Adaptação

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Neste dia, ocorreu tudo que não desejava, tudo que não planejava, tentou manter uma calma e o silencio sobre as mudanças ocorridas, ficou perplexa,  mas seu quarto não foi tocado, ele foi deixado em permanência total, quase congelado pelo tempo

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Neste dia, ocorreu tudo que não desejava, tudo que não planejava, tentou manter uma calma e o silencio sobre as mudanças ocorridas, ficou perplexa,  mas seu quarto não foi tocado, ele foi deixado em permanência total, quase congelado pelo tempo. A sua madrasta como a própria descreveu, elevou os status daquela casa, além do alto gasto, fez o pai de Cecília viajar para aumentar seus negócios, indo a lugares remotos do país, indo até  a outras nações. Seu quarto encontrou num descuido da antiga Cecília que nem as irmãs do convento deixam no armazém dos objetos de limpeza, em vez de ir falar finalmente com seu pai, ficou a manhã toda em concentração para deixar o lugar brilhando, pode aí tentar criar na sua mente, o que vai acontecer no resto dos meses.

 A Sra. Aimeé não conseguiu ficar para ajudar, Madame k ordenou algo, mas antes de ir, ela chegou de sobressalto no ouvido dela dizendo. 

-não fale o que pensa.

 No caminho entre os corredores da garganta da madrasta, ela manifestou todos seus desejos, apontou com orgulho o que mudou e o que ainda vai fazer, falou da felicidade de Cecília está lá, mas em momento algum, olhou nos olhos dela. Algo que pode ser ignorado em primeira instância, ignorado se contasse a outra pessoa o que acreditou sentir, ela própria cogitou e tentou pensar que a sua presença era algo de maior importância, era herdeira daquele lugar, até onde sabia. A sombra da sua mãe foi o primeiro desaparecimento que notou na organização, as pequenas coisas na decoração que fazia sua marca; o lado que as cadeiras ficavam; as estatuas que não estão mais a vista do hall.

 Apesar dela, e de tudo que a fazia querer gritar, o ar que a rodeou a fez melhor de tarde, o sol lhe tocou com acalento, quando foi colocar seu colchão e varias outras coisas, os campos e a vasta floresta que a liberdade dos seus pés tomou quando era pequena, corria como se fosse algum animal que via nas pradarias. Imaginava também ter asas de um Milhare-Real, ter a soltura que enxergava, não era apenas um simples sonho infantil, a versão de cinco anos de Cecília chegava ao padre, perguntava se na lista de milagres de Jesus, tinha a metamorfose. Apesar Dele não lhe dar isso, fazia ela própria, tentava correr rápido o suficiente para que o vento a levitasse (comia menos para conseguir), e pudesse a levar longe como o mar fez a Crusoé, terá nas asas qualquer lugar no mundo para ir. 

 Agora esse pensamento é insensato, rir da pequena idéia que almejava, mas agora inveja esse escapismo, essa inocência do futuro, essa adaptação que sua mente conquistava. Imaginar o mundo a passos próximo que podia sentir o Chile entre a campina e as árvores, como os animais ficam seguros entre o espaço que a eles conhece cada detalhe. Deseja o sentimento de escolha, de talvez assumir a posição favorável, a presa em alvo, se esconderia na melhor cavidade ou embaixo da menor matéria. 

 Foi correto crescer, uma hora terá que enfrentar seu pai, antes não fazia isso, a ilusão das asas a colocava como fugitiva o tempo todo, se algo marcou após a morte da sua mãe, foi ela fora de casa hegemonicamente, passava noites se escondendo, orgulhava-se de se chamar de um animal não descoberto pela ciência. Agora se via subir a colina para entrada, da fonte que antes brincava, ignorou para ir ao escritório e saber o que falar, ainda na escada teve uma sensação crescente, como um vulcão prestes a irromper o cotidiano, atravessando outro rumo para acalmar o coração, por essa bagunça, após passar a porta do escritório, a larva e a fumaça da visão de sua mãe naquele caixão a fazem chorar. Não repetiria o que era outrora normal, não usaria o ombro de alguém, por alguns minutos preferia esconder. 

Seus olhos azuisWhere stories live. Discover now