Plebe e rude

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Por Poetizisses

Na sombra que em mim descansa
O descaso fez-se forte
Presente a todo instante
Pulsa sangue, até escorre;

Do morro ao interior
Da pele à estatura
Jorram vida, nua e crua
Ferida forte fissura.

Mas o canto ainda ecoa
E quem lamenta sabe cantar
Quem sofre sabe ser forte
E quem entende se põe a dançar...

Não sobra dinheiro
Não sobra tempo
Não vale o esforço
Em nome de sustento

Tem sonho morrendo
E se perdendo na dor
É culpa do sonho
Ou do sonhador?

Eu tento acordar
Me levantar da cama
Mas a realidade me puxa
"Aceita, não se engana!"

É assim que eles me querem
Eu sei, tô ligado!
De cabeça baixa, ignorante
Trabalhando e calado

Eles têm medo de mim
Por isso passam longe
Porque minha arma não mata,
E só acerta quem se esconde.

De esperança fadada
Fardada ou esmaecida
Eu já me cansei.
Se é pra ser plebe,
Serei!
Se prepara, meu rei.

M-24 Momentos Poetizados Where stories live. Discover now