36 - Mayfair, Londres

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Ao abrir o cortinado da pequena janela da carruagem alugada, Siena avista a rua elegante e as belas casas no estilo georgianas, típicas do bairro Mayfair em Londres, onde seus pais residem. Siena fita suas mãos protegidas com luvas de renda e não conseguindo evitar, revira os olhos. É por essas e muitas outras coisas que ela prefere a vida simples e comum do campo, sem muitos frescores. Sempre que vem a Londres precisa tirar suas vestimentas elaboradas e exorbitantes do guarda-roupa, além de preparar aqueles penteados que leva horas e nunca fica do jeito que ela espera. Desistindo de qualquer tentativa de deixa-lo preso no alto e todo arrumado, seu cabelo está preso num coque frouxo com algumas mexas soltas, fora o máximo que ela conseguira.

A carruagem se detém indicando que chegara ao seu destino. Siena desce com a ajuda cocheiro e fita a imensa casa dos pais, de dois andares e com pelo menos dez janelas em cada andar, sendo possível contemplar o jardim da frente colorindo o casarão. A porta principal é aberta e os sobrinhos de Siena saem correndo em sua direção, com Safira logo atrás.

— Titia, titia — Gritam todos juntos sendo impossível distinguir a voz de cada um em meio a recepção.

Como sempre faz, Siena se abaixa e os recebe de braços abertos, dando beijos em cada um e admirando os sobrinhos.

— Meu Deus como vocês estão grandes, parece que não os vejo há um século.

— Titia, titia, eu cresci um centímetro desde que te vira, deve ser por isso — Anuncia Roger todo orgulhoso.

— A senhora demorou demais para chegar, tia Siena — Reclama Henrique agarrado ao pescoço da tia.

— Eu posso dumi com a senhora titia? — Pede Liz com um ursinho na mão.

— Claro que pode meu amor, a titia vai dormir agarradinha de você e desse ursinho lindo.

Liz agarra o pescoço da tia deixando um beijo na bochecha dela.

— Titia, o tio Bash vai vim para o casamento da tia Samantha também? — Pergunta Roger.

— Tia, você faz piquenique com a gente amanhã? — Pede Henrique.

Siena presta atenção em cada fala, mas eles mal lhe dão tempo para responder lançando uma pergunta em cima da outra.

— Por que vocês não deixam a tia Siena respirar primeiro? — Safira fala aos filhos, contemplando aquela cena.

Siena se levanta e abraça a irmã.

— Como é bom te ver, Fifi.

— Estava com tanta saudades, ainda bem que teremos todos esses dias juntas.

— Também senti saudades das suas visitas, foram apenas duas sextas-feiras sem te ver, mas parecem que fora uma eternidade.

— Ah Siena, você chegou minha filha — Siena avista a mãe e o pai descendo de mãos dadas os pequenos degraus da escada e indo em sua direção.

Ela abraça primeiro a mãe por alguns instantes, todas ás vezes que sente o calor e o cheiro da mãe ela se dá conta do quanto sente falta do seu abraço.

— É tão bom te abraçar mamãe — Siena toca o rosto da mãe delicadamente.

— Deixe-me olhar para você — Florence fita a filha por inteiro — Cada dia que passa minhas filhas ficam ainda mais lindas. Você deveria deixar de usar aquelas roupas simples e deselegantes, essas combinam muito mais com você, realça ainda mais a sua beleza, e falando nisso escolhi um vestido deslumbrante para você usar hoje à noite.

— Para usar onde? — Pergunta Siena confusa.

— No baile, oras — Responde sua mãe normalmente.

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