1 - Bem vindos a Violet Britt

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Siena caminha pela trilha que leva até a sua residência situada no vilarejo de Violet Britt, sua casa construída com rochas e com um ar ancestral fica a 1km de distância do centro da cidade, que permite a moça ir e voltar para a casa aproveitando a vista. Siena aprecia o cheiro da relva verde e o barulho dos pássaros que escoltam a sua caminhada, pelo percurso Siena saúda a sra. Fitz que está sempre a costurar, cumprimenta o sr. Kyle que está sentado na varanda em sua cadeira de balanço com seu jornal nas mãos e também os filhos dos Mikys que estão sempre a brincar na trilha. Ali todos conhecem Siena, a professora bondosa e inteligente que eles viram crescer e se tornar mulher, todos estimam sua companhia e juízo, muitos sentiam pena pela perda da jovem, mas ninguém ousava sequer lhe fazer perguntas depois de tanto tempo, mas cooperam em fazer companhia a mulher para aliviar sua solidão.

Siena atravessa o pequeno portão de madeira e segue para a cozinha da sua residência, ali inspira o cheiro do pequeno buquê de magnólias que estava em cima da mesa – ela própria havia feito mais cedo – o cheiro é uma mistura de dias de sol e fim de tarde, que lhe traz muitas lembranças. No seu quintal há uma imensa árvore daquela espécie, o gramado atrás da sua residência está banhado por aquelas pequenas flores indicando meados de Março e toda vez que ela caminha por aquele tapete de flores brancas e rosadas, constantemente se recorda do seu casamento com Charles, parecia que fora ontem, uma linda tarde de primavera com banquetes e amigos festejando, ela sente o cheiro das flores que adornavam seu caminho até o altar, ela já superara aquela fase – ao menos assim pensava – não precisava ser difícil, mas ela insistia em trazer a existência o som dá risada do seu falecido marido quando ela dizia coisas tolas ou a forma como ele a olhava por detrás dos óculos de grau, havia um certo brilho neles. Siena guarda aquelas memórias num cantinho especial no seu coração, aquelas lembranças eram as poesias mais lindas que ela já escutara ou vira. Ela temia um dia esquecer aquelas recordações e pedia a Deus que isso não acontecesse, por isso sempre as recordavam. Suas lembranças são sua companhia nos dias de solidão, que lhe trazem um certo contentamento, deleite e satisfação e elas não poderiam se perder em meio ao tempo.

Mesmo diante da sua grande perda, a jovem não se comporta de forma amargurada como muita gente, pelo contrário, ela é um poço de amabilidade e não murmurou a Deus quando seu mundo desmoronou, isso ela aprendeu no pouco tempo que viveu com Charles, que também fora um jovem muito querido no vilarejo de Violet Britt. O casal era feliz e realizado, amparando a todos que precisavam e moviam toda a cidade a fazerem o mesmo, auxiliavam na igreja do pastor Simon e acreditavam que tinham uma vida longa e feliz. Mas há coisas que acontecem, que não podem ser questionadas, apenas aceitas. Siena aprendeu a valorizar os pequenos detalhes, desde o despertar dos pássaros até um dia de chuva, desde lágrimas á sorrisos. Depois da morte súbita do seu esposo, Siena encontra prazer e alegria em lecionar para as crianças do vilarejo, ela se entregou de corpo e alma em educar e orientar aquelas crianças para o mundo.

Ao espiar o relógio Siena se assusta, faltam dez para quatro, é tão fácil divagar em memórias e lembranças que ela se esquecia da hora, mas precisa preparar o chá e a mesa, a qualquer momento Safira chegaria com as crianças para o chá das quatro, de todas as sextas-feiras. Safira é a sua irmã mais velha, Samantha a irmã caçula, sendo ela a do meio – porém as irmãs mais velhas possuem um laço muito mais forte. Safira permanecia sempre por perto para assegurar o bem-estar da sua irmã, ela ainda sofria em vê-la sozinha ali, mas ninguém conseguia convencê-la a se mudar de Violet Britt.

Siena prepara o chá, coloca sobre a mesa três cestas de bolos e pães que havia feito, ela ama mimar seus três sobrinhos. Quando escuta o barulho da carruagem moderna de sua irmã, corre ao encontro deles. Uma comitiva de crianças desce correndo ao seu encontro.

— Titia, titia... — Gritam todos juntos num alvoroço.

— Olá meus pequenos — Siena responde numa imensa alegria ao avistá-los.

Além do arco-írisWhere stories live. Discover now