retirá-lo tenho certeza que os antigos proprietários ficariam felizes em compra-lo.
– Não, eu gosto. Esses tipos de objetos agregam valor emocional ao imóvel.
– E valor de mercado também. – Senhor Belozzi acrescentou.
Deus! Esse homem é movido a cifras!
– Por ali, ficam a sala de TV... – O interesseiro começou a mostrar os corredores. – E a sala de jantar, logo depois a cozinha, por onde quer começar?
– A cozinha.
– Vamos então.
A casa não é a que eu imagino, porém a vista sim... e espero que sintam a energia de um jardim, de uma bela vista e uma casa tradicional.
Oieee, espero tê-las deixado feliz com este capítulo surpresa! Depois de quanto tempo mesmo ein?
Bem, obrigada Babi, você me fez voltar aqui!
bjs
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Me Abrace Forte
RomancePaloma acorda e descobre que dezenas de fotografias constrangedoras estavam por todos os grupos de whatsapp do seu ciclo social. Traída, envergonhada e com o coração partido, ela tem um plano; Fugir! E, ao se refugiar numa cabana sem sinal de tele...