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Seonghwa:

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Eu particularmente sempre achei minha vida de realeza incrível. Ser príncipe era um sonho, o qual realizei desde que nasci. E se tornar um majestoso rei passou a ser minha meta mais desejada, o dia da coroação era o mais esperado por mim quando ainda era criança.

No entanto, isso tudo se tornou um pesadelo no momento em que passei a ter olhos demais para um alguém, e só piorou quando caí na real que esse alguém não seria a pessoa com quem me casaria futuramente e muito menos a que passaria o resto dos meus próximos anos.

A partir de então, comecei a temer cada hora, minuto e segundo que se passava, passei a odiar tudo que me cercava. Tudo que em breve estaria em minha posse. Era desesperador pensar que eu estava comprometido desde que vim ao mundo e que toda a estabilidade do reino dependia dessa união, que de amor não tinha nada.

Era aterrorizante lembrar que em algumas semanas todos se curvariam para mim, fazendo daquela data o dia da minha condenação. O dia em que minha vida se tornaria um teatro e eu seria a atração principal, obrigado a usar uma máscara de felicidade e satisfação até meu último suspiro. Eu me encontrava aprisionado no destino que meus pais programaram antes mesmo da minha existência.

— Os alfaiates já chegaram, jovem príncipe, estão se instalando na cidade, próximo a confecção da madame Lee. Nossa, são tantas carruagens, tantas caixas e baús, nunca vi nada parecido. Eles realmente estão muito animados! — fui tirado dos meus devaneios pela voz melodiosa e eufórica do meu guarda particular. Metade de mim queria sorrir por escutá-la logo cedo, mas a outra metade estava prestes a chorar, gritar em angústia pela notícia que trouxera consigo. — Uh, Alteza? Está tudo bem? — murmurou ele. Conseguia sentir a pequena preocupação se formando em seu interior, tão sutil como as pétalas das rosas que adornavam o jardim real, que outrora eu estava admirando.  

— Por que tanta formalidade? — perguntei, após reparar na sua forma de falar, por trás das palavras cheias de euforia.

— Meu pai disse que devo começar a te tratar como o rei que se tornará em breve — disse, parado ao lado da porta. Ele sequer se aproximou, o que era muito estranho.

— Não dê aquele carrasco o título de seu pai, ele não merece nem meio por cento dessa honra — grunhi, inconformado, ainda sentado na batente da janela.

— É mais que meu dever tratá-lo como um, Ju Ji-Hoon cuida de mim e de minha família desde que me entendo por gente — Hongjoong respondeu de cabeça baixa. E naquele momento minha vontade era de matar Ju Ji-Hoon, mandá-lo para a forca simplesmente pelo fato de sua detestável existência. 

Hongjoong perdeu o pai quando ainda tinha dois anos de idade. Kim Haneul era um dos soldados mais respeitados do reino e perdeu sua vida salvando a de seu povo, de sua família. Ninguém sabia o porquê de sua esposa ter aceitado a oferta de Ji-hoon tão rapidamente, o luto da viuvez sequer tinha passado quando eles assumiram a relação. Talvez fosse a preocupação de criar três filhos ainda pequenos sozinha ou o medo de passarem fome, que a fez agir tão precipitadamente.

Não era mentira dizer que senhora Yuna acabou tomando uma decisão errada, não só para si como para todos os seus filhos. O homem a qual escolheu para ficar ao seu lado, tinha uma prepotência palpável e era mais que notório o jeito bruto e arrogante que tratava todos dentro da casa que agora julgava ser sua. Nem mesmo os irmãos mais velhos de Hongjoong tinham coragem de contestar tais atitudes. Todos preferiram se acovardar e viver sobre a submissão daquele que ocupou o lugar do patriarca. 

𝑈𝑚 𝐴𝑚𝑜𝑟 𝐴𝑙𝑒𝑚 𝑑𝑎 𝑅𝑒𝑎𝑙𝑒𝑧𝑎 • 𝑺𝒆𝒐𝒏𝒈𝒋𝒐𝒐𝒏𝒈 Where stories live. Discover now