Killing me softly | TAEJIN

With his love

Passar aquela noite sem encontrá-lo não parecia ser uma opção plausível para ele. Precisava saber o que de fato o levou àquele estado, sendo que ele nem ao menos tinha dito nada sobre sua decisão, não tinham se visto desde aquela noite, e Taehyung não costumava agir daquela forma. O que fazia o coração de Seokjin se apertar cada vez mais. E decidindo que não poderia voltar para casa e dormir sem resolver aquilo, ele volta imediatamente ao Jazz Bar.

Ao entrar em meio a multidão mais uma vez naquela noite, ele busca pelos funcionários do local, porque algum deles deve saber de alguma coisa. Tentou primeiro os barmans, que nada disseram sobre Taehyung, mas um deles apontou para uma garota numa mesa de canto. Seus cabelos pretos caíam pelo corpo como uma cascata, o vestido preto colado ao corpo deixava os homens ao seu redor fascinados, e ela parecia alheia a tudo aquilo, distraída com o copo de conhaque na mão.

Seokjin cruzou o salão até ela, e quando parou em sua frente, viu os olhos grandes e escuros lhe analisando pedacinho por pedacinho. Por um segundo ele se sentiu intimidado, mas havia urgência demais dentro de si.

— Jorja? — ele perguntou, usando o nome indicado pelo barman.

— Sim — ela respondeu seca, levando mais um gole da bebida à boca.

— Eu sou o...

— Seokjin — ela interrompeu, deixando-o definitivamente intimidado. —, eu sei. E também sei o que você quer.

Diante daquilo, ele não viu motivos para continuar na defensiva. Se sentou na cadeira e se desarmou.

— Por favor, me diga onde posso encontrar o Taehyung.

— E por que eu faria isso? Pra você continuar partindo o coração dele?

— Eu nem ao menos sei o que eu fiz, quer dizer... eu sei em que pé estão as coisas entre nós, mas não havia indícios de nada quando o vi pela última vez, ele nunca agiu assim.

Jorja revirou os olhos, colocou o copo na mesa e se inclinou em direção a ele.

— Não sei se seria bom ele te ver agora, sinceramente. Mas, também não sei direito o que aconteceu, ele vem agido de forma estranha esses dias, e eu sempre soube de como as coisas entre vocês eram... no mínimo, diferentes.

— Eu quero resolver tudo, seja o que deixamos em aberto naquela noite, seja o que aconteceu hoje. Por favor, Jorja.

— Tudo bem — ela disse, convencida, voltando a se apoiar na cadeira. Retirou da pequena bolsa uma caneta dourada e, em um guardanapo, escreveu um endereço. — Aqui. Arrumamos essa casa pra ele essa semana, não sei se eu deveria fazer isso, mas, nada corrói mais do que a dúvida, então, por favor, não seja um babaca hoje e fale de uma vez a verdade.

Seokjin encarou o papel, reconhecendo o bairro um pouco distante anotado ali. Agradeceu Jorja, lhe lançando um olhar de promessa, mesmo mal sabendo quem era ela e como sabia tanto sobre ele e Taehyung. No fim, ela era mais um detalhe que deixavam de fora.

Para completar o azar daquela noite, quando saiu novamente do bar, viu o céu desabando como havia prometido. Seria quase impossível conseguir um táxi, todos costumavam parar quando a chuva estava forte demais. Já estava ficando tarde, e Seokjin não queria perder mais tempo esperando ali, e sua alternativa foi correr até o ponto de ônibus mais próximo, já que eles não tinham a escolha de não passar.

Passaram três linhas, nenhuma que pudesse deixá-lo meramente perto de onde Taehyung estava. Com os cabelos e roupas molhadas e o frio atípico daquela época do ano o deixaram ainda mais ansioso. Apenas quarenta minutos depois ele conseguiu subir em um que o levaria quase ao outro lado da cidade. Não havia quase ninguém lá dentro, e conforme a cidade passava como um borrão embaixo de chuva, Seokjin sentia seu peito pesar com todas as possibilidades de como aquela noite poderia terminar.